segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Viagem ao centro do Porto

Como ontem narrei, viajei pela cidade Invicta como se fosse uma turista de máquina a tiracolo. Só não usei os auriculares, pois conheço muitíssimo bem a cidade e prefiro olhar para ela sem ouvir explicações. Foram muitos anos a andar a pé ou de autocarro, é a melhor maneira de se conhecer uma cidade.

O passeio começou no Castelo do Queijo e dirigimo-nos pela avenida da Boavista acima.

É uma avenida enorme, com pedaços lindíssimos, outros para esquecer, pecados cometidos ao longos dos anos, em que só a ganância de alguns vingou. A VCI cortou a avenida ao meio com todos os inconvenientes, poluição barulho e terrenos ao abandono.


O parque da Cidade e as casas em frente que já datam de séculos passados relembram os belos tempos em que a Invicta era uma cidade rica, próspera e cosmopolita. Infelizmente, na segunda metade do seculo XX, os terrenos para cá da Rotunda passaram a ser para mera especulação e a construções de alguns prédios é aberrante, cocofonante, dá uma imagem de desmazelo até dizer basta. Há prédios interessantes pelo meio, mas na sua maioria, não condizem com o resto da paisagem e chocam qualquer turista que passe por aquelas zonas.

Depois da Rotunda, o autocarro desviou pela Rua da Boavista
para passar na Igrejinha de Cedofeita, um bijou no meio do jardinzito que a rodeia. Vale a pena ver esta pérola que nos foi deixada no sec XII. Entramos então na parte mais antiga da cidade.







Seguimos em direcção à Baixa por ruas com patine, algumas com casas antigas e fachadas lindas, mas num estado de conservação duvidosa.
Em contrapartida a zona da Estação de S. Bento - a mais linda de Portugal - está em franca recuperação, com quarteirões de postal ilustrado que apetece fotografar de todo os ângulos.

A Lei das rendas não ajuda a recuperar edifícios antigos, que se vão degradando dum modo irreversível. Mesmo assim, não se pode deixar de admirar as varandas de ferro, a harmonia das janelas e portas, o desenho arquitectónico de muitos prédios. Alguns lembram Paris.

Se houvesse dinheiro e fossem restaurados ( como em Praga ou Munique), esta cidade poderia ser lindíssima. Tirei várias fotos de janelas, onde, em tempos, as donzelas espreitavam os seus namorados ou conversavam do alto dos balcões.

Não consigo imaginar o que seria a vida nessa altura, mesmo em Lisboa, vivi sempre fora do centro a cidade, mas penso que o Porto seria uma cidade com vida comunitária activa e muita mistura de gentes, ricas e pobres em bairros comuns, com ilhas no meio de casas senhoriais. Ouvi vezes sem conta o meu ex-marido e a minha sogra relatarem histórias de bairro. O meu ex- dava-se com gente de toda a espécie e ainda hoje é amigo dum mestre de obras que andou na escola com ele.

Toda a Baixa do Porto está a ser recuperada, mas as obras levam séculos e cada prédio contrasta violentamente com o seguinte...

Felizmente a zona da Sé é sempre bonita, sobretudo a contra-luz. Não saímos, mas apetecia.

Amanhã voltarei ao tema....o Porto sem o Douro não é Porto...e o Douro ao fim da tarde é um poema.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Turista acidental na Invicta




Hoje resolvi ver a cidade que me adoptou com olhos de turista acidental.

Tirei 230 fotos a esta cidade. Das 12 às 17. Quase non-stop.



A visita começou com um almoço na Cufra com a minha filha: posta de vitela na pedra com esparregado e batata a murro. Era tanta que ainda trouxémos para o jantar. O restaurante estava semi cheio, o que é raro. Num instante se encheu de famílias e pequenada ruidosa, já nós nos vínhamos embora. 
A praia estava um espanto, lá fora um ventinho gelado - 8º no ar - a lembrar Leeds no inverno, a mesma luz do sol por entre nuvens negras, suspeita de chuva que não chegou a cair, e o mar calmo, mas belo, como prata polida em dia de festa. Uma luz que aliciaria qualquer fotógrafo...e eu não resisti.

Na praia, viam-se surfistas, crianças e cães atrás dos donos, pessoas sentadas em meditação, grupos a tomar café nas esplanadas, miúdos correndo em liberdade. 

Pergunto-me muitas vezes se o verdadeiro Éden não seria um areal imenso rodeado dum mar benfazejo a beijá-lo, e não aquele jardim piroso com árvores plastificadas das gravuras. Adão e Eva andariam a correr nús pela areia e o fruto proibido seria banharem-se nas ondas cálidas do paraíso. Mas basta de blasfémia!

Viémos a pé até ao Castelo do Queijo que, como sempre, oferecia uma imagem de solidez, as suas ameias em contra-luz no meio das praias.

