Viémo-nos embora hoje e já estou em casa, onde está fresco, apesar da canícula que se faz sentir lá fora. Ainda aproveitei a manhã para dar uns mergulhos na piscina, lamentando o sol ter vindo só hoje e não nos dias anteriores...
Sabe bem chegar a casa, ter tudo arrumado, as nossas coisas no seu lugar, aquelas que nos são mesmo imprescindíveis e que sugerem pertença.
O meu neto abalou para casa dos pais e vai-me fazer falta...
O que vale é que planeei voltar ao hotel a 24 e já sei que desta vez vou ter o quarto que amo, com vista para o mar e para o jardim. Foi pena termos ficado do lado norte, pois é mais frio e ventoso, embora se visse o mar e as lojinhas pitorescas, cheias de artigos de praia.
É bom estar vivo....e o mar do norte é o mar do norte!!!Sempre agreste, tempestivo e sedutor, ainda que não nos dê confiança...
Oceano Nox
Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o vôo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,
Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente...
Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que idéia gravitais?
Mas na imensa extensão, onde se esconde
O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...
Antero de Quental, in "Sonetos"
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o vôo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,
Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente...
Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que idéia gravitais?
Mas na imensa extensão, onde se esconde
O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...
Antero de Quental, in "Sonetos"
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