segunda-feira, 30 de março de 2015

A Afurada


A Afurada fica em frente ao Porto do outro lado do rio, já quase na Foz. É uma vila piscatória muito típica e orgulhosa da sua História.

Hoje já tem uma marina, que tende a aumentar, e os barcos de recreio, de pesca e rabelos cruzam-se num colorido sem igual. O rio azul - hoje estava mesmo luminoso como podem ver nas fotos - desliza suavemente em direcção ao mar indiferente a esta faina quotidiana.

As gaivotas sobrevoam todo este cenário num rodopio maluco, em busca de restos de peixe ou lixo que lhes mate a fome.

Do outro lado, os prédios horrendos da parte oeste da cidade, as torres e condomínios de luxo, qual deles mais desfigurante e mais desintegrado na paisagem, estragam um pouco a beleza do rio. Só gosto do Porto da Ponte d'Arrábida para leste, daí até à Ribeira é um regalo para os olhos.

Fui ver a exposição Pedra Furada que está patente ao público no Centro Interpretativo do Património da Afurada, um edifício bonito, do tipo museu, onde se guardam as memórias da pequena vila.
O atelier Utopia organizou um painel com quadros todos do mesmo tamanho, pintados por alunos da Escola, muitos deles meus conhecidos, como a Becas Laranjo, cujo quadro lindíssimo me dispus a comprar, a Ana Maria Oliveira, a Teresa Silva Vieira, etc.
Fiquei comovida por ver que há pessoas mais fiéis ao atelier do que eu....ano após ano lá estão a expor e a cooperar em eventos culturais interessantes.






Teresa Silva Vieira

Becas Laranjo

Ana Maria Oliveira

Tirei muitas fotos da Afurada, a tarde propiciava a fotogenia dos barcos e do rio.

Mas juntei a essas fotos algumas pinturas que mais me agradaram.

Parabéns à Utopia e aos meus ex-colegas tão talentosos!

domingo, 29 de março de 2015

A velha estufa




Não sei quantas vezes passei na  estufa em ruínas do Jardim Botânico. Até a via aqui da minha varanda, por detrás da casa antiga que agora renovaram e  parece um monstro de betão com janelas do dobro do tamanho das primitivas e com mais altura. Desde que aqui moro, as obras só pioraram este jardim, não respeitando a traça original que era muito mais bonita.



Fui lá dezenas de vezes, subi às escadinhas e tirei fotografias das vidraças meias foscas e da porta verde envelhecida e carcomida pelo tempo.

A velha estufa não sei como está agora pois os tapumes não deixam ver o que se passa, mas presumo que estão a construir uma nova ou deitam abaixo a antiga.

Este fim de semana no Grupo Woophy Club, o tema era Abstract.

Todas as fotos - seis ao todo - tinham de obedecer a este tema. Não foi difícil arranjar algumas na minha fototeca e têm sido muito apreciadas por exímios fotógrafos que considero amigos e que escreveram comentários que me afagam o ego.

Já aqui puz algumas delas em tempos, mas atrevo-me a repetir a proeza, dado que nem eu me canso de olhar para estas fotos. Quando as tirei estava o sol a pôr-se e incidia nas vidraças que tomavam uma cor rosa, amarela e acizentada, com umas partes foscas mais sugestivas e outras transparentes a deixar entrever as plantas velhas que lá dentro estiolavam. Era um autêntico quadro abstrato, muito mais belo do que se tivesse sido pintado.









A estufa pode desaparecer , é natural que seja substituída por uma transparente e toda XPTO, mas estas fotos guardarão para sempre a beleza e a patine do antigo, as estufas que Sophia viu e amou há muitos anos.

sábado, 28 de março de 2015

terça-feira, 24 de março de 2015

A força do mar




Dominámos outrora o mar físico, criando a civilização universal; dominemos agora o mar psíquico, a emoção, a mãe temperamento, criando a civilização intelectual.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 23 de março de 2015

Dia da Água


Parece que se celebra a 22 de Março.





