domingo, 28 de dezembro de 2014

Mr Turner - um pintor de génio

Nunca vou aos shoppings ao sábado. Muito menos no Natal.

Mas hoje queria distrair-me e sair com a minha filha, estar com ela nestes últimos dias é uma necessidade. Já só faltam dois dias e ela irá de novo para longe de mim.... o tempo passou depressa demais.

Dizer adeus é triste.
Como diz o meu neto no skype: Hello...goodbye!. Custa muito, já ando deprimida de novo e a ressaca das festas não ajuda.

Pois hoje fui ao Arrábida shopping. A fila dos bilhetes era longa, mas a minha filha esteve lá estoicamente enquanto eu ia comprar as sandes para almoçarmos. E valeu a pena. Nunca vi a sala tão cheia, embora o filme fosse para uma élite, aqueles cinéfilos que aguentam filmes de 2.30, lentos, com imagens espantosas da natureza,  reconstituindo uma época que foi trágica em muitos aspectos, mas sem grande acção.

Há filmes que só podem ser vistos no cinema. Lembro-me de Tous les matins du Monde, O Piano, As Horas, Moonrise Kingdom, etc. São grandes filmes que nos envolvem numa atmosfera especial.

É como se nos metessem numa cápsula e nos tele-transportassem para o passado. Durante aquele tempo abstraímo-nos do presente e das pessoas que estão à nossa volta.

Mas há quem odeie estes filmes e saia a meio enfadado. Li críticas no IMDB que diziam  muito mal do filme,  atitudes extremamente radicais.  Mas, quanto a mim, a realização de Mike Leigh, a cinematografia, os cenários e as interpretações são fenomenais.



Sempre admirei a obra de W. Turner e fui a todos os museus que podia só para ver pinturas dele. Acho-o um precursor do impressionismo. A última fase da sua obra é esplendorosa e inegualável. Saber algo sobre a sua vida - embora seja a segunda metade apenas -  interessou-me muitíssimo, comovi-me com a sua figura, a sua personalidade peculiar.

Primeira obra exposta, aos 16 anos

Li depois na Wiki que Turner entrou nasRoyal Academy of Arts com 14 anos e com 16 já tinha quadros expostos. É inacreditável.
Antes da sua morte ofereceram-lhe uma soma milionária por todos os seus quadros e desenhos. Recusou, alegando que tudo pertencia ao reino e ficaria para a nação inglesa. Viveu modestamente como quis. Morreu em Chelsea na casa que escolhera para viver com a sua última companheira, uma estalajadeira rosada e sorridente, que nem sabia quem ele era quando lhe alugou o quito sobre o porto.

Depois deste filme ter estreado um dos seus quadros foi vendido num leilão por uma soma astronómica...

Este é o meu quadro preferido. Mergulho no nevoeiro com ele.

Rain, Steam and Speed
 Fica aqui o trailer do filme que é só por si espectacular.





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