terça-feira, 30 de julho de 2013

Belas praias do Norte

A escola de surf
Há muito que não passava parte do dia numa praia aqui perto do Porto.

Hoje estava um dia paradisíaco, com a água a 21º, o que é uma benesse e até anormal para esta época. A nortada não se tem feito sentir graças a Deus.

A praia é linda, há pouca gente, muitos surfistas e aprendizes de surfistas com fatos próprios, o que transmite a sensação de se estar no Hawai!!

Os meus netos estavam encantados pois poucas vezes vão a praia. Fomos de taxi, mas vale bem a pena pagar 6 euros para 4 pessoas e não ter de esperar pelo autocarro. É a vantagem de aqui ser tudo perto.

As gaivotas estavam loucas, havia-as por todo o lado, lindas, no seu esvoaçar característico. Estive a gozar a cena com olhos de turista....mas não levei a máquina fotográfica, de modo que estas fotos são antigas:))

É bom viver perto do mar....mais perto é difícil.


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ser Avó

Nasceu-me um sobrinho bisneto, o primeiro da família, neto da minha primeira sobrinha, filha do meu irmão mais velho. É uma sucessão lógica e que seria o orgulho dos nossos pais...

É arrepiante pensar que ainda agora estava com a minha afilhada nos braços e que ela já é Avó ( novinha...). Fiquei mesmo comovida ao ver as fotos do bébé no colo do bisavô, avó e mãe...

Talvez por isso estes dois dias vão ser dedicados aos meus netos.

 Hoje fui à praia com o mais velho. A Foz estava uma maravilha, a praia dos Ingleses com bandeira azul e quase sem ninguém, a água uma delícia. Não tínhamos levado fatos de banho porque a nossa ideia quando saímos de casa era ir ver a exposição da Árvore na Biblioteca Almeida Garrett. De repente, decidimos ir à Foz, atravessámos a rua e apanhámos o autocarro imediatamente.

O meu neto tomou banho em boxers e entretanto passei pelos chineses e comprei-lhe uma toalha pequena. Estava feliz na água. Eu com ela pelos tornozelos, como aquelas mulheres de Esposende que iam para a praia fazer tricot e nunca tiravam os vestidos negros e os xailes....

Ri-me a perder com a minha figura e acabei por me molhar até à cintura:))). A areia é grossa e irritante, mas aguentei estoicamente porque o meu neto merece e só de vê-lo fiquei feliz. Viémos depois dum almoço óptimo por pouco dinheiro no cafè dos ingleses. Estava-se bem, mas o meu neto tinha uma combinação às 4...










Amanhã vou repetir a dose, mas desta feita vou levar os dois netos mais velhos e vou a Matosinhos, onde a areia é mais fina e o mar menos perigoso. Tb vou levar fato de banho e já não fico a olhar....

sábado, 27 de julho de 2013

Dans la maison - um verdadeiro filme francês sobre adolescência

Já há muito que um filme não me agradava tanto e em tantos aspectos .

É um filme francês com a densidade própria, história muito bem concebida, duas interpretações fabulosas e música adequada ( dum compositor chinês ou japonês). Sobre as relações professor-aluno e sobre escrita criativa, que se confunde com voyeurismo, tão em voga nos nossos dias. Fascinante.

Às vezes é bom exagerar e ir ao cinema quando nos apetece e sobretudo quando há filmes bons. Só numa semana vi três filmes: o primeiro,  que vi em Leeds é rocambolesco q. b. e já me esqueci de metade, americano até dizer basta;  o de anteontem, Two Mothers,  romântico, belo, mas superficial, com interpretações excelentes;  o de hoje fascinante do princípio ao fim. Pelo menos para mim.

Para já,  trata-se dum professor e filmes sobre a escola apaixonam-me sempre, sejam eles quais forem. Depois,  é sobre adolescentes e pessoas de meia idade, as idades que mais me atraem neste momento.

Pessoalmente,  nunca achei que a infância fosse mais atraente do que a adolescência. Sempre me senti feliz a lidar com os alunos já maduros, com personalidades diversas , misteriosas, por vezes, insondáveis, mas personalizadas e desafiadoras.

As crianças divertem-me, sobretudo quando são espontâneas e não estão estragadas. Adoro conversar com os meus netos em particular e às vezes aborrecem-me quando estão com os pais. Receio a sua adolescência como receio o meu envelhecimento. Quase sinto pânico. Olho para as suas carinhas e peço a um Deus em quem não acredito que não os deixe crescer demasiado depressa.

