sábado, 2 de setembro de 2017

Um oásis de paz

Se fosse a contar as entradas neste blogue que já escrevi sobre o jardim botânico do Porto, as dezenas de fotografias que já lá tirei, os momentos maravilhosos que aqui experimentei e conseguisse exprimir plenamente o que sinto quando lá estou, seria uma pessoa completa.



Podia fazer um livro sobre este local maravilhoso, que tenho a sorte de ver do outro lado da rua.

Não me contento com a contemplação das magníficas árvores da minha varanda, que vão mudando de cor segundo as horas do dia e as estações do ano.

Não, eu conheço-as de cor, visito-as constantemente, "falo" com elas mais do que com os meus filhos, oiço-lhes as mágoas da secura, da falta de cuidado, da falta de respeito a que são sujeitas.

Eu amo estas plantas e ficaria extremamente triste se um dia tivesse de me privar deste prazer espiritual que é passear pelas áleas iluminadas pelo sol ou sombrias devido aos enormes ramos que escondem o astro-rei. 

Como conseguiria passar sem me sentar durante horas naqueles muretes cheios de musgo em frente aos lagos de nenúfares, olhando o arco íris dos reflexos na água, sempre diferentes conforme o vento?

Descer as escadinhas com cuidado para não escorregar no musgo que atapeta os degraus, sentar-me num tronco das dezenas que lá há, respirar o cheiro do eucalipto gigante - agora circundado por uma vedação que nos proíbe de chegar perto - apanhar folhas das magnólias ou pétalas de camélias, extasiar-me diante da glicínea que cobre o banco de azulejos, tão antigo como os antepassados de Sophia, fotografar as flores, as rosas, as dálias, os hibiscos, os lírios, a lantana, as tulipas, os gladíolos, tantas e tantas cores e cheiros diferentes, tudo isto é um culto, uma religião. A minha.




Deixo-vos com a música que ultimamente oiço pelos auriculares enquanto passeio ou medito. Ela complementa o cenário na perfeição.








2 comentários:

  1. Gostou da música. Ando apaixonada por este compositor! Obrigada pelo comentário.
    Bom Domingo!

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