quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Still Alice

Estreou hoje com o nome ridículo : Chamo-me Alice.

Não traduz a palavra "still" - ainda. Ainda sou eu, ainda estou cá, ainda sei quem tu és.

Um filme que vive da interpretação excelente de Julianne Moore, que, a par de Meryl Streep, é uma das maiores actrizes deste século. Um papel dificílimo que poucas pessoas seriam capazes de retratar deste modo.
Em hora e meia, vemos uma mulher inteligente envelhecer física e mentalmente, sofremos com ela, parece que nos toca a nós.

Não sei dizer se o filme é bom ou muito bom. Tocou-me profundamente, como esta ária da Traviata de Verdi que estou a ouvir enquanto escrevo.

A degenerescência da mente que o indivíduo vai consciencializando lentamente deve ser das formas mais crueis de se sobreviver. Porque se deixa de viver.
Em dada altura, Alice desabafa: "Preferia ter um cancro". Parece estranho, mas não é.



"Addio del passato" de Verdi exprime exactamente o que vai no interior de Alice. E doi profundamente.


4 comentários:

  1. Vou ver, Virgínia ! Também gosto bastante dessa actriz. Bom, a ciência anda a fazer esforços para a cura dessa horrível doença...não se sabe é quando. O meu maior medo é perder a capacidade mental e ter de dar trabalhos a quem me rodeia... Tratar desses doentes é super desgastante e quase impossível de os manter no seio da família, nos estado mais avançado... É muito triste.

    ResponderEliminar
  2. É uma situação marrada....
    Mas o filme trata o tema de um modo muito delicado e belo....
    Bjinhos

    ResponderEliminar
  3. O meu marido propôs-me ir vê-lo mas eu não estou disposta. Para quê sofrer com esta possibilidade futura? Infelizmente atingiu o meu sogro e isso a mim basta-me para ser sensível ao problema! A minha sogra, tem certamente um cantinho no céu ( se ele existir! ) por toda a ternura com que o tratou!

    ResponderEliminar
  4. O filme vale pela interpretacao da Julianne moore, mas Mao e obra prima ,nem vai so amago da question. E soft.

    ResponderEliminar