Há alturas em que o facto de pertencer a uma família enorme me enche o saco.
Devia ignorar a opinião de irmãos e sobrinhos quando me aborrecem e são muito discordantes da minha, mas o FB não me deixa. Já fechei a conta de vários membros da família, que pura e simplesmente ignoram a minha vida, não apreciam o que eu faço, desprezam as minhas opiniões e acham que pelo facto de discordar, já estou chéché ou sou do contra.
Nunca gostei de unanimidade. Assumo que tomo posições que não são politicamente correctas e que me insurjo contra a hipocrisia no FB. É preferível não conhecer bem as pessoas com quem travamos diálogo, pois muito do que se posta é falso ou mero blablabla. E as pessoas só querem elogios, aplausos, likes, yess e adulação.
Se estou ainda nas redes sociais é por causa de primos afastados, amigos estrangeiros que conheço bem, grupos vários de fotografia que me apaixonam e notícias que vou lendo e me pôem a par do que se passa. A família nunca me faria inscrever-me numa rede social, conheço-os bem demais e sei que se regem todos pela mesma bitola, pondo likes nas personas gratas e ignorando as outras.
Já me aconteceu mais duma vez e ainda me choca.
Hoje meditei nisto tudo enquanto passeava no meu quarteirão tão belo.
O inverno chegou, mas os dias têm estado tão bons que até as flores já começam a brotar nos rododendros, as camélias já estão todas floridas, há trevos todos amarelos e o outono ainda nem sequer desapareceu, como constatei nos áceres da Rua Ruben A.
Na Casa Allen, as árvores que há meses me fizeram sonhar estão agora completamente despidas, mas deixam entrever a sua profunda cumplicidade. Os ramos estão entrelaçados e destacam-se no azul do céu.
Era tão bom que as pessoas fossem como as plantas. Caladas, honestas e vigorosas.
Pois é Virgínia . A família chegada vejo-a ou contacto com frequência.
ResponderEliminarQuando me registei nas redes sociais, no principio, foi por curiosidade . Mas também para contactar com pessoas diferentes . Estranho quando alguém diz que no seu grupo só há gente de família e amigos pessoais... Para isso tenho o meu correio electrónico e outros meios de comunicação . É certo que no decorrer do tempo, como tenho irmãos e sobrinhos em países diferentes ou moram longe, o Facebook passou a dar maior facilidade de contactos . Tenho nas redes sociais pessoas há mais de 10 anos e não as conhecia de lado nenhum . Algumas vieram enriquecer a minha forma de estar na vida .
Desabafou e fez muito bem, mas sei que vai ser sempre quem é ! E acho bem que assim seja.
Querida Madalena,
ResponderEliminarEsta sua mensagem veio encher a minha noite, que às vezes tem fantasmas.
O meu neto tem um peluche novo que eu lhe dei e diz que ele o ajuda a dormir melhor. Está a ver?
Obrigada por tudo. Gosto muito de si. Tenho a certeza de que é uma alma gémea na Outra Banda :) a olhar por mim. Bjos
NENHUMA Família é perfeita!
ResponderEliminarHá sempre conflitos,palavras que se dizem ou não deveriam dizer, gestos que se fazem ou não deveriam fazer...
Penso que se deveria sempre tentar que as coisas não tomem rumos de corte definitivo, mas não havendo solução, há que cortar, pelo menos temporáriamente pois é tóxico para nós é ninguém tem esse direito!!!
Refiro-me à família alargada, claro.
Já, à nossa Família nuclear, aí sim, deve-se lutar, procurar entendimentos e diálogos...
Não pense Virgínia que é caso único. A vida de algumas famílias dava um romance ;))
Bjs
Que resposta, Geninha. Posso transcreve-la no FB?
EliminarHá alturas em que os meus amigos são bem melhores que a família...bem hajam por existirem e estarem do meu lado.
Bjinhos
Claro que sim, Virgínia
ResponderEliminarFaça dela o que entender.Sim, os amigos às vezes são melhores.
Bjinhos
Post do Miguel Caldeira, meu amigo de longa data:
ResponderEliminara Família tem sempre muito que se diga
em qualquer altura da vida todos deviam dar apoio a quem necessita, uma palavra, um carinho ou mesmo uma repreensão, orientação, são as fazes do crescimento
mas na verdade os filhos crescem e criam a sua família e aí novos elementos, novas vontades
a família está sempre em mutação, mas se a vida já é difícil lá fora é imaginar o que por vezes acontece dentro de portas
os mais novos não querem conselhos, os jovens adultos sabem tudo e os nosso tios e avós estão presos em coisas do passado e cheios de razões que não se prestam aos nossos tempos
clara que tem de existir um ponto de equilíbrio e existe
mas quando morre um pai/mãe, avô/avó ou tio que é a cabeça da família e que segura este polo familiar, toda ela se separa, pois aí vem ao de cima a nossa individualidade/umbigo que estava escondido
do resto a Gi já me conhece e sabe dos meus males
Penso exactamente assim. Os filhos são-nos sempre fieis, mas têm as sua personalidades , os seus sonhos e famílias, portanto não devemos controlá-los. Quanto aos irmãos, não somos obrigados a gostar deles só porque temos o mesmo sangue . Não devemos tolerar as suas traições, e atitudes pouco éticas.E NUNCA devemos fazer da família um CLAN que obriga a dizer Amen a tudo o que os patriarcas ( os que se consideram como tal) decidem. Felizmente a vida da muitas voltas e aos 30 anos a nossa independência é total, embora muitas pessoas "comprem" os sobrinhos com o seu dinheiro, ajudas e manipulação.
EliminarSó queria elucidar os leitores de que estas reflexões vieram a propósito dum texto que andou a circular no FB que dizia ser um crime os irmãos não se darem bem, nem se falarem porque isso iria ter repercussões nos filhos e primos, etc.etc. Por muito bonito que isso seja, há momentos em que se tem de tomar uma atitude e reprovar o que é reprovável, mesmo em defesa de um irmão contra os outros ( como é o caso).
EliminarA família verdadeira é a tribo, a que inclui membros da família de sangue, amigos, conhecidos e até o senhor a quem compramos jornais todos os dias, o que se senta no mesmo lugar, ao lado de nós, no estádio, a senhora que passeia o cão e com a qual nos invariavelmente cruzamos diariamente, ou o Júlio Machado Vaz (meu amigo de longa data) que ouço todos os dias na Antena Um. Familiares são os que nos transmitem e exercitam afectos, como pode ser familiar uma cidade, um lugar, um aroma, uma fragrância, uma vista, uma música. O resto, a obrigação porque é primo da tia da maria cachucha... que saiba bem aos que gostam disso, mas para esse peditório já dei e não volto a dar. Perda de demasiado tempo para igualmente demasiado sofrimento!
ResponderEliminarAinda hoje escrevi que os meus interesses são muito mais intelectuais e culturais do que sociais. A falta de interesse social inclui , em parte, o desinteresse pela família de sangue, a alargada, a enorme, a incomensurável, que nunca se chega a conhecer bem ou que nunca reage ao que nós oferecemos de nós próprios. Também já dei para o peditório, mas sei que seria capaz de algum sacrifício por pessoas da nossa família que me pedissem ajuda. Sem esperar retorno, nem cobrar por isso. Tb não me esqueço de algumas boas acções que fizeram por mim ou pelos meus. Haja paz.
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