É uma das plantas mais queridas da pintura impressionista.
Monet sabia-o bem e pintou-os como ninguém.
Também me apaixonei por eles quando vim viver para o Campo Alegre e descobri o jardim Botânico. Nele há cinco lagos todos eles diferentes, um maior , outros mais reduzidos, todos com nenúfares em grandes manchas.
Agora estão em hibernação, sem flores e enterradas na água.
Os tons das folhas mudam todos os dias e a todas a horas, poder-se-ia dizer que são infinitas as nuances e tonalidades conforme a luz, o tempo, a estação do ano e o vento....
Todo o ambiente à volta se reflecte nestes lagos - céu, árvores, arbustos, escadinhas, muretes - e o ângulo donde se olha permite admirar novos coloridos e formas.
É como um caleidoscópio.
Em latim chamam-se nymphae, que soa mais belo ainda. Em inglês waterlilies, lírios da água...
Já fotografei nenúfares em todas as épocas do ano, a todas as horas e com todo o tipo de tempo atmosférico.
É um prazer ir até ao local, sentar-me nos muretes cobertos de musgo e ouvir os pássaros...
É um prazer ir até ao local, sentar-me nos muretes cobertos de musgo e ouvir os pássaros...
Monet pintou-as como ninguém. Aqui ficam alguns dos seus quadros mais carismáticos e um dos poemas de Miguel Torga. A foto do meu neto combina bem com o tom da poesia.
Livre não sou, que nem a própria vida
Mo consente.
Mas a minha aguerrida
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.
Trago-a dentro de mim como um destino.
E vão lá desdizer o sonho do menino
Que se afogou e flutua
Entre nenúfares de serenidade
Depois de ter a lua!
Miguel Torga,
in 'Cântico do Homem'
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