sábado, 31 de maio de 2014

Hasta Luego

Parto daqui a horas para Faro de avião.

A viagem leva 45m apenas, mas temos sempre de estar no aeroporto duas horas mais cedo. Já faz parte do ritual da Ryanair, pela qual viajo há anos. Sobrevoamos Portugal inteiro e é maravilhoso num dia como o de hoje ver a diversidade de paisagens de norte a sul. Espero conseguir fotografar a ria Formosa e o  Alqueva, que do avião se vêem  maravilhosamente em dias claros.
Depois seguiremos para a Praia da Luz, que ainda fica a uns 80km de distância.

Esperam-nos uns dias sossegados - até demais - mas fora da cidade, com o mar todo à vista. Os horizontes são tão vastos que se perde a noção do que é viver fechado dentro de 4 paredes. O terraço é o nosso mundo e só para fugir do sol é que nos mantemos dentro de casa, por vezes.

Esta casa foi construida vai fazer 50 anos em 2016. É uma vida. Fui para lá tinha 20 anos e todas as famílias das outras casas eram amigas. Havia jovens dos 4 aos 30 anos e não sei como, dávamo-nos todos maravilhosamente. Houve namoros pelo meio, paixonetas, arrufos, brincadeiras e muitas, muitas recordações que ainda hoje nos vêm à mente ao ouvir certas músicas ou comer certos pratos.


A geração dos meus Pais era especial, com os seus defeitos e qualidades, e deixou-nos uma série de valores, que ainda hoje respeitamos e procuramos que os nossos filhos respeitem. A casa pertence a sete de nós ( meu Irmão mais novo vendeu a sua parte) e temos regulamentos e datas para ocupar a casa nos meses de verão, assim como o compromisso de deixar tudo impecável para os que vêm a seguir.

Já passámos muitos verões fantásticos por ali, conhecemos tudo praticamente.

Muitas vezes pensei que ir para a Luz era voltar às minhas raízes, dado que aqui, no Porto, não tenho ninguém da minha família alargada. Ali era um reencontro com lugares e pessoas que sempre fizeram parte da minha existência.

E depois há aquele mar imenso no qual nos perdemos.....

Até logo!

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Um pintor quase desconhecido: John Atkinson Grimshaw

Quando fui a Leeds em Março, voltei ao Museu da cidade e estive a contemplar os quadros dum pintor britânico, nascido em Leeds,  que é praticamente desconhecido globalmente.
Fiquei extasiada perante alguns quadros, todos eles envoltos num certo mistério, luzes nocturnas, esparsas, nevoentas e telas muito inspiradoras.
 Já andava com vontade de escrever sobre ele há meses, hoje resolvi fazê-lo para me distrair das peripécias políticas que  enchem as páginas dos jornais e da net.





Gostava de ter produzido estes quadros, o que não acontece com muitos outros que nunca me passaria pela cabeça copiar ou reproduzir.
Fotografei vários que podem ver aqui, juntamente com outros da colecção: http://www.johnatkinsongrimshaw.org/




Vai aqui um texto curto da Wiki sobre o artista.


John Atkinson Grimshaw (1836 - 1893) was a Victorian-era painter, notable for his landscapes, usually known as Atkinson Grimshaw.

He was born 6 September 1836 in Leeds. In 1856 he married his cousin Frances Hubbard (1835-1917). 
He died 13 October 1893, and is buried in Woodhouse cemetery, Leeds.

In 1861, at the age of 24, to the dismay of his parents, he departed from his first job as a clerk for the Great Northern Railway to pursue a career in art. 
He began exhibiting in 1862, under the patronage of the Leeds Philosophical and Literary Society, with paintings mainly of dead birds, fruit and blossom. 
He became particularly successful in the 1870s and was able to afford to rent a second home in Scarborough, which also became a favourite subject.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

instabilidade

Ultimamente, tenho andado mais interessada no rumo político do país do que no meu blogue.

Desde Domingo que estou a assistir da bancada - e nos sofás do Facebook - ao terramoto que os resultados eleitorais causaram. O terramoto é mais da esquerda, visto que a direita se manteve firme e nem pôe a hipótese de alterar a sua governamentação.

