quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A Beleza


Cada vez mais me sinto atraída pela Natureza.

Não preciso de ir para longe. Tenho-a ao pé da porta. É uma benesse quando se sente a perda a bater à porta.

Estas fotos inspiram qualquer um. A mim dão-me forças.








As fotos foram todas tiradas com o meu i'Phone, instrumento que me é indispensável hoje em dia.
Também ele me dá força.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Porquê?




Há imagens que nos transmitem Paz.

Há locais sagrados nos quais sentimos que nada, nem ninguém nos pode fazer mal.

Porque é que nos hospitais não há imagens destas em todos os lados, enchendo as paredes brancas e assépticas que são um caminho para a morte lenta?



terça-feira, 27 de setembro de 2016

Espiral





Decimas a mi muerte

He de morir de mi muerte,
de la que vivo pensando,
de la que estoy esperando
y en temor se me convierte.
Mi voz oculta me advierte
que la muerte con que muera
no puede venir de fuera,
sino que debe nacer
de la hondura de mi ser
donde crece prisionera.

Confésion

El poema íntimo, 
el que no escribo:
solo
lo cohabito contigo.

O círculo da vida






sábado, 24 de setembro de 2016

Imagens


Ontem fui ao Botânico, onde já não ia há semanas.

Estava um dia tristonho de acordo com o meu estado de espírito.

Não havia flores, parece que o verão desapareceu mesmo deste jardim e ainda não há notas outonais.

As árvores estão bem verdes e mesmo frondosas.






Limitei-me a fotografar mais uma vez as imagens mais originais que estes lagos, troncos e plantas me oferecem. Nada de novo, portanto.

Vem aqui um video de acordo com a tonalidade da entrada. Melancólico, outonal, belo.






quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Toi et Moi - Paul Geraldy


Foi-me oferecido pelo meu namorado aos 20 anos.
Antes de mo oferecer, anotou-o como fazia com todos os livros que lia.
O livro esteve na estante da sala durante anos. De repente, quando dei por ela, tinha desaparecido, talvez escondido no meio dos outros - tantos - que entretanto, fomos acumulando.
Nunca mais o vi, mas lembrava-me muitas vezes de algumas frases que citávamos na brincadeira.

Hoje encontrei o livro na Amazon.com e comprei-o na versão original em francês através do Kindle.
Tenho estado a lê-lo, num misto de tristeza e compensação.

Recordar é bom.
Tão bom quanto fazer projectos quando eles são possíveis.





Chance (original)

Et pourtant, nous pouvions ne jamais nous connaitre!
Mon amour, imaginez-vous
tout ce que le Sort dut permettre
pour qu’on soit là, qu’on s’aime, et pour que ce soit nous?
Tu dis: “Nous étions nés l’un pour l’autre.” Mais pense
à ce qu’il dut falloir de chances, de concours,
de causes, de coïncidences,
pour réaliser ça, simplement, notre amour!
Songe qu’avant d’unir nos têtes vagabondes,
nous avons vécu seuls, separes, égarés,
et que c’est long, le temps, et que c’est grand, le monde,
et que nous aurions pu ne pas nous rencontrer.

Dia Mundial da Paz


domingo, 18 de setembro de 2016

Memories

Há uns anos fui a S. Joao da Pesqueira festejar os anos do meu filho que estava lá colocado como Juiz
O meu ex-marido foi comigo e viémos de comboio os dois pela Ferradosa. É um dos locais mais lindos que conheço.

Escrevi, nessa altura, um texto que é interessante na íntegra, mas do qual destaco estas linhas:


O cais da Ferradosa é, simbolicamente,  como o meu casamento. Algo sublime que permanece intacto no que é essencial. Uma beleza intocável que nos ligará para toda a vida, mesmo que vivamos separados no nosso dia a dia.

Hoje continuo a pensar o mesmo.

Perante a doença do meu ex-cônjuge, que não escondo de ninguém porque é a minha preocupação maior,  esqueço tudo o que nos separa para só me lembrar dos momentos de alegria, dos nossos segredos, dos nossos sonhos...

Ando completamente abstraída de tudo. Este blogue ficará em stand by para já. Fico só no Facebook.
Até já.


sábado, 17 de setembro de 2016

Na ressaca

Voltei de Leeds há menos de 48 horas, mas parece-me que já foi há um século.
Aqueles dias fora de tudo - mas sempre com ligação ao Porto - fizeram-me bem.... e mal.

A minha filha está feliz no seu quartinho com vista para Woodhouse, um bairro de casinhas cor de tijolo e jardins. Decorou-o com algumas coisas que trouxera e outras que lhe ofereceram. Para já tem o essencial, mas não muitas coisas. O quarto é espaçoso e a cama de casal :).

Sei que ela vai ser feliz ali e isso basta-me para colmatar a falta que me faz cá. A minha casa parece vazia e, embora eu saiba que ela volta, sinto sempre um nó na garganta por não ouvir a chave na porta, nem a música dos seus auriculares, os passos no quarto, o sorriso a sugerir irmos jantar fora...

Hoje estive a arrumar o seu quarto cá e parece bem mais leve e bonito. Todos nós acumulamos coisas que nunca usamos, livros que não lemos, DVDs que nunca vemos...de vez em quando é preciso desbastar o supérfluo.

