sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Spring is around the corner



Já cheira a primavera...o inverno já passou....hoje esteve um dia lindo, céu azul com nuvens altas, temperatura amena e algo no ar que nos faz respirar melhor.

Estive sentada algum tempo na mesa da esplanada da Botânica, a gozar desta atmosfera e a ler My Brief History de Stephen Hawking no Kindle.

É bem agradável ler assim ao ar livre. Já terminei o Still Alice, que foi um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Está escrito dum modo exemplar na 3ª pessoa , mas como se estivéssemos a seguir a corrente de pensamento de Alice, que se vai apagando lentamente.

No Botânico, já havia florinhas por tudo o que é sítio, embora ainda tímidas por debaixo dos troncos de árvores muito burilados e esguios.
Quando entro neste jardim perco a noção da realidade, fico perdida naquele emaranhado de arbustos e sombras. Sinto-me bem e apetece-me fotografar cada recanto como se fora a primeira e a última vez....



 Fica aqui um poema sobre a Primavera de E.E. Cummins, um poeta contemporâneo:

Spring is like a perhaps hand 
(which comes carefully 
out of Nowhere)arranging 
a window,into which people look(while 
people stare
arranging and changing placing 
carefully there a strange 
thing and a known thing here)and

changing everything carefully

spring is like a perhaps 
hand in a window 
(carefully to 
and fro moving new and 
old things,while 
people stare carefully 
moving a perhaps 
fraction of flower here placing 
an inch of air there)and without breaking anything.
E.E.Cummins

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Castelejo


É a praia mais linda que conheço....e conheço muitas do norte ao sul do país. Já vivi seis meses mesmo à beira mar em Esposende e corri todas as praias do norte. Moledo é lindíssima. Também andei pelas praias da Figueira e junto a Lisboa, onde destaco o Guincho, um verdadeiro hino à Natureza e ausência de construção desfigurando a paisagem.

Mas é mais para o sul que ficam as verdadeiras praias de Portugal, sendo a Costa Vicentina uma reserva natural que ainda está virgem e espero assim se conserve para o bem de todos os que consideram as praias como oásis na selva da urbanização. O contraste entre as falésias de xisto muito negras e a areia branca, as esculturas naturais que as rochas vão formando pelo mar fora, a neblina que sobe da espuma e impregna o ar de um cheiro a maresia intensa.....tudo isso faz destas praias verdadeiros paraísos.



Houve momentos da minha vida em que passar umas horas em Castelejo e Cordoama me revigorava para o ano inteiro. Dizia para mim: As long as Castelejo exists, I'll be happy. E consolava-me das minhas agruras, escrevendo: Nevermind, Castelejo is still there! ( Desculpem, mas falo muitas vezes em inglês comigo própria...desde pequena!! :)

Há muito tempo pintei duas aguarelas desta praia e um acrílico, de que gosto especialmente. Ontem resolvi retocá-lo e ficou ainda mais bonito. A foto não consegue ser-lhe fiel, mas aqui fica.


Tenho inúmeras fotos lindíssimas, tiradas ainda com a minha máquina Canon à maneira tradicional, mas poucas em digital, dado que desapareceram quando o pc foi à vida....

Deixo aqui as memórias dum local místico e inigualável do nosso país. Se puder, viaje até lá....

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Felicidade

Após dois meses consegui reunir os meus dois filhos neste fim de semana.
É uma alegria ver a minha casa cheia, vozes de homem, ironia e risos, aqueles momentos únicos que nos relembram a infância, as idas aos gelados, à Foz, à Feira do Livro, à praia....risos e choros que não voltam mais.

Fomos almoçar à Foz no Real Indiana. Estava uma ventania desgraçada, o mar muito picado e verde.
A comida estava excelente e eu feliz.









Aproveitei uns minutos para tirar umas fotos junto à Pérgola, um dos locais mais carismáticos do Porto. O jogo de sombras e sol atraem qualquer fotógrafo. Aqui ficam.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

90.000 visitas


Chegámos a um número redondo: 90.000 visitas. 

Continuo a escrever quase todos os dias, embora nem sempre com a mesma chama ou inspiração. Não sei definir bem que tipo de blogue é este, há algum tempo que me limito a reflexões quotidianas e a expor as minhas fotos, uma das minhas paixões.

