rodeada de mar por todos os lados.
Ás vezes tenho a sensação de que a menos de 15m de autocarro, posso estar junto ao mar e num raio de 50 km há praias magníficas, tanto para norte como para sul. Todas elas com bandeira azul e areais imensos, paliçadas, passerelles, civilização.
No meio ficam estas cidades, Porto, Gaia, Matosinhos, Vila do Conde, cada uma com a sua especificidade e beleza.
Já ambicionei viver junto ao mar, mas cheguei à conclusão de que é bem melhor viver mais perto do centro e deslocar-me como ontem até à orla marítima.
Um taxi custa 6.00 daqui à Matosinhos onde fui almoçar na Cufra. É um ritual meu e da Luisa, adoramos as gambas ao alho. Ontem estavam excelentes e a vista das janelas era lindíssima. O ambiente calmo, empregados gentilíssimos.
Saímos dali para a praia. A temperatura do ar era de 25º, sem pinga de vento, lindo, em tons pasteis, azulados e dourados, jovens surfistas a andar para cá e para lá, turistas em grupos, raparigas loiras muito elegantes, parzinhos, etc. Só não se viam crianças, estariam na escola.
A água estava tão boa que molhámos os pés até aos joelhos e rimos imenso com a ameaça das ondas subirem ainda mais. As rochas estavam pejadas de moluscos, lapas e mexilhões, musgo, líquens, um cheiro a mar que se notava à distância.
A gaivotas agrupavam-se junto à ribeira que desagua no meio das
praias e que não augura nada de bom, nem sei se é salubre. Elas ali estavam, às dezenas dando um ar selvagem à praia, que aprecio bastante.
Deitámo-nos na areia e ali estivémos umas horas largas. A paz era total...
Depois viémos a pé até ao autocarro 200 no Castelo do Queijo. Um homem meditava a olhar para o mar...
Um passeio maravilhoso pela areia molhada com a neblina a envolver-nos e sol quente. Andei de manga curta durante todo o passeio. Ao todo andámos 4, km e 500.
A Luisa ainda quis ir lanchar ao BBGourmet, aqui perto. Bebemos chá e comemos scones à inglesa.
À noite veio o meu filho e fomos jantar à Máscara para despedida da Luisa, que parte hoje para Leeds. São 6 da manhã e escrevo aqui para não chorar...
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Já partiu, como há 18 anos, pela primeira vez...nessa altura fui levá-la e partiu-se me a alma, ela parecia uma menina. Agora já está bem mais madura e adulta.
Veio-me à cabeça aquela canção linda e triste dos Chats Sauvages: Derniers baisers... que cantávamos em coro na praia da Luz nas despedidas...bons tempos...