A nossa ideia era apanhar o autocarro para casa - o 200 - que passa mesmo em frente na Rua do Campo Alegre.

Mas a volta foi outra completamente diferente.
Parou mesmo à nossa frente um autocarro amarelo de turismo, com o andar de cima aberto e num segundo, olhei para a minha filha e ambas dissémos: Vamos?!

Estava fresco, mas subimos para o andar descapotável, donde se desfruta plenamente do panorama. E sem dar por ela, demos uma volta inteira ao Porto e a Matosinhos em 2 horas. Sem sair do autocarro.

A descrição do que eu vi - a cidade inteira -  e fotografei não cabe nesta entrada.

Ficará para a próxima...

sábado, 27 de fevereiro de 2016

O inverno do nosso contentamento


Há cambiantes de luz e cor no inverno que nunca vemos em mais nenhuma estação do ano.

Desde que mudei para o Campo Alegre, aprendi a conhecer melhor as características de cada uma delas, observando a Natureza à minha volta com olhos de lince. É como se estivesse no campo a sério, onde as estações são importantes e tudo gira à volta delas.

O Botânico nesta altura é esquálido comparado com a Primavera ou o Verão.

 Parece que está tudo letárgico e adormecido. Os lagos são sarcófagos de nenúfares e nem sequer se vêem as folhas que depois emergem e produzem as maravilhosas flores rosadas. Neste momento, não se vislumbra qualquer sinal de vida, a não ser a dos papiros, que parecem abandonados no meio do lago.

Em contrapartida, os reflexos do céu, das árvores e plantas à volta tomam relevo na água e os efeitos são abstractos, lindos, misteriosos. Se tirar dez fotos no mesmo local, todas as fotos são diferentes. A brisa altera tudo em segundos.

Os troncos das árvores envelhecidas estão cobertos de líquenes verde-claro, amontoando-se em forma de flor ou em círculos. Os mais esguios erguem-se rendilhados
à espera do sol que lhes trará os brotos e as folhas daqui a uns meses.

O Botânico é lindo no inverno, cheio de luz, com contrastes, sombras e vozes misteriosas....

“A consciência de uma planta no meio do inverno não está voltada para o verão que passou, mas para a primavera que irá chegar. A planta não pensa nos dias que já foram, mas nos que virão. Se as plantas estão certas de que a primavera virá, por que nós – os humanos – não acreditamos que um dia seremos capazes de atingir tudo o que queríamos?”
Khalil Gibran



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Beethoven e Sokolov

Quando se juntam, esquecemos tudo o que nos possa embaciar o espírito. Sublime!



Bom fim de semana, Amigos.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Praia de Ofir

Elle est retrouvée.

Quoi ? - L'Eternité.


C'est la mer allée


Avec le soleil.


Rimbaud

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Music saved my life

A RTP3 transmitiu um documentário na 4ª feira, dia 17, às 20 horas,  " The Lady in number 6 ", que deveria ser visto por todos. Foca a história de vida de Alice Herz-Sommer, a mais idosa sobrevivente do holocausto conhecida. O documentário em questão ganhou o Óscar para melhor curta metragem em 2014.

Alice faleceu em 2014 com 110 anos e até lá viveu sozinha em Londres num apartamento pequeno, onde muitas pessoas se reuniam para a ouvir tocar piano ou para conversar com ela e conhecer a sua vida.

Encontrei no Youtube vários excertos de entrevistas que são em si mesmas um testemunho extraordinário do que a Música pode representar para uma pessoa em situações extremas.

A Música era Deus para Alice, enquanto ela pudesse tocar sobreviveria.

Estou a ler a sua biografia que comprei através do Kindle - já li 55% num dia - e é fascinante, inspirador. Recomendo a todos, está traduzido em português como podem ver na foto abaixo.


 “I felt that this is the only thing which helps me to have hope … it’s a sort of religion actually. Music is … is God. In difficult times you feel it, especially when you are suffering.” When asked by German journalists if she hated Germans, she replied: “I never hate, and I will never hate. Hatred brings only hatred.”




“I have lived through many wars and have lost everything many times — including my husband, my mother and my beloved son. Yet, life is beautiful, and I have so much to learn and enjoy. I have no space nor time for pessimism and hate.”


domingo, 21 de fevereiro de 2016

Viver no RU

Vai passar a ser quase impossível para nós portugueses, a não ser que tenhamos posses ou a certeza dum emprego duradoiro.
Nos anos 70, algumas amigas minhas foram para Londres a sonhar com o "British dream", que era viver como "au pair" em casa de ingleses ricos, muitos deles judeus,  tomar conta das crianças ou fazer limpezas e ajudar a família durante algumas horas do dia, frequentando um curso de inglês nas horas livres. Isso significava gozar de uma liberdade nova, proibida aos jovens portugueses no regime salazarista ainda que as portuguesas tivessem de engulir muitos sapos e nada fosse cor-de-rosa.