Este ano sinto que estou hibernando, mas não me sinto mal, pelo contrário, acho que cada vez interiorizo mais a ideia de que tendo saúde q.b., posso viver quase sozinha, preenchendo os dias com actividades que me dão prazer e enriquecem espiritual ou fisicamente. Vou vendo os filmes que saem e são mais falados, comentando livros que leio e exprimido as minhas opiniões sobre alguns temas que mais me atraem.





Esta cidade é bela e tem recantos onde nos sentimos bem - como Lisboa também tinha quando eu era jovem.

Hoje, depois de ir à piscina,  estive no Bom Sucesso, no antigo mercado que agora está na moda.
Todos os dias se enche de pessoas de todas as idades, os pequenos stands e restaurantes oferecem uma mistura de pratos gastronómicos, produtos regionais, sopas, marisco, doces dos mais variados estilos e gostos.

Hoje comi uma sopa de cogumelos que estava deliciosa. Depois trouxe dois rissóis de alheira  e ainda uma bola de berlim da Leitaria da Quinta do Paço a que não resisto.

Aproveitei para ler um pouco e tirar umas fotos com o meu i'Pad. Estou a tomar lhe o gosto.

OBRIGADA!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Caleidoscópio


Sempre adorei caleidoscópios, um brinquedo que me fascinava. Ainda hoje tenho um guardado, que já comprei na loja dos chineses.
Adoro ver os pedacinhos de espelho a saltitar e a dançar no fundo do tubo, fixando-se, por fim, numa coreografia mágica que se pode modificar no segundo seguinte.

Hoje fui à piscina e levei o meu iPad. Deitada numa espreguiçadeira comecei a olhar para as vidraças extraordinárias em frente e em cima, num jogo de cores iluminado pelo sol. O efeito era mesmo arrebatador para uma mente de fotógrafa amadora como eu.

Peguei no iPad e tirei umas seis ou sete fotos em ângulos diferentes. Todas elas ficaram interessantes per si, mas o conjunto era um verdadeiro caleidoscópio real. Resolvi por isso fazer uma colagem, que podem ver aqui.



Encontrei este poema em espanhol, que me parece muito interessante e acessível.

CALEIDOSCOPIO


Soy más de lo que ves, no te engañes
¿quieres conocerme? no te alejes
Soy un caleidoscopio, soy cambiante,
en un parpadeo: beligerante,
¿encuentras un espejo? no te espantes,
das otro giro y soy consecuente,
si ves una sonrisa: fascinante,
y al ritmo de la luna: ferviente,
al respirar profundo soy paciente
y en la soledad: inenarrable.
Cuando piensas que ya me capturaste
los cristales cambian y me perdiste,
Soy duna del desierto que no viste,
digo cosas que nunca esperaste
y hago otras que siempre quisiste,
Soy la suma de todos los placeres,
el recuerdo de todos los ayeres,
todo lo que alguna vez amaste
y al dejarlo te arrepentiste.
Soy la estrella que siempre seguiste
y también lo que no imaginaste,
Soy aquello que siempre anhelaste
y la boca que ansioso besaste.
Soy todo y más, no me encasilles,
Soy el océano y tardes grises,
Soy la borrasca en el arrecife
y el sosiego de los querubines.
Mira de nuevo y di francamente
¿Soy yo el ayer o Soy el presente?
mira más cerca, anda, atrévete,
toma tu tiempo y no desesperes.
Soy esa llama que nunca apagaste
y aquel camino que postergaste.
Soy un caleidoscopio, soy cambiante
¿quieres conocerme? no te alejes
¿quieres olvidarme? no te engañes.

Agia Debra


domingo, 15 de fevereiro de 2015

Dia do Amor

Como se fosse necessário evocá-lo num dia especial do ano!

O Amor, essa palavra tão enigmática e tão cheia de conotações, tão mal usada, tão desprezada e escarnecida, tão confundida e degradada.

O Amor pode ser o que de mais belo há nos sentimentos humanos, sobretudo quando é mútuo, entregue, puro e verdadeiro.



Aqui algumas frases sobre o Amor.

E uma foto que tirei por acaso numa das margens do Douro e que parece um coração enferrujado. Foi selecionado pelo GroupDK ontem, Dia dos Namorados.

Não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade.
Albert Camus

Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti. Mas viver sem amor acho impossível.

