domingo, 23 de novembro de 2014

Outono - poema real


Tília do jardim vizinho visto da janela do meu quarto

Se um dia lágrimas vierem ao seu rosto, não pense no porquê! Pense nas folhas do outono, elas não caem porque querem, e sim porque chegou a hora.
Raphael Bacellar

Tão belo, o meu jardim! É assim ano após ano.
O verde que foi outrora é agora acobreado, amarelo, 
avermelhado, verde seco, acastanhado. 
Deu lugar a clorofila a caroteno, a tanino 
e a antocianina (tudo isto é pigmento).
Soltam-se as folhas ao vento, 
rodopiam pelo ar, ocultam-se na neblina, 
cobrem terra, pavimento, crepitam sob o andar.
É outono no meu jardim, também no meu pensamento 
que já se alheia de mim. 
Oculto no sofrimento, voga no espaço sem fim. 

Regina Gouveia   (2004)




3 comentários:

  1. A propósito do outono, conheces o poema de Gedeão, Poema das folhas secas do plátano? Podes encontrá-lo aqui~http://pracadapoesia.blogspot.pt/2009/02/poema-das-folhas-secas-do-platano.html

    Envio também um poema meu (não publicado), mais pobrezinho, é óbvio
    Tão belo, o meu jardim! É assim ano após ano.
    O verde que foi outrora é agora acobreado, amarelo,
    avermelhado, verde seco, acastanhado.
    Deu lugar a clorofila a caroteno, a tanino
    e a antocianina (tudo isto é pigmento).
    Soltam-se as folhas ao vento,
    rodopiam pelo ar, ocultam-se na neblina,
    cobrem terra, pavimento, crepitam sob o andar.
    É outono no meu jardim, também no meu pensamento
    que já se alheia de mim.
    Oculto no sofrimento, voga no espaço sem fim. (2004)

    Ab
    Regina

    ResponderEliminar
  2. Obrigada Regina, vou publicar o teu poema na minha entrada....
    Esta tília merece!!!

    Bjinho

    ResponderEliminar