Mas adolescentes são sempre para mim um centro de interesse. Gostava de ter escrito blogues quando era professora, pois com certeza teria registado mil e umas cenas memoráveis, que se vão perder quando a minha recordação delas se esbater.

Tudo isto para dizer que este filme não é igual a nenhum outro que já tenha visto, embora tenha um pouco de muitos...








sexta-feira, 26 de julho de 2013

Ferias

Em época estival, não sinto grande inspiração para blogues, em geral.

Escrever exige alguma paz de espírito ou, então,  grande revolta; são polos opostos entre os quais há um limbo que não se expressa com palavras, mas mais com acções.

Estou a trabalhar full time nas férias "permanentes" que o Estado me concedeu. Os projectos editoriais exigem agora muita pesquisa, escrita, estudo e correcção em equipa, o que me despoja de qualquer resquício de poesia que pudesse restar.

Dentro de dias irei para a minha linda Praia da Luz
foto tirada do nosso jardim pela minha sobrinha,  que está lá neste momento
e aí, sim, a libertação do trabalho editorial será quase total. A família estará comigo na casa que foi de meus Pais, os meus netos vão pela primeira vez  os três.
Não sei como vai correr a experiência, mas quero crer que haverá alguns momentos para mais tarde recordar.
Aquele é um local mágico para mim,  às vezes sinto-me a viver num daqueles filmes franceses onde tudo se passa num ambiente semi-real com o mar à vista em todos os momentos e minutos do dia e da noite. A Lua infelizmente não estará cheia, nem sei se haverá algum luar.

Até lá vou trabalhando com a minha filha.

Ontem fui ao cinema ver um filme nada banal, mas um pouco insípido, porque previsível e demasiado "polished". Não gosto de ver barbies e kens a contracenar e neste filme, as personagens ainda que humanas, são demasiado bonitinhas para meu gosto.Paixões Proibidas, extraído dum conto de Doris Lessing. Vê-se bem, sobretudo por causa da paisagem espectacular e bem filmada, da música e como sempre, da interpretação de duas mulheres, Naomi Watts e Robin Wright em prime time das suas vidas.
A realizadora é francesa, Anne Fontaine e o filme denota algumas das características que fazem dos filmes franceses histórias pessoais e comovedoras. Não desgostei....

as duas amigas que se recusam a envelhecer




terça-feira, 23 de julho de 2013

Kirkstall Abbey - Yorkshire













Fomos visitar a Kirkstall Abbey, uma verdadeira maravilha, património nacional, que fica apenas a 7 km de Leeds. Um taxi levou-nos para lá, para cá apanhámos o autocarro para o centro. Passámos umas horas naquele espaço, preservado, mas parte em ruínas, que data do século XII e que nos transporta para o mundo da Idade Média.

A palavra abadia tem um não sei quê de novelesco e também alguma conotação gastronómica, já que a melhor sobremesa portuguesa dizem ser o célebre Pudim do Abade de Priscos, que me deliciou no restaurante com o mesmo nome em Braga há muitos anos. Associamos abades ou monges a uns homens pequenos e gordinhos, afáveis como o Frei Papinhas de Marcelino Pão e Vinho,  o Frey Tuck de Robin Hood ou mesmo o Monge de Cister, esse mais espiritual e elevado do que os demais.

A verdade é que os frades cistercenses levavam uma vida terrível , desconfortável e de sacrifício, vivendo em condições muito exigentes, que só pessoas muito fortes poderiam aguentar. Nesta abadia há uma sala aquecida com lareiras, onde os frades só podiam passar 15m por dia, mais seria ofensa grave a Deus. Imaginem o que eram invernos com temperaturas abaixo de zero.


As fotos que tirei são mais de cem, mas aqui ficam apenas algumas:))


Kirkstall Abbey is a ruined Cistercian monastery in Kirkstall north-west of Leeds city centre in West Yorkshire. It is set in a public park on the north bank of the River Aire. It was founded c.1152. It was disestablished during the Dissolution of the Monasteries under the auspices of Henry VIII.

os patinhos do rio Aire

as ilustrações que decoram os vários recantos da abadia, com texto e alguma ironia sobre os hábitos dos monges


 Perto da abadia do outro lado da rua fica o museu, onde se pode almoçar numa cafeteria muito agradável com esplanada e vista para o parque magnífico que se estende por kms. Comemos um prato inglês roasted pork and yorkshire pudding, que não estava mau.


o museu que contém peças da época medieval e vitoriana e encantos para os miudos

O prato britânico que comemos cá fora

sábado, 20 de julho de 2013

Esta terra que me encanta

Hoje tivémos um dia em cheio.