Jorge Borges

O amor não é recíproco, é pessoal, nasce no mais íntimo da nossa identidade. Não é metade de nada, é um todo. Precisa do outro como fim, não como princípio.

José Luis Nunes

Quem fala de Amor não ama verdadeiramente: talvez deseje, talvez possua, talvez esteja realizando uma óptima obra literária, mas realmente não ama; só a conquista do vulgar é pelo vulgar apregoado aos quatro ventos; quando se ama, em silêncio se ama.

Agostinho da Silva


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

10 nódoas cinzentas - 50 Sombras de Grey


O filme " As 50 sombras de Grey" é um dos maiores "barretes" que enfiei nos últimos tempos. Apesar disso, fiquei até ao fim e não saí a meio como já me aconteceu duas vezes, talvez porque estava sozinha e a sala estava composta.

Na minha opinião, o filme peca por:

1. querer intitular-se de história erótica que não é. O genérico dos Jardins Proibidos é mais erótico do que qualquer cena deste filme. :).Não sei se é pornográfico, porque não rotulo filmes com esse tipo de conceito.

2. apresentar duas personagens que parecem vir doutro planeta. Rapariga virgem aos 20 e tal anos na América ??? Homem tipo robô, podre de rico que esconde uma câmara de tortura de mulheres na sua mansão???

3. conter incongruências enormes: o empresário não quer publicidade, mas deixa-se fotografar pelos repórteres, aparece em sítios públicos com a nova namorada e apresenta-a à Mãe!!???

4. escolher uma personagem feminina que está na faculdade, sem nunca a vermos em aulas ou num ambiente académico. Será que ela não tem vida própria???

5. A rapariga sujeitar-se a sevícias só para compreender o que o "namorado" quer dela.

6. não haver qualquer química entre o par. O actor é um canastrão. Ela é muito melhor, mas não me parece que se deixasse enredar num jogo daqueles.

7. A história é linear e monótona.

8. A publicidade feita ao filme é megalómana. E enganadora.

9. Comparado com filmes eróticos como O Ultimo Tango em Paris ou O Amante de Lady Chatterley, este filme desaparece da nossa memória ao fim de umas horas...

10. As críticas do IMDB são de 3, 8 em 10. Jorge Mourinha dá-lhe uma bola negra. E ainda não tive tempo de ler outras críticas.

Em resumo. Não vá, se não é masoquista. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Aquaterapia

Que bom é estar em contacto com a água!




Já me tinha esquecido do que era fazer exercício na água e hoje tirei a barriga de misérias, como soe dizer-se.
Voltei à piscina, não havia ninguém, durante horas estive ali feliz, o sol a dar na água, e na vidraça do solário, fazendo desenhos caprichosos e atraentes.

Quando estou na água, a minha história é diferente, fala do mar e das sereias...ando debaixo de água no mundo do silêncio, do espiritual, puro deleite, amnésia total em relação aos problemas...quase que me julgo na estratosfera...

A água é um dos bens mais preciosos, ninguém a poupa e todos a temos como garantida...que seria de nós sem água? Somos uns privilegiados.

Nadar faz bem a tudo. Fiz exercícios dentro da piscina e senti-me outra. Depois sentei-me ao sol, abri o meu iPad e estive a ler Still Alice no kindle.
O livro está-me a fascinar, é muito melhor que o filme e aprofunda a evolução dos sentimentos de Alice dum modo extraordinário.
Não há dúvida de que Julianne Moore a interpreta dum modo notável, mas a descrição no livro é espantosa, há toda uma paleta de emoções e estados de alma. de dúvidas e receios que são  impossíveis de retratar em imagens;  a descrição na 3ª pessoa, as frases e as palavras são mais ricas e generosas.

Ler num sítio público sossegado é mais fácil do que ler sozinha em casa, por paradoxal que pareça.

A Arcádia
dentro da Bertrand oferece um local excelente para podermos ler descansados.

