Lá fora a chuva cai e o que lá vai, lá vai....estas são as palavras duma canção de Adelaide Ferreira que o meu filho mais velho gosta de trautear por brincadeira de vez em quando.
Um dia típico de inverno, se não foram as temperaturas amenas lá fora. Cá dentro, ainda tenho o aquecimento ligado, pois sinto frio.
Estive a ver um filme , um thriller, daqueles que nos entretêm , mas não tem grande congruência e no fim a psicopata "enrola" o detective e trama-o de todas as maneiras e feitios. Nada de muito atraente e que valha a pena, mas o TV Cine existe e raramente o uso, mesmo quando há filmes capazes. Hoje resolvi experimentar.
Cinema é na sala do dito. Tudo o mais acaba por ser apenas um devaneio. Durante 100m estive a olhar para o écran estupidamente, em vez de ler o livro que comprei ontem e que me está a entusiasmar: Cartas de Etty Hillesum, uma judia corajosa e apaixonante, que relatou num diário e em cartas a situação dos judeus na Holanda de 1941-43.
Há pessoas como esta jovem que são quase desconhecidas e que, no entanto, fizeram mais pelos seus semelhantes do que tantas outras santificadas, medalhadas ou "famosas".
Ainda bem que publicaram o seu Diário - como o de Anne Frank - para que os vindouros pudessem ter uma noção, mesmo que tardia, do que foi o holocausto.
Fica aqui uma citação sua que me impressionou entre muitas, escrita em Westerbork, o campo-ghetto para onde eram enviados os judeus e imigrantes antes de serem deportados para Auschwitz:
A miséria aqui é realmente terrível e , ainda assim, à noite, quando o dia caiu num abismo atrás de mim, costumo caminhar a passo enérgico ao longo do arame farpado e nessas alturas, volta a assolar-me o sentimento de que esta vida é algo de glorioso e magnífico e , que , um dia, teremos de construir um mundo totalmente novo.
Etty estava em regime aberto de início, podia entrar e sair de Westerbork, trabalhando como voluntária para prestar auxílio aos internados no campo. As suas cartas falam de casos e vidas que lhe passaram à frente no decurso desses anos.
Em Setembro de 1943 foi deportada para Auschwitz, vindo a falecer aí dois meses depois.
Hoje estou só, mas não me sinto só. Sinto-me privilegiada e cheia de vigor.
Apesar do mau tempo lá fora e da chuva que cai incessantemente.
Um dia típico de inverno, se não foram as temperaturas amenas lá fora. Cá dentro, ainda tenho o aquecimento ligado, pois sinto frio.
Estive a ver um filme , um thriller, daqueles que nos entretêm , mas não tem grande congruência e no fim a psicopata "enrola" o detective e trama-o de todas as maneiras e feitios. Nada de muito atraente e que valha a pena, mas o TV Cine existe e raramente o uso, mesmo quando há filmes capazes. Hoje resolvi experimentar.
Cinema é na sala do dito. Tudo o mais acaba por ser apenas um devaneio. Durante 100m estive a olhar para o écran estupidamente, em vez de ler o livro que comprei ontem e que me está a entusiasmar: Cartas de Etty Hillesum, uma judia corajosa e apaixonante, que relatou num diário e em cartas a situação dos judeus na Holanda de 1941-43.
Há pessoas como esta jovem que são quase desconhecidas e que, no entanto, fizeram mais pelos seus semelhantes do que tantas outras santificadas, medalhadas ou "famosas".
Ainda bem que publicaram o seu Diário - como o de Anne Frank - para que os vindouros pudessem ter uma noção, mesmo que tardia, do que foi o holocausto.
Fica aqui uma citação sua que me impressionou entre muitas, escrita em Westerbork, o campo-ghetto para onde eram enviados os judeus e imigrantes antes de serem deportados para Auschwitz:
A miséria aqui é realmente terrível e , ainda assim, à noite, quando o dia caiu num abismo atrás de mim, costumo caminhar a passo enérgico ao longo do arame farpado e nessas alturas, volta a assolar-me o sentimento de que esta vida é algo de glorioso e magnífico e , que , um dia, teremos de construir um mundo totalmente novo.
Etty estava em regime aberto de início, podia entrar e sair de Westerbork, trabalhando como voluntária para prestar auxílio aos internados no campo. As suas cartas falam de casos e vidas que lhe passaram à frente no decurso desses anos.
Em Setembro de 1943 foi deportada para Auschwitz, vindo a falecer aí dois meses depois.
capo de Westerbork com monumento aos judeus deportados |
Hoje estou só, mas não me sinto só. Sinto-me privilegiada e cheia de vigor.
Hoje, a chuva veio bater-nos à porta aqui mais para o sul... ainda bem que está a gostar do diário de Etty. É inspirador e uma lição de vida para todos nós.
ResponderEliminarUm beijinho e um bom dia da mãe :)
Estou a gostar tanto das cartas - foi esse o livro que encontrei na Almedina - que já o li praticamente todo. Entretanto descarreguei para o Kindle um outro sobre a autora de 700 pp que me parece muito interessante também. Vou ver se arranjo o Diário na Fnac ou na Bertrand. É espantosa a força desta rapariga, a capacidade de viver e superviver na adversidade. É mesmo inspirador.
ResponderEliminarBjinho e bom domingo. Aqui chove a cantaros...... :)