Meu Deus o que seria de nós sem ela. Quando penso nos países que sofrem de secas - o Brasil este ano, por exemplo - não consigo imaginar o que será viver e suportar o calor sem um pingo dessa preciosidade que é a água. Gastamos e usamos água por tudo e por nada, as nossas crianças não sabem quanto vale aquela torrente que sai das torneiras, das mangueiras, dos chuveiros. Para elas tudo é garantido.

Se há privilégio que nos é quase dado, é este acesso a água corrente, sem limites....

Ficam aqui umas fotos a homenagear o elemento da natureza que mais contribui para a nossa saúde e bem estar.




domingo, 22 de março de 2015

DIA DA ÁRVORE

acrílico ( 2009)
Mais do que o Dia da Poesia, quero aqui homenagear o Dia da Árvore.

Todos os que lêem este blogue sabem o quanto amo as árvores, talvez os seres vivos de mais gosto, a seguir aos seres humanos ( nem todos).

Sempre vivi rodeada de árvores, na casa que já mencionei havia as de grande porte, choupos, eucaliptos, tílias e árvores de fruto, mais pequenas , que se enchiam de flores nesta época do ano.

Abrir a janela e olhar aquele verde em volta deve ter sido a melhor terapia para nos inspirar na nossa infância e adolescência.


Outono - 2014



Na quintarola que os meus pais tinham em Albarraque, as árvores eram centenárias, castanheiros, eucaliptos, carvalhos, já nem me



lembro de todas. Sei que havia um local magnífico que o meu Avô apelidou de "Alameda do Pouco Vento", onde passeávamos e ele nos contava histórias inventadas. Momentos que nunca mais esquecemos.

As árvores fazem parte do meu imaginário de sempre.

Em Esposende, onde tinha um quintalejo, semeei uns caroços de nespereira, mas não sei se vingaram.

Em Chaves tentei o mesmo e consegui.
Aqui na minha varanda, tenho uma árvore de borracha e duas yuccas enormes, mas o que me encantam são os áceres majestosos do Campo Alegre, que, no outono, estão dois meses da cor do fogo.

Em breve se encherão de folhinhas verdes, depois de largarem os seus frutos, que faziam os encantos dos meus netos, umas bolinhas com picos muito engraçadas.

Pastel de óleo - Árvores





Ficam aqui fotos dalguns quadros meus a acrílico e a pastel de óleo já antigos. É um tema recorrente....

E, homenageando simultaneamente a Poesia e as Árvores, aqui fica também um poema muito singelo de Joyce Kilmer, que usei na minha primeira expo em Lisboa.

Árvores




Parece-me que nunca ninguém há-de
Ver poema tão belo como a árvore.

Árvore que sua boca não desferra.
Do seio doce e liberal da terra.

Árvore, sempre de Deus a ver imagem
E erguendo em reza os braços de folhagem.

Árvore que pode usar, como capelo,
Ninhos de papo-ruivo no cabelo;

Em cujo peito a neve esteve assente;
Que vive com a chuva intimamente.

Os tontos, como eu, fazem poesia;
Uma árvore, só Deus é que a faria.


Joyce Kilmer

quinta-feira, 19 de março de 2015

O Dia do meu Pai


Foi sempre em Março, mas não neste dia, era no dia 8, como já fiz aqui menção, o dia dos seus anos; havia sempre festa na minha grande casa.

Hoje, para pensar nele e no que a memória dele me deixou, dei um longo passeio pelo Botânico, onde já não ia há duas semanas.

O inverno que se prolonga, as obras que nunca mais acabam e um certo medo de depressão têm-me afastado do jardim mais meu, que nenhum outro.