Uma das minhas irmãs teve uma experiência bastante má e acabou por ir trabalhar para o clube da RAF, onde ganhava um pouco mais que 3 libras por semana e ficava livre a partir das 15h. O clube, ultra posh, era situado em pleno Park Lane, em frente do Green Park. O quarto dela no sótão possibilitava a vista do parque , cheio de neve no inverno de 1970. Dormi lá algumas vezes num colchão surripiado. Era uma experiência totalmente nova.

Passei lá um mês e meio para que ela não estivesse sozinha no Natal e para poder investigar para a minha tese de licenciatura sobre Graham Greene, que concluí em 1971.
colagem que montei em 2011 na minha última estadia na cidade
Fiquei em casa duma amiga portuguesa que se tinha casado com um australiano e que reencontrei no Facebook, Maria Ferguson.
Todos os dias vinha para o centro em dois transportes, estudava durante seis horas na Biblioteca da Universidade em Russell Square e depois passeava pelas Charing Cross, Tottenham Court Road e Oxford Street. Fazia kms a pé e conhecia as lojas todas dessas ruas. Não tinha dinheiro nenhum, de modo que só via as montras, os discos, os posters e as roupas, mas nada comprava.
Às 15h encontrava-me com a minha irmã e íamos comer panquecas ao Old Kentucky. Essas panquecas sabiam-nos pela vida...e eram relativamente baratas, comparadas com o resto dos restaurantes, proibitivos para as nossas posses. Fomos a alguns concertos memoráveis no Albert Hall, onde ficávamos de pé nas galerias, pois eram os bilhetes mais baratos.

Para viver em Londres mais de 3 meses, era necessário adquirir um labour permit. Expirando este, teríamos de abandonar o país. Nunca quis lá ficar por muito tempo, não tinha coragem de viver sem a família e Londres só me seduzia durante pouco tempo.

É o que vai acontecer agora, quer vença a facção que deseja permanecer na UE ou não. Os cidadãos estrangeiros não terão acesso ao NHS nem à segurança social enquanto não descontarem para a mesma durante 4 anos. Sei por experiência que, sem isso, é muito difícil viver em Inglaterra.

Todos os outros países - 27- aceitaram por unanimidade as reclamações de David Cameron. O mesmo está convencido de que os cidadãos britânicos votarão YES à permanência, gozando "the best of both worlds" como ele chamou à situação. Sem dúvida.

Poder escolher o seu futuro só é permitido aos países poderosos da UE ou que não são, nem nunca foram, pro-euro.
A libra continuará forte e um sinal de independência duma nação que não se verga perante a Europa e as suas políticas anti-soberanias.

Não posso deixar de lembrar aqui a máxima de George Orwell , no seu famoso Animal Farm:

All animals are equal, but some animals are more equal than others





sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Rust = ferrugem

Há quem deteste ferrugem. É uma poalha de ferro que se incrusta em tudo onde haja oxidação. Parece pó, mas não sai com uma escova, como acontece com quase todos os pós.A mancha fica e por vezes o tecido desfaz-se tal é a potência desta mistura química.



 Não há nada pior que ter portas enferrujadas, armários velhos que já nem fecham, peças de metal que foram belas, mas agora se apresentam degradadas. Por muitos produtos que inventem poucos são eficazes na remoção da ferrugem.

Usa- se o termo enferrujado simbolicamente para designar envelhecido. Todos nós nos sentimos por vezes enferrujados, como se os anos nos tivessem deixado marcas no corpo e na alma, manchas essas que não saem...pelo contrário, intensificam-se com o tempo.

No site de que já falei aqui denominado GROUP DK, privilegiam-se as fotos de objectos ou cenários degradados, onde muitos encontram beleza e até valor.

Já enviei para lá muitas fotos minhas relativas aos tema RUST e considero que são bonitas.
As tonalidades que a ferrugem adquire é variada e, por vezes,  muito atraente.

Encontrei um poema muito interessante em inglês sobre o processo em questão.



Rust Poem

When iron goes,
And oxidizes,
We often find,
A few surprises...
When ladder looks,
A tad-bit rusted,
rusty ladder
It really can't be,
So well-trusted...
Rust corrodes,
Over time,
Might make ladder,
Bad to climb…
Rusty iron?
Not too strong,
Disintegrates,
Before too long...
When iron’s reddish,
It’s just rust,
Can turn some metal,
Into dust!
Yes, iron mixed with oxygen,
Throw a little moisture in,
Oxidizes,
Makes it rust,
And rusty iron's,
Hard to trust…

A conclusão brilhante é a de não devemos confiar numa escada que esteja enferrujada... :)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Room

Sempre sofri de claustrofobia, nunca gostei de lugares debaixo da terra, fechados ou sem janela. Infelizmente, as vezes em que fiquei fechada nos elevadores são mais que os cinco dedos duma mão. Saí sempre com mais ou menos facilidade e não deixei de andar de elevador por isso. Mas continuo a sofrer dessa fobia.
Nas viagens evitava sempre visitar grutas ou corredores estreitos, sobretudo nos países exóticos que visitei, como o Egipto ( não entrei em nenhuma pirâmide) , Turquia ou Jerusalém. O meu ex-marido entrava, eu ficava do lado de fora...
Nos aviões, curiosamente, não penso nisso....