Admiro a coragem de António Costa - conterrâneo do meu Pai e vizinho da nossa família em Goa - pois é arriscado avançar, sabendo que o partido está dividido e não há, na realidade, grandes queixas contra AJS , a não ser o facto de titubear e de apresentar uma imagem débil que não augura nada de bom para as eleições de 2015.

Acabado o futebol para já, Fátima e, andando o Fado um pouco relegado nos inúmeros programas dedicados à música, um confronto político é tudo aquilo que os media precisam para se fortalecer. Há 15m que estão a ouvir o porta-voz do PCP a falar da moção de censura ( todos parecem o Cunhal a falar!!!). Já não se aguenta ouvir a mesma cassette.

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Entretanto pintei dois quadrinhos e modifiquei um pouco o quadro das papoilas já antigo.

Gosto deles. Ficam aqui para amenizar o tema.....


Chuva de verão



sem título


sábado, 24 de maio de 2014

Sem música e sem mar, a vida não teria sentido


Andei numa lufa-lufa nestes dias: IRS, consultas, óculos, arrumações, etc.

As falésias douradas da Luz
Vou para o Algarve na próxima semana, quero ter tudo o que necessito, inclusivé roupas adequadas. Lá não uso o mesmo que aqui, pois necessito de mudança para gozar as férias como tal.

Estas férias vão ser de contemplação e puro gozo da natureza.

Vou só com a minha filha e ela melhor que ninguém ama aquela praia, sabe respeitar os silêncios e ri-se quando ambas estamos felizes...nunca me senti infeliz com ela na Luz. Estamos em uníssono em quase tudo, embora cada uma saia quando lhe apetece, coma quando tem fome e sem qualquer ritual, vá à praia de manhã, à tarde ou mesmo à noite...

Luar de Agosto tirado do nosso jardim

Adoro a Praia da Luz, que é "minha" desde os 20 anos....graças ao meu Pai, que lá construiu uma casa para nós todos. Conservamo-la, somos ciosos dela, distribuímos as quinzenas pelos oito filhos e respeitamos os tempos de cada um e das suas famílias...por vezes encontramo-nos, noutras estamos sós. Não há obrigações...

Lá preciso do mar, que está mesmo à minha frente, dum azul que fere ou mesmo encapelado em dias de sueste...ele é parte integral da casa, a metros dela. Com o luar magnífico ou sem ele.


Fim de tarde na praia
Também preciso de música, muita música. Adoro as noites calmas, no jardim a ouvir o meu Ipod e a olhar as estrelas. Faz parte do meu ADN. Sem ela seria muito mais infeliz.

                                     

Levo o laptop, é claro e a máquina fotográfica....tudo o que me ajuda a reinventar a paisagem, a descrevê-la, a descrever-me e aos meus estados de alma.

Será narcisismo.

Para mim é sempre um escape à cidade,  às gentes, ao atabafamento, à poluição.

É uma viagem para dentro de mim mesma, uma meditação permanente sobre o que quero da Vida que me resta.

Assim seja este ano!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Mountain View


Mensagem para leitores de Mountain View:

I have noticed there are some readers from Mountain View, who read this blog regularly.
Could you please contact me - here or via Facebook - ? I'm very interested in getting to know people living there as I'm probably going to stay there some time in October. Thank you in advance.

Have a good weekend!

terça-feira, 20 de maio de 2014

Nostalgia

Tenho andado numa roda viva estes  dias com consultas marcadas, vindas de picheleiro e electricista, problemas com o IRS e ainda a revisão de provas dos materiais já produzidos e que vão agora para impressão definitiva.

Pelo meio, tenho ouvido muita música clássica no Mezzo e no Brava.

Ontem apanhei uma espécie de maratona de Bach, com concertos sucessivos de pianistas conceituados uns a 4 mãos , outros a 8 mãos!! Custa a acreditar como é possível sincronizar 4 pianistas com uma orquestra a tocar um concerto de Bach, mas a verdade é que a harmonia é perfeita e o deleite total. Bach tocado assim deixa-me sem palavras! Podem ver no vídeo...