O meu Pai adoraria ter um jardim assim junto à casa para passear na sua velhice, mas infelizmente morreu aos 68 anos.
A nossa casa no Restelo tinha um jardim lindo, onde passei 20 anos da minha vida dos 5 aos 25.
Com ele aprendi os nomes de flores, árvores, frutos e até alguma metereologia, que ele apreciava especialmente. Quando vinha cansado do consultório, passeava por algum tempo pelo jardim, observava as flores, cortava algumas, verificava se estavam a crescer devidamente e sobretudo, contemplava-as com amor. Aprendi com ele a amar a Natureza em geral e com a minha Mãe a amar o Mar, acima de tudo o mais.


Está um dia lindo, daqueles que após a chuva trazem o sol límpido, o céu mais azul que nunca com umas nuvens passageiras de tons arroxeados. A paisagem não podia estar mais lavada e as plantas mais verdes.

Já há flores, mas ainda não há nenúfares, só folhas que lentamente saem da letargia e assomam prateadas à superfície da água.  Os troncos ainda despidos e esquálidos reflectem-se nos lagos e erguem-se para o céu. Os contraluzes são o cenário mais vulgar a esta hora do dia, o sol é forte e, sentarmo-nos num banco de pedra a olhar em volta torna-se uma espécie de ritual - uma celebração - à Natureza espontânea e bela.

Continuo a ler o Diário de Anne Frank e algumas passagens trazem-me lágrimas aos olhos porque se identificam com os meus sentimentos em momentos de tristeza e nostalgia.

Hoje li uma passagem especialmente comovente, que traduzo do inglês aqui à minha maneira:

Esta manhã, quando me sentava em frente da janela, olhando longamente lá para fora, para Deus e para a Natureza, sentia-me feliz, simplesmente feliz. Enquanto as pessoas sentirem esta espécie de felicidade em si mesmas, a alegria da Natureza, a saúde e ainda muito mais,  serão sempre capazes de recuperar a felicidade... pode-se perder riquezas, prestígio, tudo; mas, enquanto se puder olhar sem medo para o céu,  a felicidade permanece dentro de nós.



Sábias palavras duma jovem de 14 anos que se mantinha pura numa clausura que muitos adultos considerariam insuportável.





quarta-feira, 18 de março de 2015

As minhas tardes


Têm sido calmas, mas vividas com todos os sentidos em alerta máximo.

Desde a convivência com os comuns dos mortais até à solidão da água da piscina, o gozo dos raios solares que atravessam as vidraças mágicas do solário, uma ida ao cabeleireiro, onde já me conhecem e penteiam com suavidade, a canja ou a quiche do "Comida e Volta" já às 3.30, o passeio pelo mercado do Bom Sucesso para comprar peixe ou verduras....o sentar.me na esplanada cá fora fotografando os diversos ângulos da avenida, o Edifício Península, um dos shoppings mais queridos há uns anos atrás, tudo me dá prazer.

Depois o vir para casa com a minha empregada que tem carro e me vai buscar....o chegar a casa, arrumar as coisas , sentar-me na minha sala a ouvir música - hoje sonatas de Bach duma beleza mística, que me transmitem calma e paz. Um pouco mais tarde, o telefonema da minha Luisa, sempre sorridente, envergando uma camisola de lã feita por mim - tem 4 ao todo . a conversa de sempre, sorrisos e cumplicidade.  Hoje planos de férias.


Anoitece. Continuo a ouvir música enquanto não começa a novela da TVI. Não sei se gosto muito dela, ainda estou a tomar-lhe o pulso. Hoje há futebol, a Liga dos Campeões. Vou ver, pois é futebol de 1ª. Entretanto janto: sopa e massa a carbonara. Sabe-me bem, mesmo em frente à TV.

O serão acaba com Masterchef Austrália, que me diverte imenso, embora nunca me passasse pela ideia fazer uma daquelas receitas malucas. Pelo meio leio pelo Kindle no silêncio da minha sala até ir dormir.