Andámos horas pelo centro da cidade, vendo os cantos e recantos, entrando em becos e ruelas, lojas e armazéns, shoppings, ruas cheias de gente e flores, flores por todo o lado.

Ao fim de semana todo o mundo sai à rua aqui em Leeds, são pais com crianças, são grupos de estudantes, são imigrantes com os seus saris ou turbantes, são alguns punks, muitas raparigas altas e de mini saia muito curta, famílias inteiras e jovens , muitos jovens.


Os empregados dos restaurantes e cafés não podem ser mais simpáticos, em todo o lado se ouve um "love" ou honey", "what can I do for you?", "sorry" e sorrisos. Esta cidade é o local do mundo - talvez exceptuando o Rio, - onde vi pessoas mais felizes e simpáticas.
A nossa simpatia subserviente com os estrangeiros nada tem a ver com esta educação natural...adoro esta gente do norte, como nós, mas da Grã-Bretanha...sinto-me bem no meio deles.


Hoje a minha filha foi a um pub com uns amigos e eu andei sozinha na
 cidade, acabando por jantar no meu restaurante preferido , o Bella Italia, onde já me conhecem e me trataram nas palminhas por estar só. A verdade é que a Carbonara me soube pela vida...

Depois fui ao novo shopping, que abriu este ano e que é espectacular porque engloba todas as lojas que antigamente estavam na rua principal individualmente. Fica encostada a uma igreja- a Trinity Church - daí chamar-se Trinity shopping centre. É lindo com uma abóbada gigantesca que me fez lembrar os shoppings de Boston. Aliás a construção antiga de Leeds é igualzinha à dessa cidade, que arquitetonicamente






 tem a traça britânica.

Tirei muitas fotos...muitas porque as minhas fotos de Leeds tinham desaparecido quando meu laptop foi abaixo, mas agora recuperei tudo e estou feliz.

Leeds é minha e da minha filha. Fomos e somos felizes aqui....não sei bem porquê....

De Leeds com amizade


Viagem excelente de avião na Ryanair rápida até Londres, depois três horas de comboio que me pareceram uma só, tal o conforto, a classe das pessoas que nele andam, o respeito, a educação e a alegria desta gente, a paisagem espantosa de verdes, castanhos e amarelos, tal qual uma pintura de Constable, daquelas que nunca cansam o olhar.

Depois a chegada a "casa", esta cidade tem qualquer coisa que me atrai cada vez mais, apesar de ter aqui vivido os momentos mais difíceis da minha vida. Talvez por isso, sinto-me atada a ela e amo-a, como se fosse um pouco minha. Os parques estão lindos, as lojas regurgitam de gente, hoje sexta à noite só se via gente feliz e jovem, a festejar a vida. O hotel desta vez é o melhor, mesmo no centro, cheio de animação, mas muito sossego durante a noite.


Fui ver um musical que é um espectáculo em si mesmo: Joseph and the Technicolor Dreamcoat, obra genial de dois homens; Lloyd Webber e Tim Rice, uma apoteose de cor , de alegria e de empatia com o publico que ovacionou do princípio ao fim e cantou no fim com os intérpretes.


Ficam aqui umas fotos da viagem e de Leeds....uma cidade que amo e onde me sinto bem...com a minha filha, que está feliz.





quarta-feira, 17 de julho de 2013

Farewell


amanhã , se Deus quiser, partirei mais uma vez para a minha segunda pátria, a Inglaterra dos meus sonhos, da minha infância, dos livros ilustrados, dos filmes da Merchant and Ivory, das séries da BBC.

Adoro todos os estereótipos dos ingleses....mesmo que eles não tenham nada a ver com a realidade.

Adoro o modo de viver deles, sobretudo fora de Londres, adoro os comboios, as livrarias, os M&S, as artes, a música.....

Vou para Leeds por 5 dias, sei que é curto, mas vai fazer-me bem. A minha filha vai estar com os amigos, anda feliz.

De lá darei notícias, pois levo o meu laptop e a minha máquina fotográfica, sem os quais não posso "viver.

Até sempre!!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Onde está a crise?

Várias vezes me pergunto se a realidade portuguesa é mesmo de crise ou se esta é elevada ao quadrado pelos media e catastrofistas do regime. Uma outra hipótese que se pôe é interrogar-me sobre as prioridades dos portugueses, das famílias , dos jovens e das crianças.




Hoje resolvi levar o meu neto mais velho ao cinema, pois tínhamos a tarde livre e o tempo estava muito cinzento para ir para a praia ou mesmo à Foz. Fomos almoçar à Botãnica, café ao pé de casa onde ele devorou ( é o termo) um prego com batatas fritas e ovo ( porque será que todas as crianças adoram este prato???) e depois esteve entretido com o computador, que já domina completamente.