Hoje fui a uma consulta de oftalmologia e descobri que tenho um princípio de catarata no olho esquerdo. Como vejo bastante bem, mesmo sem óculos, fiquei um pouco preocupada, mas o médico disse-me que voltasse daqui a seis meses para ver a evolução. Quanto à miopia, não está pior e a vista cansada é quase ínfima. Valha-nos isso!


Cheguei a casa e sintonizei o Brava. Estão a transmitir o concerto dos três tenores: Pavarotti, Carreras e Placido Domingo, qual deles mais carismático.

Regresso aos meus 12-13 anos , à nossa grande sala, depois do almoço, quando o meu Avô se sentava no sofá e pedia às netas que lhe pusessem a música no gira-discos , pois ele não o tinha e nunca teve em casa. Agora o "Cuore Ingrato", depois o "Granada", em seguida "E Lucevan le Stelle", "Nessun dorma"....e por aí adiante, tudo canções de partir  o coração, que ainda hoje me fazem chorar...estou aqui num pranto e a minha filha a sorrir. São recordações tão quentes, tão queridas, como é possível quase sessenta anos depois ainda nos emocionarmos com melodias e vozes destas! Bem dizia a minha Mãe que depois de certa idade é melhor não ouvir certas músicas....

Nada supera as árias de ópera, quando bem cantadas, em emoção e expressão de sentimentos. Mas também nada nos comove tanto como recordar os nossos entes mais queridos através da música.....



domingo, 18 de maio de 2014

A Ribeira by day

Não contente com o jantar há dias na Ribeira ( :)  ), hoje fui lá almoçar com a familia toda ( ex-incluído).

Estava uma tarde de sol e já era tarde, de modo que os restaurantes estavam cheios. Percorremos as ruazinhas todas, procurando um sítio agradável e não demasiado caro, mas foi difícil. Para mim, foi um gozo enorme, já que ando bem e de máquina a tiracolo, não há quem me pare!! Só tenho medo de cair ou escorregar nas ruelas de calçada...mas a visão destes séculos de História pôe-me em extase.

Mais uma vez fiquei boquiaberta com a visão azul do rio Douro. É de um azul tão profundo que parece irreal. Tudo adquire uma luminosidade especial.

As casas, qual delas mais rendilhada, varandas de ferro ancestrais, com roupa a secar ou transformadas em bares e restaurantes.
Ruelas apertadas em que os prédios quase se tocam com lampiões a condizer com as fachadas, já um pouco deterioradas, mas cheias de patine.

Crianças a correr pela marginal atrás duma bola ou a  tomar banho no rio (poluído...), felizes da vida...

Vendedores ambulantes a vender toalhas com galos de Barcelos, algumas com motivos de Natal, coloridas, q.b. Os estrangeiros adoram o ambiente popular e enchem as esplanadas ao sol.

Comemos dentro do restaurante num primeiro andar com uma janela abobadada com vista para o rio. Foi caro e não tão bom como na Mãe Preta. O bacalhau estava uma delícia, mas os rojões não tanto.




Do site Rotas e Destinos extraí este texto sobre este centro histórico tão carismático, mas simultaneamente tão desprezado.

Lugar de contrastes, na Ribeira convivem as duas realidades. Uma é ponto de partida de todos os city tours e cruzeiros que sulcam as águas num sobe-e-desce incansável, imagem de cartão-postal onde a cada dia se multiplicam as esplanadas, as lojas de vinhos e os restaurantes e a parte mais conhecida da zona classificada pela UNESCO como Património da Humanidade. É a sua face solar, alegre e curiosa, observada por um enxame de olhos e câmaras voltadas para as frontarias ora pintadas de cores fortes, ora cobertas por azulejos, com a lentidão do rio, o alvoroço das pombas e a fruta enclausurada em caixotes entre as mesas dos cafés. 



Na outra, onde a vida se desenrola em vielas tão apertadas que o Sol só aí se demora por breves instantes, solta-se o calão mais denso do burgo, as crianças descem pelos corrimões que dividem as escadarias, a água escorre pelos passeios e sons domésticos misturam-se com os de pequenas oficinas. Não fossem alguns sinais que denunciam o século XXI e julgaríamos ter viajado até à Idade Média, tal a atmosfera, a estreiteza das ruelas, os odores inclassificáveis.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Este Porto é lindo de morrer


Há muito que não ia à Ribeira. Mais precisamente desde o encontro do Woophy, há anos, em que percorremos as ruas todas e atravessámos a ponte até Gaia numa tarde amena.


