quinta-feira, 7 de julho de 2016

As familias felizes não têm história

Há quem diga que quando se está feliz, não há nada para contar.


Limitamo-nos a absorver a felicidade quase absoluta, sem desejo de comunicar, de compartilhar ou de a expressar em palavras, já que ela



 é tão preciosa e tão rara.

Tolstoi escreveu uma frase que ficou célebre:

As famílias felizes parecem-se todas; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira.

Não sei se a minha felicidade nestes dias foi igual às de tantas outras que vi à minha volta. 
Só sei que já passei muitos dias em Ofir e nunca tive a sensação tão evidente de que tudo estava perfeito.
foto tirada pelo meu neto que viu a flor onde eu nada via se não riscos

Houve alturas em que me preocupei com a minha filha, outras em que o tempo estava mau com vento ou nevoeiro, outras ainda em que fugia aos dramas conjugais ou ao trabalho e à pressão do quotidiano. 

Raras vezes vim completamente aberta a absorver tudo o que se passava à minha volta.


Desta vez, senti que tudo batia certo. O tempo esteve inexcedível, calor, sol sem vento, nuvens altas a colorirem os pores do sol, as crianças felizes à nossa volta e até o futebol veio abrilhantar a estadia e trazer uma nota mais ao que poderia ter sido mais um serão sem história. 

Foram só quatro dias, mas pareceram uma eternidade...no Paraíso.

Ficam aqui algumas fotos. Elas falam por si...














6 comentários:

  1. A mais famosa frase de todos os tempos que inicia o romance Anna Karenina é a mais pura das verdades. Pelo menos nos momentos felizes, que isto de felicidade eterna é, felizmente, uma grande utopia. Uma coisa ninguém vos tira: cinco dias de Paz e alegria, o que, convenhamos, já é nos dias de hoje uma bênção.
    (Belíssimas fotos sem filtro!)
    Bjos

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  2. Bateste na tecla certa, dias de Paz e alegria, uma alegria contida feita de certezas que nos animam. Ter ao lado duas pessoas que nos amam quase incondicionalmente é meio caminho para a felicidade.
    Muito obrigada pelo elogio. Tirei muitas, mas escolhi as mais originais, talvez....na do miudo, o meu neto estava a ver a flor completa e eu não via nada...ele pegou na máquina , usou o zoom e só depois é que consegui ver onde ele estava a saltar. A minha miopia está pior, mas o zoom cada vez melhor :)
    Bjo

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  3. Fotos belíssimas, como sempre. Parabéns
    Bj
    Regina

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  4. Obrigada, Regina. Boas férias com os teus netos!
    Bjo

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  5. É verdade que a felicidade tem menos prosápia que a infelicidade. É uma superfície de mar calmo e ameno. Isto não significa que, nas suas profundezas, não esconda correntes e turbilhões. Mas quando estamos em paz, quando há alegria e confiança, deixamo-nos ir ao seu sabor, sem resistir ou esbracejar. Acho que a felicidade é isso – um certo abandono àquilo que nos é oferecido.

    A propósito do olhar do seu neto, lembrei-me das palavras de Almada Negreiros:

    “Pede-se a uma criança: Desenha uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. (…) Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor! As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor! Contudo a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor! “

    Um beijinho, Virginia, e obrigada por partilhar a sua paz :)

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  6. Tem razão, a felicidade é como o mar à bordinha, vem suavemente lamber-nos os pés, morninha e suave. Se atravessamos mais para diante, apanhamos com a rebentação e às vezes vemo-nos aflitos. Mas sempre gostei de challenges e ondas...
    Já conhecia esse texto, é lindo. O meu neto vê muito bem e estava lusco-fusco. Eu já só via o miudo aos saltos junto ao Pai!!!
    bjinhos

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