Ando em maré de aguarelas...
Ontem fiz esta num intervalo entre o hospital e a vinda dos netos. Emoldurada em madeira castanha ficou bonita.
É uma lufada de ar fresco, aquela Natureza com que sonho no meio da cidade onde vivo.
Hoje fiz esta que é mais abstracta:
E continuo apaixonada pelos versos de Alberto Caeiro:
Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O livro de Cesário Verde.
Que pena que tenho dele!
Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
Mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas coisas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos...
Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
É triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...
Alberto Caeiro - O Guardador de Rebanhos - III
A natureza não é para ser explicada, mas para ser sentida e descoberta - através dos sentidos e da simplicidade do olhar. As suas bonitas aguarelas apresentam a essencialidade de quem sabe estar na natureza - as impressões e as sensações de quem sabe ver um bocadinho de campo na cidade.
ResponderEliminarUm beijinho e a continuação de bons passeios :)
Obrigada, Miss.
ResponderEliminarAté que enfim que alguém passa por aqui. Já pensei em fechar o blogue ao público para não ficar triste de não haver comentários, nem bons , nem maus. Mas há muita gente que passa por aqui!!
Bjinho
Não feche o blogue, está muito bem.
ResponderEliminarSaúde e um abraço.
Hoje com o FB ninguém se dá ao trabalho de comentar blogues, mas um pouco de feedback é agradável...obrigada pelo seu encorajamento. Venha sempre.
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