Segundo o blogue Fio de Prumo :

Há os que nascem do lado bom da vida. E há os que nascem do lado mau. O grande problema é que estes últimos raramente conseguem mudar de lado!

HSC

Nasci do lado bom.....sem dúvida...

segunda-feira, 16 de março de 2015

A mensagem de Anne Frank

Teria feito 16 anos em Junho de 1945.
Morreu há 70 anos, em Março,  poucos dias antes de o Campo de Concentração de Bergen Belsen ser descoberto pelos Aliados depois de abandonado pelos nazis.

O National Geographic Channel dedicou um documentário ao que menos se sabe sobre a jovem judia.

Anne Frank foi obrigada  a viver escondida com mais sete pessoas num Anexo por cima do escritório de seu Pai Otto Frank, o único sobrevivente da tragédia.Aí escreveu o seu Diário, que sobreviveu por milagre, esquecidos no meio da papelada.



O documentário feito com imensa sensibilidade, entrevista duas ou três pessoas - uma dela antiga colega de Anne no liceu, que sobreviveu às condições terríveis de Auschwitz e Bergen-Belsen e que nos últimos dias de vida de Anne ainda lhe arranjou alguma coisa para comer, pois a jovem estava em estado de completa inanição e degradação física.


Resolvi comprar o Diário pelo Kindle e estou a lê-lo talvez pela 3ª vez. Foi uma das minhas heroínas quando o li aos 15 anos, falei dela durante anos aos meus alunos através de textos e até por meio duma gravação em cassete do diário que comprei em Londres.

 Anne Frank é e nunca mais deixará de ser um ícon para a juventude.

Este artigo - escrito em inglês, desculpem - refere-se à eternidade da sua mensagem, que contrasta com a efemeridade da sua vida.

Deep Survival: Anne Frank’s Extraordinary Act of Survival


If she had lived, Anne Frank would have turned 80 this June. Hers was an extraordinary act of survival, in which the process of living was far more important than the outcome. Her Diary of a Young Girl, published after her death, reminds us that in some cases survival is not simply a matter of how long you live, but how well you live.
Frank’s birthday is a good time to contemplate what it means, really, to survive.
The word is derived from the Latin supervivere, a combination of super (over) and vivere (to live). While the common translation of supervivere is “to outlive,” Frank’s diary suggests that supervivere means something infinitely richer. Her story describes survival as an act of grace under pressure—super-living, you could call it.
Frank saw her captivity as a chance to face “the difficult task of improving [her]self,” and as she worked steadily through the days and weeks, she “discovered an inner happiness underneath [her] superficial and cheerful exterior.” Directed action is always essential to this sort of super-living. There must be a purpose. For Frank, it was her diary. It kept her going and gave meaning, direction, and coherence to an otherwise insane existence.
She rejoiced in life, as long-term survivors always do. “We live in a paradise compared to the Jews who aren’t in hiding,” she wrote. She drank in the beauty of the natural world, looking out the windows at the sky and writing, “I firmly believe that nature can bring comfort to all who suffer.” 
Beyond the Edge- NG' blogspot.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Criatividade


Há momentos em que me dá vontade de pintar. uma tela gigante, como aquelas que vejo nas exposições ou nos livros. Tipo painel....se pudesse estendia uma tela no chão da minha cozinha e pintalgava tudo....o problema é que não tinha paredes para depois as pendurar.
figura de Keith Haring pintada e recortada pelo André

Cara pintada em tele pelo Daniel  em 2009

Pássaro com penas verdadeiras (Daniel)

pintura digital ( Paulo)
Estou bastante coartada na minha liberdade de expressão, pois há anos que não tenho espaço para pintar, apesar de ter um atelier grande. Não posso pintar de pé pois não me aguento muito tempo nessa posição, de modo que o cavalete quase não me serve de nada.