Hoje resolvemos ir até lá para jantar. Fizémos um pequeno passeio pela marginal antes e depois de jantar.

Apanhámos os últimos raios de sol sobre a ponte Luiz I, o casario de Gaia e o Mosteiro da Serra do Pilar, que se despediam de mais um dia de quase verão. Não se sentia brisa, a não ser a que vinha do rio, dos barquitos ancorados e os odores saborosos dos inúmeros rrestaurantes que pululam na marginal e nas ruas travessas. Ainda estavam abertos os stands de artigos regionais. Dezenas de turistas tiravam fotografias e procuravam sítio onde jantar.


Já tinha ouvido falar do restaurante da Mãe Preta e nem sequer sabia onde era, mas démos logo com o local. Comemos os rojões da nossa vida, estavam magníficos, saborosos com o sangue, a tripa enfarinhada, as batatinhas salteadas e até legumes cozidos que rimam muito bem com este pitéu. Antes disso uns bolinhos de bacalhau que me souberam pela vida. A acompanhar, sangria excelente e para sobremesa toucinho do céu, a meias. Ainda trouxémos restos para casa que darão um belo almoço amanhã...

Depois foi o encantamento: a Ribeira à noite. É mesmo um cenário de ópera.

São as casas antigas, qual delas mais especial, mais pitoresca, mais acolhedora, luzes de velas nas mesas do 1º andar, as passagens em arco com luzes ténues, a mistura de gente local com os turistas,

As mesas na esplanada estavam cheias de gente nova, franceses, super alegres, cantavam, riam e falavam muito alto. Os empregados eram duma simpatia inexcedível e bonitos!! Ficámos encantadas com o serviço, bem diferente daquele que às vezes encontramos no Algarve, onde os estrangeiros são reis e os portugueses menos bem tratados..

A Ribeira são  capelinhas no meio da roupa a secar, as silhuetas dos prédios nos pontos mais altos, as torres, os arcos, as ruas por trás, as varandas iluminadas, é tudo tão antigo, tão romântico e belo!

E o rio de águas calmas, azuis e doiradas, iluminando as duas margens, unindo-as numa linha única de beleza indescritível. Bendita cidade!






quarta-feira, 14 de maio de 2014

Prazeres simples

Hoje consegui andar duas horas na rua sem problemas de maior, excepto um percalço que me ia fazendo cair quando falhei um degrau das escadas do metro. Felizmente ia apoiada ao corrimão, hábito que mantenho pois, sem isso, descer escadas é mesmo muito complicado.

Fui de autocarro até à Rotunda, saindo para ir aos correios enviar uma carta com documentos necessários para o reembolso da viagem à Australia. Estou contente pois vou ser reembolsada quase na totalidade em face do seguro que fiz na altura. Deu-me muito trabalho arranjar toda a documentação, incluindo o atestado médico que confirma a minha incapacidade física e motora. Só quando vir o dinheiro na minha conta é que vou acreditar....mas ir a Australia só mesmo em sonhos....

Os correios estavam cheios, mas gosto do sistema de tirar senha, pois dá para sair e ir comprar uma garrafa de água, por exemplo ou mesmo tomar um café e ler uma revista. Já há muito que não ia aos correios, hoje em dia faz-se tudo por email.

Depois apanhei o metro com o mesmo bilhete do autocarro e fui até ao Bolhão, onde fica a Loja dos Linhos. Já tinham recebido a linha que eu precisava para acabar a minha toalha, começada há dois anos e que resolvi agora acabar. Está bonita, como podem ver aqui ainda amachucada de andar num saco de plástico.

Tenho saudades do tempo em que bordar e crochet faziam parte do meu quotidiano, sempre gostei de estar no sofá, virada para a janela, ouvindo música e fazendo um trabalho de mãos. Muitas coisas fiz desde a minha juventude.
Mesmo ontem, acabei um pulover para o meu André que já está enorme com os seus 8 anos. É de um vermelho benfiquista, embora ele não ligue nenhuma ao futebol.