A decoração faz-me sempre lembrar o meu Pai que era fã dos chocolates e nunca deixava de comprar bombons quando vinha ao Porto. Conheci-os muito antes de conhecer a cidade, onde, afinal, vim parar.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Palavras que gostaria de ter escrito


Envelhecer

Precisava de um livro para explicar o que me irrita neste país novo da crise e da miséria.
Crescentemente, quando vejo televisão (sobretudo os noticiários), este Portugal onde nasci e, mal ou bem, vivi setenta anos, me parece um sítio desconhecido e hostil, em que não posso continuar. Os velhos são assim e já Chateaubriand dizia: é muito duro envelhecer, mesmo se o mundo à nossa volta não muda ou muda pouco, mas muito mais duro é envelhecer num mundo que mudou. Precisava de um livro para explicar o que me irrita neste país novo da crise e da miséria e, como não tenho força e paciência para começar um livro, resolvi ir escrevendo sobre as coisas que me exasperam mais. Por exemplo:
1. A desvergonha com que a esquerda usa a desgraça dos portugueses como argumento político. Desemprego, impostos, salários ou, no dia-a-dia, urgências que não funcionam, o remédio para a hepatite C que não há, outro desconto ou proibição – tudo serve, não se percebe como, para demonstrar a enorme virtude do PS e a imensa maldade do governo. Nós bem fugimos desta ladainha. Só que ela nunca pára e não nos larga.
2. A multidão de salvadores da Pátria, que prometem o céu e que entretanto se juntam e separam, avançam e recuam, como se andassem num jogo de possessos sem sentido e sem fim. E que berram e se esgadanham por esses debates, despejando lugares-comuns com uma estranha importância e uma grande satisfação.    

3. A maneira como o jornalismo gira à volta do desastre, do crime e da pequena história de “interesse humano”, numa altura em que Portugal e a Europa se desfazem.
4. A obsessão incrível e paradoxal com restaurantes, que abrem às centenas (apesar do IVA) e que se pretendem sempre pioneiros de uma especial cozinha ou de uma extraordinária ideia; e que têm na cave vinhos sem igual. Quem lá vai? A classe média que se destruiu, os banqueiros que faliram, os corruptos mascarados que esperam a sua hora?
5. A obsessão geral com o espectáculo; com qualquer sítio onde se juntam milhares de bípedes, saltando e pulando e muitas vezes guinchando, para seu contentamento e nossa aflição. Os “festivais” da carne, da fruta, do queijo, do enchido, do mexilhão, do doce regional ou nacional, da primeira coisa que dê para armar a tenda e ganhar uns tostões.
6. A futilidade da conversa sobre a economia, como se por aqui ainda não se percebesse que a economia não é uma ciência, é um capítulo da política.
7. A inferioridade que revela o culto de Ronaldo – nome obrigatoriamente precedido por o “melhor do mundo” – e o de uma dúzia de personagens menores que se tornaram “os melhores” de qualquer coisa ínfima ou gratuita.
Como não ser pessimista?

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Silhuetas e contra luzes

É um dos fascínios dos verdadeiros fotógrafos: fotografia contra-luz.

Agora no inverno, é mais fácil conseguir efeitos extraordinários, dado que as árvores estão despidas e os troncos são verdadeiras esculturas erguendo-se para o céu. Do mesmo modo, os pores do sol tornam-se mais visíveis às horas em que podemos andar nas ruas ou perto do mar.


Este ano tenho visto no Facebook fotografias incríveis de pores do sol no Douro, mas não gosto de as reproduzir aqui sem autorização dos autores.

Em tempos, fiz uma exposição de fotografia no Vivacidade a que chamei Jogos de Luz. Todas as fotos eram a preto e branco do mesmo tamanho e a contraluz. Essas fotos estão no meu atelier em três paredes e formam um recanto que considero mesmo artístico.

Entretanto aderi ao grupo Silhouette Art Photo e já fui seleccionada inúmeras vezes para o TOP, que inclui as melhores do dia ou dum determinado tema. Ficam aqui algumas dessas colagens e as minhas "galardoadas" e não galardoadas. Não me canso de fazer experiências.


E para terminar um poema que encontrei no blog Cosmopolitan.com e que é apropriado ao tema:

Contraluz

Eu sou o verso que vaga perdido
inerte dentro de um sonho tardio,
sou a saudade que me tem esquecido,
sou o poetar da dor que não alivio ...


Sou o poema que lanço ao infinito
na oprimida poesia que julgo conhecer,
sou quem na noite desperta aflito
agonizando no versejar sem se caber ...

Sou angústias que exponho ao destino
no horizonte inóspito do meu pranto,
sou a lucidez contida em cada desatino,
sou a ternura derramada no acalanto ...