A minha mesa acrílica está cheia de objectos que preciso para pintar: bisnagas, godés,
esferovites, pincéis, esponjas, papel, caixas, etc. Só dá para pintar quadros pequenos ou médios.
 Entretenho-me a retocar telas que já fiz, a pintar caixas que compro no chinês, a ler livros sobre pintura,é um espaço meu, cheio de tudo o que gosto e até tenho trabalhos dos meus netos que foram feitos nos EU, como podem ver nas fotos. Só não tenho é música. Gosto do silêncio. Para variar da sala, onde posso ouvir música de todo o género.


Tenho pena de não fazer agora outro tipo de obras, a pastel ou aguarela....se os meus netos ficarem mais um ano longe ( custa-me imenso imaginar essa possibilidade, mas já antevejo um futuro tristonho),  vou tentar dar outra volta à minha vida.


Hoje dediquei-me a estes dois quadrinhos. São abstractos. Não têm nome. São pura cor sem formas. Cada um vê o que quer.


Criatividade não me falta. Qualquer dia  pinto frescos nos armários da cozinha. :)

terça-feira, 10 de março de 2015

A Primavera em casa


É um cliché dizer-se que a Primavera chegou.

Mas a realidade é essa, não há que negar . E até em casa podemos ter um vislumbre dessa transformação.

No jardim junto à minha casa, ontem às 3 da manhã, quando me deitei, ouviam-se passarinhos a cantar ao desafio com o gorgolejar da pequena fonte que os meus vizinhos pôem a funcionar de noite. Estive de janela aberta, contemplando as silhuetas esguias das árvores em frente, o esqueleto ainda esquálido da grande tília que anseio por ver florescer, o suave latido dos cães a grande distância. As flores já apareceram, os canteiros do meu vizinho encheram-se de pelargónios de todas as cores. E até os nossos canteiros mais pobrezinhos já estão com cachos rosa.

Os pores do sol prometem a continuação do tempo estival, ainda que umas nuvens comecem a ensombrar o horizonte.

Na minha sala, oiço no Brava a sinfonia nº 4 de Beethoven, menos conhecida, mas tão beethoveniana quanto as outras. Parece que estou numa sala de concertos rodeada da primavera por todos os lados.

caixinha pintada


Estou só, mas tão acompanhada!
Mal escrevo isto, soa o skype. É a minha Luisa com o seu sorriso contagiante. Todos os dias nos encontramos nesta sala a esta hora e quase sempre oiço música ao mesmo tempo. Está feliz....e isso é o que mais me importa. Também me fala da primavera em Leeds e do parque onde os estudantes se encontram para gozar do sol, jogar à bola, conversar e até dormir...que saudades dos momentos em que fomos felizes as duas.

Os sopros continuam trinitroar, oboés, clarinetes, trompas, flautas sobrevoam os violinos e violoncelos que, numa fúria, atacam ferozmente uns acordes, para se calar logo a seguir.

Isto é Beethoven. Na minha sala...

segue-se Dvorak e o maravilhoso Truls Mork ao violoncelo. Um dos meus concertos de eleição, que ouvi em Praga com os meus Pais em 1971. Les sanglots des violons....et des cellos como diria Verlaine.

A primavera sem música não teria alma.

domingo, 8 de março de 2015

a minha varanda

É um lugar excepcional para passar umas horas ao domingo.



Virada a sul, é inundada pelo sol até quase ao pôr do sol. Mais tarde, contempla-se a paisagem iluminada pelo rosa poente, os ramos das árvores em contra-luz, o rio ao longe, muito longe...


Hoje não me apeteceu sair. Passei duas horas ao sol e até fiquei bronzeada na cara, tal era o calor dos raios solares. Ouvi Vivaldi, a música ideal para os dias radiosos.




Está-se bem neste Dia da Mulher, que era o dia de anos do meu Pai. Faria 103 anos, mas infelizmente nem aos 70 chegou. Será sempre o dia do meu Pai.