Hoje fui ver um filme que, em grande parte,  se passa num só quarto.



Mas ao contrário do que acontece com o anexo de Anne Frank, não senti tanto a sensação de claustrofobia.
É um mundo paralelo, onde a imaginação e as imagens da TV funcionam como a realidade. Jack de 5 anos só conhece aquele quarto e vive nele como se fosse o mundo inteiro. Pela claraboia só vê o céu.



A interpretação dos dois protagonistas, mãe filho, é irrepreensível e muito comovente. Por alguma razão foram galardoados com os prémios principais do cinema de este ano.
A realização é excelente, sempre num tom equilibrado que não resvala para o melodrama na primeira parte, nem para o sensacionalismo na segunda.

Vale a pena ver.
Custa a acreditar, a imaginar ou a visualizar um cenário tão macabro, mas sabemos que há histórias destas todos os dias. Recreá-las em ficção é bem mais difícil e requer verdadeira arte.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

As árvores vivem de pé



O inverno puro e duro está aí, mas as árvores do Botânico estão firmes e rijas como sempre.
Recortando-se no céu azul, hoje dádiva de Deus após a semana terribilis que assolou o norte e centro do país, elas revelam a sua perenidade face às intempéries, esqueletos vivos e presa fácil para os fotógrafos amadores como eu.


Sempre adorei passear nos jardins no inverno.

Ainda tenho fotos do Englischer Garten de Munique onde passei horas infindas, com neve, sem neve, no outono, verão ou primavera. Para mim, um local com árvores foi sempre mil vezes mais apetecível do que um shopping - e havia-os, como o Hertie ou o Kaufhof - cheio de ofertas aliciantes e coloridas.

As árvores são a melhor companhia que me podem oferecer, ainda mais do que as flores, porque sei que essas vão murchar, estiolar e cair. Os troncos das árvores, não. Permanecem de pé, enfrentando a chuva, a ventania, as trovoadas e às vezes até o fogo. Felizmente aqui não há perigos piores e só esporadicamente, aparecem ramos partidos ou ceifados pelo vento. No fundo todas estas árvores se protegem umas às outras e hoje, dia de vento norte, não se sentia a brisa sequer...

Namorei os lagos de nenúfares mais uma vez e consegui tirar umas fotos completamente diferentes, o que parece incrível dada a frequência com que os fotografo em qualquer estação do ano.

As árvores no inverno adquirem formas mais grotescas enquanto reflexos na água agitada pelo vento. De segundo em segundo, adquirem formatos mais variados, cores diversas e mais apelativas.


A Casa Andersen também vive de pé. Esquecida dos seus moradores famosos, que um dia, correram pelas escadarias e olharam através das janelas para o jardim sem fim, reflecte-se no lago sem nenúfares no inverno, vaidosa e narcisista como nunca.


Hoje senti-me bem. Como não me sentia há meses. Ando a pé com facilidade, apesar do espartilho que a coluna me impôe. É uma sensação de liberdade e de independência quase total. Até me esqueço das dores horríveis que sentia dantes.

Eu própria estou a conseguir viver...de pé.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Esta cidade que eu amo

Hoje saí de casa. Não foi para ir ao médico, nem às análises, nem à clínica, nem à farmácia.

Esta saída restituiu-me a saúde física e mental que perdi nestas 3 semanas de convalescença.

Fui com filhos e netos almoçar a Matosinhos, a um restaurante muito agradável que fica na parte de baixo do Edifício Transparente, em tudo diferente da Cufra no andar de cima. Sossegado, servem bifinhos na pedra, que são uma delícia. Os netos radiantes com as suas pizzas e com a liberdade da praia gelada.


Saí cá para fora com eles, embora estivesse uma ventania "do caraças". O sol despontava de vez em quando do chumbo negro das nuvens acasteladas por cima do mar. O Castelo do Queijo negro em contra-luz irisado.  O novo Terminal de Leixões parecia uma construção de extraterrestres, pousado no porto, brilhante à luz do sol. Um cenário formidável que esta cidade nos oferece quer no verão, quer no inverno.

As ondas estavam belas, o mar fogoso, prata e chumbo, a areia sem fim.

Há momentos tão belos que nos compensam de todas as vicissitudes da vida.