Tínhamos mesmo de sair e ir ao Arrábida é sempre um prazer. Seria,  seria, se não tivéssemos de estar 45m numa fila para comprar bilhetes. Havia 4 bilheteiras abertas, mas as filas eram enormes, famílias inteiras para ver um dos dois filmes de desenhos animados possíveis. Crianças a correr, mães desesperadas, pais com ar cansado, provavelmente tudo em férias ou desempregado. Os bilhetes custaram 13 euros para os dois, apesar de eu só pagar bilhete senior.

Pergunto-me como é que famílias inteiras se deslocam ao cinema para ver filmes que daqui a nada estão na TV e sobretudo, onde arranjam dinheiro para gastar em pipocas, bilhetes, almoços nas praças de alimentação, gasolina para os carros, etc.

Nunca tal vira. Vou sempre às sessões das 14h, pago 3 euros,  quando as há e quando não tenho outras coisas para fazer ou o filme é bom.



Não, desculpem, mas há uma parte do país que não está em crise. E estes não vão uma única vez ao cinema, vão muitas, aos fins de semana, aos domingos, etc. E vão às sessões de 3D ( que detesto)  mais caras  e que estão cheias!! Não é só um dia.....

Quero crer que ainda há muita gente a viver razoavelmente....não me venham cá exigir 200 euros de solidariedade da minha reforma, acho quase imoral que nos roubem cada vez mais em prole de famílias cujas prioridades estão todas trocadas!! Ou para os jovens que nada querem fazer se não passar dias a comer pipocas:)). Noutros países os jovens trabalham nas férias, mesmo de graça...

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Brass Wires Orchestra - BWO


Descobri este fim de semana - um pouco tarde demais, talvez - uma banda portuguesa que tem vindo a crescer em popularidade e me parece ( embora com alguma parcialidade) notável e original, o que é sensacional no mundo da mediocridade pimba nacional, que nos é impingida na TV e em tudo o que dizem ser popular.

Nesta banda tocam dois sobrinhos meus, um synthesiser, o outro bateria. Espero não estar a errar. São ambos muito novos, mas apaixonados por música - como o resto da família -  e não só.
O meu sobrinho Zé  Guilherme no synthesiser

Na sua página, que é em inglês, tem uma curta biografia:


O meu sobrinho António à bateria

This band started playing in late September of 2011. Playing our own versions of bands we liked and listened, like Mumford & Sons or Beirut. 
It started escalating due to very good feedback from friends and people in general. 
Started playing on the street for money and began to realize that our spirit and joy infected everyone around. 
The band grew in size and stopped at 8, after that, writing our own songs was the way to go.


Pode-se acrescentar que, entretanto, já tocaram num concerto encabeçado pelos Bon Jovi e no Festival de Paredes de Coura, no Hard Rock Café, nas Queimas das Fitas, concertos que podemos encontrar na íntegra no Youtube.

Ontem tocaram no Optimus Alive com grande sucesso, pelo que dizem as audiências na RTP que cobre o festival no 5 para a Meia Noite.

Com um album a sair brevemente, desejo à banda uma rápida ascensão no mundo da música alternativa  e espero vê-los um dia aqui na Casa da Música.

Estas fotos pertencem à sua página de facebook:
https://www.facebook.com/brasswiresorchestra?fref=ts
onde há acesso aos videos da banda.

domingo, 14 de julho de 2013

Concerto de verão da Pauta

São inúmeros os concertos que a Academia Pauta nos proporciona.

Já estive em locais extraordinários, como o Palácio da Bolsa, o Museu Romântico ou a Casa da Música, mas também há noutros mais modestos como o Auditório do ISEP ( Instituto Superior de Engenharia) onde o ambiente é caloroso e a distância entre os ouvintes e os instrumentistas é menor.




É fácil gravar e fotografar e ainda mais fácil deleitar-nos com a performance dos pequenos-grandes violinistas, violoncelistas, a solo ou em conjunto. Desta vez assistimos à Orquestra de Verão da Pauta, um concerto extremamente variado com cordas, sopros, voz e percussão.



O meu filho e nora juntaram-se à orquestra e tocaram alguns movimentos do Concerto de Telemann para duas flautas e cordas, demonstrando como disse a directora da Pauta, que a música não tem idade.
Gravei vários vídeos, mas ficam para uso familiar.

Aqui ficam o programa e fotos da sala.

Fica ainda um vídeo do concerto de Telemann citado, tocado com flauta de bisel e barroca e instrumentos antigos. Espero que gostem.