Hoje está um dia de verão....calor a sério. Espero que não aqueça mais , se não começam os incêndios e os meios de comunicação social a encher-nos a cabeça com o terrorismo florestal. Já não basta o futebol...que paranóia!!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Esculturas no botânico


Hoje resolvi ir ao meu jardim, que tenho abandonado um pouco este ano, talvez porque uma parte está em obras e não conseguimos andar à vontade por todas as áleas. Custa-me ver as sebes protectoras que nos proibem de ir a certos sítios, onde há anos, disfruto das árvores, dos arbustos e das centenas de flores de rodondendro, dum rosa quase irreal.

Mesmo assim, o jardim estava estava lindíssimo
com as árvores frondosas cheias de flores e frutos, os cactos lançando as suas flores peculiares, os aloés sobressaindo no meio do cascalho. O jardim de cactos enorme  lembra-me o faroeste e as histórias de banda desenhada, mas não é o meu local favorito.Adoro a parte debaixo, mais sombria.... o mistério dos troncos seculares....

Infelizmente o meu jacarandá já tinha dado flor e já estava verde....não sei como floriu sem que eu desse por ela. Adoro aquela imagem lilás rendilhada no fundo do jardim...este ano não a vi.

Os nenúfares também já têm flor, parecem umas carinhas de crianças rosadas no meio da floresta de folhas carnudas e bem verdes que quase as afogam. São perfeitas e tão simples, não me admira que Monet se apaixonasse por elas e as pintasse de todas as cores.

As rosas também estão em pleno desabrochar, de todas as cores, muito altivas e cheirosas. Só gosto delas em botão quando ainda não têm pétalas murchas, mas isso dura dois dias, se tanto...


Há, presentemente, uma exposição de esculturas originais, uns animais muito esguios e patuscos, que estão pousados nas zonas mais diversas do jardim. As crianças devem achar graça a estas figurinhas que surgem quando menos se espera: garças, sapos, crocodilos, aranhas, avestruzes, pássaros alados, cavalos, etc. andam por ali, salpicando a paisagem. Interessante!
Faz-me falta o café japonês que fechou por causa das obras. Era muito agradável sentar ali a tomar um chá de frutos tropicais e a comer um brownie de chá verde....tudo o que é bom acaba!! Sentei-me no banco de azulejo com a minha filha, ela ficou lá a meditar e eu vim sozinha para casa. Se não fosse o barulhos dos carros da VCI, este local era o paraíso.


Fica aqui um curto texto de Sophia para recordar aquela que foi a grande amante deste jardim no tempo em que se via o mar dali e não havia carros, nem poluição e os pássaros conseguiam fazer-se ouvir....

Será que ela nos vê quando admiramos as flores do seu jardim?


" Não era propriamente à casa da minha Avó que eu ia, mas à quinta que a rodeava, os maravilhosos jardins, as rosas, os buxos e as camélias, as glicíneas e os muguets - ...as suas penumbras verdes na primavera e no verão, a luz doirada do outono, e o chão juncado de folhas, o cheiro intenso e húmido da terra, do lago e dos musgos, ... tudo isso era para mim um mundo inesgotável de contínuas descobertas."
....

" Passavam pelo ar aves repentinas,
O cheiro da terra era fundo e amargo
E ao longe as cavalgadas do mar largo
Sacudiam na areia as suas crinas."

Memórias de Sophia ( Revista Ler)



50.000 VISITAS

Num ano e quase meio, não está mal.

Ultimamente tenho tido muitos leitores dos EUA, o que não acontecia há uns meses.


Como sou muito curiosa, gostava de saber como chegam até aqui e porquê. Mas isso ficará no segredo dos deuses!!

A todos o meu OBRIGADA.

É sempre óptimo saber que o que escrevemos tem algum interesse para quem nos lê, mesmo quando são apenas desabafos do coração.

Que tal virem até à praia dos Ingleses para um chat face to face? Era lindo!! Abraço!