Leeds estava igual, alegre, cheio de cor e vida.
Os estudantes vem chegando aos poucos, as ruas enchem-se de jovens de todas as raças e religiões, misturam-se com os nativos sem qualquer problema. A universidade é um local sagrado, onde não se nota a competição existente nos EU, onde há um frenesim enervante.
Bem sei que a minha imagem é a dos filmes e estes nem sempre são muito credíveis.


     Leeds é uma cidade universitária por excelência. O nivel dos taxistas, por exemplo, é altíssimo. Muitos deles são paquistaneses e faladores, o que é muito agradável. Contrastam largamente com os nossos, que , em geral, estão sempre de pé atrás com tudo.


Apanhámos tempo maravilhoso, calor, temperaturas anormais para a época e também uma trovoada enorme. Felizmente tínhamos chegado há pouco ao hotel quando o temporal desabou. Tirei umas fotos engraçadas.


A viagem foi cansativa.
Stansted é sempre caótico e , embora conheça bem o aeroporto, custa-me sempre andar kms para apanhar o avião, esperar depois em pé à entrada, sobretudo depois duma viagem de 3 horas de comboio. Felizmente o meu filho foi buscar-me, sempre me deu bastante conforto.

As notícias sobre a saúde do meu ex-marido continuam más. Não há palavras.

Como diz Manel Forjaz no seu magnífico livro que estou a reler: É preciso nunca deixar de viver...





sábado, 10 de setembro de 2016

De novo para Leeds

















Vou rever as paisagens que tanto amo em três dias apenas. A viagem de regresso sozinha será um pouco dolorosa.

Não me apetece ir, tenho o meu ex-marido bastante doente e preocupa-me não saber o que ele tem. Estes dias vão ser cruciais e eu lá longe a pensar que deveria estar cá.

A minha filha vai acabar o seu mestrado iniciado há dois anos e que teve de terminar abruptamente.

Está entusiasmada como sempre. Nasceu para ser "inglesa" e aqui sente-se despaísada.

Adora tudo, a língua, o sotaque yorkshireano, a chuva, a humidade, as pessoas, os take aways, as caminhadas intermináveis, o Hyde Park, os pubs, as lojas, as pessoas, as 6ª à noite, os jovens....TUDO!

Compreendo-lhe a ansiedade. Só se é jovem uma vez. Mas a minha juventude já passou...

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Regresso às paisagens - às vezes sonho....


Sonho muitas vezes com paisagens de campo sem fim...

É raro passar dias nesse tipo de habitat, mas a minha imaginação é fértil quando se trata de sonhar...


Eis aqui um quadro que pintei há dias:



E aqui fica também um poema de Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Fernando Pessoas que mais me fascina com uma mensagem simbólica.


Da minha aldeia veio quanto da terra se pode ver no Universo...

Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer

Porque eu sou do tamanho do que vejo

E não, do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena


Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,

Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe

de todo o céu,

Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos

nos podem dar,

E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Foram dois dias

a festejar os anos dos meus dois filhos mais velhos que nasceram em dias seguidos do mês de Agosto,  29 e 30, com um espaço de três anos certos. Esta dupla festa foi sempre um sinal de que o mês estava a acabar e com ele as férias, o lazer, a praia....










É como  me sinto hoje,  apesar de não haver aulas, o sol continuar a torrar-nos moderadamente e os autocarros terem retomado os horários normais. Os meus netos ontem passaram todo o dia comigo, hoje foram para casa duma tia. O meu filho voltou a Bragança para o recomeço do ano judicial.


     Anteontem, dia de anos da minha filha, fomos "em romaria" as duas ao Senhor da Pedra, local onde há muito desejávamos ir. Tínhamos visto muitas fotos no FB, em guias turístico, fica só a 20 km daqui , mas nunca tínhamos ido à capela propriamente dita.


Foi uma experiência especial. O dia estava esplêndido com nuvens altas e sol quente. Almoçámos num restaurante muito simpático - Areal - onde pagámos a módica quantia de 10 € por lombo assado com castanhas. Depois saímos para a praia.


A areia é grossa, daquela que se pega aos pés e enterra. Não gosto muito e ainda menos de andar nela, mas fiz um esforço grande e acabámos por atravessar um riacho, já sem sapatilhas, para poder passar para o lado da capela.
Teve muita graça e estávamos super bem dispostas. A Luisa queria mesmo tomar banho no seu dia de anos, embora a água estivesse a 16º, segundo as previsões.

Visitámos a capela, que se vê rapidamente, é pequena, mas num estilo muito próprio aqui do norte, com um altar barroco dourado. à volta é só mar, mar límpido e verde, rochas muito escuras, uma beleza. Avista-se até muito longe, lá ao fundo, o terminal de Leixões e a costa toda de Gaia até ao rio Douro.

Adorei a experiência. Depois andámos mais 1 km pelo passadiço até à praia da Sãozinha, uma das muitas que por ali se encontram. As dunas estão protegidas com paliçadas muito fotogénicas.

Viémos de comboio para o Porto. A estação de S. Bento mais uma vez me encantou, cheia de turistas e animação.

À noite fomos todos jantar a um novo restaurante que fica na passeio das Virtudes: o Torreão. Tem uma vista espectacular, mas só tinha levado o i'Phone, que não tira grandes fotos. O jantar foi animado mas caríssimo e não acho que a comida seja excepcional. Fiquei um pouco desanimada com o preço e a demora, mas a companhia dos meus três filhos, nora e netos é suficiente para me sentir feliz.