Sou um profeta estranho ao futuro
trilhando desertos em caminhos sem guia,
sou a contraluz de um coração escuro,
sou o prelúdio do amor rimado à revelia ...

Sou a fratura exposta da face discreta
na peregrinação em busca da licença poética,
eu sou o sangue esvaindo da ferida secreta,
eu sou o orgasmo da minha poesia frenética ...

Sou a poética que ao crepúsculo reconheço
exilada no mais profundo porão do meu ser,
sou todo o sentimento que em vão ofereço,
sou o poeta que, enfim ... vai desaparecer ...

Jean Paul Lopes



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Still Alice

Estreou hoje com o nome ridículo : Chamo-me Alice.

Não traduz a palavra "still" - ainda. Ainda sou eu, ainda estou cá, ainda sei quem tu és.

Um filme que vive da interpretação excelente de Julianne Moore, que, a par de Meryl Streep, é uma das maiores actrizes deste século. Um papel dificílimo que poucas pessoas seriam capazes de retratar deste modo.
Em hora e meia, vemos uma mulher inteligente envelhecer física e mentalmente, sofremos com ela, parece que nos toca a nós.

Não sei dizer se o filme é bom ou muito bom. Tocou-me profundamente, como esta ária da Traviata de Verdi que estou a ouvir enquanto escrevo.

A degenerescência da mente que o indivíduo vai consciencializando lentamente deve ser das formas mais crueis de se sobreviver. Porque se deixa de viver.
Em dada altura, Alice desabafa: "Preferia ter um cancro". Parece estranho, mas não é.



"Addio del passato" de Verdi exprime exactamente o que vai no interior de Alice. E doi profundamente.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O inverno no botanico e por aí

Hoje dei um passeio de uma hora a pé pelas redondezas.

Levei o meu iPad e enquanto andava, ouvia música baixinho e tirava fotos espantosas, daquelas que só se apanham mesmo nestes dias de invernia,




em que as nuvens são tão brancas que ferem a vista. É tempo britânico, costuma dizer a minha Luisa....e é....muito frio, um ventinho agreste....mas espaços de céu enormes por entre os ramos esquálidos que choram pela primavera.

Infelizmente ou felizmente, os nossos jardins têm sempre plantas verdes, vivas, sempre iguais....

As obras estão quase a acabar, pelo menos as cercas diminuíram e a casa está aparentemente pronta. Estou morta por ver o meu jardim florido, as áleas todas abertas, espaço até ao infinito.

Não sei o que se pretende com estas remodelações, sei que modificaram a casa pequena que fica em frente da minha janela e que está muito mais feia, perdeu a graça, parece um caixote de betume com janelas. Custa muito comparar as fotos anteriores e estas. O por do sol, no entanto continua lindo visto aqui da varanda.


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Pastoral

Vim agora duma consulta de dermatologia.

Estava muito nervosa pois ouvi falar tanto de cancros da pele, que tive receio de ter algo parecido. Tenho manchas e manchinhas por todo o lado - segundo o médico muito poucas - e não sabia se seriam melanomas ou outras coisas acabadas em omas que me assustam! Já há muito que queria fazer um rastreio para ficar sossegada.

Aconselharam-me esta clínica privada e lá fui. Tratamento VIP, esperei cerca de dez minutos, o médico era muito simpático, afável, interessado em mim. Scaneou-me todas as pintinhas e manchas e riu-se. Está tudo bem, não tem nada de grave, mas se fosse a si fazia um tratamento laser para tirar as manchas do rosto, ficava mais bonita. Acedi em fazer duas sessões ( que custam os olhos da cara, literalmente) para ficar sem manchas. O tratamento é a laser e não dói nada, a não ser na carteira. O Adse talvez me dê algum..... :)


Vim para casa e sinto-me em paz, na Brava tocam a Pastoral, uma das minhas sinfonias preferidas, transmite-me paz e serenidade...entretanto, inspirada, sentei-me á mesa do atelier e fiz uma aguarela que me transporta para os montes do Yorkshire on está a minha linda filha,de quem tenho saudades imensas...

Cá está ela, ainda um pouco húmida....talvez fique um pouco mais clara depois de secar. Dedico-a minha Luisa.




Pode-se acompanhar com o 1º andamento da Pastoral.....com paisagens magníficas do Yosemite Park onde tive o privilégio de passear em Outubro.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

The best of boats

marina de Lagos
Descobri um novo grupo de fotografia no FB : The best of boats.

