Designamos por praia grande a praia da Luz, por oposição à
nossa praínha aqui em frente de casa, que se vai modificando todos os anos, com
mais ou menos areia, mas sempre convidativa e um belo mergulho. Infelizmente
para mim, este ano, não serve, pois as rochas estão altas e é preciso muito
equilíbrio para não cair, dado que não há escadinhas, nem corrimões !!
No primeiro dia ainda lá fui com ajuda da Luisa, agora tenho
ido à praia grande quando me apetece tomar um banho a sério. Ainda ontem fui
pelas 4 e soube-me muito bem. O pior foi depois, tive de tomar dois brufens
para me aguentar de pé, doía-me tudo. Hoje estou com medo, mas acho que não
resisto a ir daqui a nada molhar os pés…
Muitas pessoas que vêm aqui em passeio, só para ver praias,
acham esta pequena, sobretudo na maré cheia, mas desconhecem os kms de areia
que se estendem por baixo das falésias douradas, onde muitos turistas fazem
nudismo e passam o dia com miudos pequenos, que se entretém a apanhar rochinhas
de todas as cores, conchinhas de madre pérola, cascas de mexilhão, a fazer castelos enormes ou a saltar as
ondinhas no meio dos kayaks e surfistas.
Essa parte da praia é desconhecida dos passantes, mas é o
local mais místico daqui da zona. As falésias são altíssimas – talvez uns 300m
e as pessoas parecem minúsculas vistas de baixo. À frente a comandar ergue-se
a Rocha Negra, de origem vulcânica, local quase inacessível, devido ao perigo
da maré a subir e às rochas cheias de mexilhão e fosseis. Já lá fui , mesmo à
ponta, mas noutros tempos, quando as minhas pernas ainda andavam ;-)
Dá um gozo danado, estar na água a olhar em volta para
aqueles canyons portugueses, que se reflectem no espelho de água deixada pela maré cheia, majestosos e eternos. As riscas sedimentares são irisadas de rosa,
verde, azul, cinzento , vermelho e amarelo, mas só lá bem perto é que notamos
todas essas nuances …ou usando um zoom potente como o meu.
Cada grãozinho de areia daquela praia proveio destas
falésias que se vão esboroando com o tempo – milhões de anos – até ficarem
reduzidos a poalha. Isto dá-nos a dimensão da nossa insignificância.
Não há local que eu conheça onde me sinta mais feliz, mais livre, mais leve....mas também em nenhum outro local, me sinto mais consciente da pouca importância que temos no seio da Natureza.
Não há local que eu conheça onde me sinta mais feliz, mais livre, mais leve....mas também em nenhum outro local, me sinto mais consciente da pouca importância que temos no seio da Natureza.
Tenho muitas saudades das férias que fazia junto a praias. De uma vez estive mesmo na praia grande da Luz. Outro lugar que me fascinava era Sesimbra. Agora vou andando por aqui, Matosinhos, Foz... Mas estar mesmo lá tem outro encanto.
ResponderEliminarUm beijo e continuação desses dias em beleza.
É mesmo Graciete, uma pessoa vai à Foz todas as semanas, mas não desliga dos problemas. Aqui parece que o mundo parou, mesmo o futebol é visto com moderação - e os ingleses são fanáticos - todos querem é aproveitar este sol. Hoje esteve um dia indescritível de beleza e suavidade, o mar com ondas grandes . A Luisa tomou uns cinco banhos a furar ondas. Isto para ela é o paraíso feito realidade.
ResponderEliminarAmanhã já voltamos.... :(