Não tenho escrito no blogue porque não me tem apetecido.
Vários factores contribuíram para essa ausência e se hoje escrevo, não é porque tenha visto ou fotografado nada de novo, mas porque tenho necessidade de desabafar.
A vida às vezes é complicada.
O meu filho que é Juiz teve de preencher os impressos para o Movimento que vai haver este ano. Levou 17 horas a fazê-lo. Parece incrível, não é?
Há umas 1600 vagas em comarcas do país e ilhas e ele foi forçado a classificá-las de acordo com as suas prioridades, desde a 1ª até à última, rezando para que não lhe dêem Porto Santo ou Flores, Seia, Sabugal ou Beja, entre outras. Até Julho vai ser "suspense", sem saber o que lhe caberá em sorte.
Há 4 anos que muda de comarca todos os anos. Em Setembro recomeça o trabalho de novo, com novos colegas, funcionários e casa arrendada para onde leva o essencial. Nunca sabe para onde vai ao certo, depende das listas e da antiguidade.
Pergunto-me como é que uma pessoa nesta situação pode constituir família, aspirar a estabilidade e paz de espírito. Os processos são aos milhares, os dramas familiares tiram-lhe o sono ( literalmente), as crianças institucionalizadas, as abusadas, as negligenciadas preenchem-lhe a mente ainda jovem.
Fala-me disso ao de leve quando nos encontramos aos sábados. Nesse dia procura lavar a alma e descobrir algo de bom que ainda persista em existir. Rimo-nos de pequenas coisas. Entendemo-nos bem. Ele foi sempre o meu filho mais próximo.
Hoje pensei nisto tudo enquanto deambulava pelo Botânico. Nem sequer levei a máquina fotográfica, tinha necessidade de espairecer.
O jardim botanico está, também ele, abandonado, parece que acabaram as obras, mas esqueceram as plantas, que são razão de ser deste local.
O jacarandá já começou a florir e talvez lá vá um destes dias fotografá-lo, é uma das minhas árvores favoritas. A árvore-chama estava linda, vermelha no meio do verde quase tropical das palmeiras e bananeiras. Esta foto foi tirada em 2012.
Senti a minha angústia projectada nas rosas sequiosas...
Vários factores contribuíram para essa ausência e se hoje escrevo, não é porque tenha visto ou fotografado nada de novo, mas porque tenho necessidade de desabafar.
A vida às vezes é complicada.
O meu filho que é Juiz teve de preencher os impressos para o Movimento que vai haver este ano. Levou 17 horas a fazê-lo. Parece incrível, não é?
Há umas 1600 vagas em comarcas do país e ilhas e ele foi forçado a classificá-las de acordo com as suas prioridades, desde a 1ª até à última, rezando para que não lhe dêem Porto Santo ou Flores, Seia, Sabugal ou Beja, entre outras. Até Julho vai ser "suspense", sem saber o que lhe caberá em sorte.
Há 4 anos que muda de comarca todos os anos. Em Setembro recomeça o trabalho de novo, com novos colegas, funcionários e casa arrendada para onde leva o essencial. Nunca sabe para onde vai ao certo, depende das listas e da antiguidade.
Pergunto-me como é que uma pessoa nesta situação pode constituir família, aspirar a estabilidade e paz de espírito. Os processos são aos milhares, os dramas familiares tiram-lhe o sono ( literalmente), as crianças institucionalizadas, as abusadas, as negligenciadas preenchem-lhe a mente ainda jovem.
Fala-me disso ao de leve quando nos encontramos aos sábados. Nesse dia procura lavar a alma e descobrir algo de bom que ainda persista em existir. Rimo-nos de pequenas coisas. Entendemo-nos bem. Ele foi sempre o meu filho mais próximo.
Hoje pensei nisto tudo enquanto deambulava pelo Botânico. Nem sequer levei a máquina fotográfica, tinha necessidade de espairecer.
O jardim botanico está, também ele, abandonado, parece que acabaram as obras, mas esqueceram as plantas, que são razão de ser deste local.
O jacarandá já começou a florir e talvez lá vá um destes dias fotografá-lo, é uma das minhas árvores favoritas. A árvore-chama estava linda, vermelha no meio do verde quase tropical das palmeiras e bananeiras. Esta foto foi tirada em 2012.
Senti a minha angústia projectada nas rosas sequiosas...
Há situações difíceis de gerir, sobretudo quando se sofre com a angústia de não saber o que o dia de amanhã nos reserva. Penso que nunca se aprenderá verdadeiramente a andar de casa às costas todos os anos.
ResponderEliminarFico a aguardar a foto do jacarandá florido :)
Um beijinho
Benvinda, Miss :).
ResponderEliminarSenti a sua falta, mas sei que foi por uma boa causa, espero que venha mais felz depois da experiência. Andei com a casa às costas literalmente durante uns oito anos....tem vantagens e desvantagens. O que vale é que o meu filho tem aqui no Porto uma casa sua, onde pode dispôr e fazer o que quer. Beijinhos.