Sempre gostei de barcos pois amo o mar, os lagos, os rios, água corrente. Se pudesse todos os dias fazia experiências na água, hidroterapia, talassoterapia, etc.

lagos- grutas
Quando tinha 20 anos o meu pai comprou-nos um barco de borracha Pirelli, que dava para duas pessoas. Tinha remos leves e manejava-se com facilidade. Foi uma das prendas familiares que mais gostei. Sempre que o mar estava de feição , sobretudo de manhã, mas também nas tardes de sueste, levávamos o nosso barco, remávamos até às enseadas ou até à praia grande, era mesmo uma experiência maravilhosa. Só numa dada altura, é que tive um percalço numa tarde de vento norte. Não conseguia voltar à prainha depois duma volta grande. Vi-me forçada a mergulhar e a puxar o barco pela corda, num esforço titânico que me saiu do pêlo. Apanhei um grande susto!!

kayak no Lakeside - Leeds

Porto-  Cais do ouro

veleiros em Matosinhos


Paraty - marina
Durante anos comprei  barquitos dos baratos para andar com os meus filhos. Infelizmente furavam com facilidade e não duravam muito.

Este ano fui à Ponta da Piedade de barco e adorei andar pelas grutas rendilhadas com a água esverdeada e transparente.


Ficam aqui algumas fotos de barcos que postei no site em questão.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Descobri o Kindle!!

Já tinha ouvido falar. Já tinha invejado pessoas que via nos aeroportos e nos aviões agarrados aos iPads e não transportando livros pesados nas carteiras. Já tinha uma noção do que era o aspecto dum livro nos tablets, mas nunca tinha experimentado este sistema de leitura por prazer.

Conheço o Projecto Gutenberg que dá acesso livre a muitas obras clássicas e até já li alguns livros no computador quando ainda não tinha iPad.

O blogue "O Livro na Areia", que no me canso de elogiar, sugeriu a leitura dum livro chamado : Windows on the world, que junta textos descritivos a gravuras de janelas abertas sobre cidades, jardins, campos, etc. Fiquei com a pulga atrás da orelha, como se costuma dizer. Procurei a Amazon e encontrei lá o livrinho, atraente, q.b. Resolvi comprá-lo, mas como há muito não adquiria nada, enganei-me e comprei o formato digital do Kindle.



O Kindle é um leitor de livros digitais , desenvolvido pela Amazon, que permite aos usuários comprar, baixar, pesquisar e principalmente ler livros digitais, jornais, revistas e outros media digitais via rede sem fio. O aparelho pode ter vários tamanhos e já vai na 4ª geração.

Apple inventou uma aplicação que dispensa aparelhos;  podemos descarregar os livros online da Amazon para os tablets, iPads, telemóveis, etc., não precisamos de ter mais nada extra para ler. 
É tentador...

Logo que adquiri o item pela Amazon, o livro apareceu automaticamente no iPad com as gravuras, que se podem aumentar, virar, ver em pormenor, etc. Fiquei apaixonada pelo sistema, dado que se pode aumentar a letra e a ideia de ler sem ter de pegar num calhamaço pesado é fantástica. Até para ler na cama é prático.


Fiquei tão fascinada, que à noite, resolvi comprar mais dois livros - por metade do preço da versão em papel e sem portes - o  My Brief History , biografia escrita pelo próprio Stephen Hawking com fotos da sua vida, e a obra que serviu de inspiração e fonte para o filme de 2014, Travelling to the Infinite, my Life with Stephen



escrito pela sua primeira mulher, Jane. 
Ambos são aliciantes a tal ponto, que li mais de 50 páginas do segundo e deitei-me às 4 da manhã.

Ler deste modo também tem a vantagem de ser cómodo, colocamos o iPad numa mesa ou no colo, na melhor posição. 


Não enchemos estantes de livros....é claro que não sentimos o cheiro do papel e das tintas, mas isso dispenso hoje em dia....

Podemos levar a leitura connosco e ir ler à beira mar, numa esplanada, sozinhos, sem perigo de estragarmos o exemplar ou de ele ser pesado demais. Quando nos cansamos de ler, podemos ouvir música do iTunes ou do Spotify. A vida é bela.

As tecnologias mudam o mundo.....e segundo li há dias:  ser inteligente é adaptarmo-nos a elas.