É difícil falar de Amor.
Mas mais difícil é viver um grande Amor.
E ainda mais difícil é analisar-se o que foi um grande Amor, passados 52 anos de duas vidas, uma delas já finda.
Não tenho falado quase de outra coisa nos últimos tempos , aqui no blogue, a alguns dos meus amigos e sobretudo no meu diário, onde todos os dias escrevo.
Durante anos escrevi cartas de amor. Não as sei qualificar, mas basta ler algumas linhas destas cartas para se perceber que quem escreve está apaixonado. Mais ou menos, mas indubitavelmente apaixonado. Há palavras sagradas como : Querida, meu amor, Minha..., e até petit noms que quem ama inventa...e expressões que nos ferem agora ainda mais: Nunca me deixes, Don't forget me, Tu és Unique, Confia em mim, Reza por mim, Je t'aime tendement, I miss you, Espera por mim.
O amor acaba? Há quem diga que sim e até quem acrescente que o ódio, o desprezo, o desdém dão lugar ao carinho, à afeição ou à ternura. Amor e ódio são dois polos opostos que às vezes se confundem, tal é a violência dos sentimentos que podem unir e desunir duas pessoas. Nunca conheci o ódio em relação ao M. Nem sei se ele o terá conhecido em relação a mim.
Creio que o nosso foi um grande Amor. Com altos e baixos como todos. Com altos muito altos e baixos muito baixos, pois que nenhum de nós era como diria a Clarice Lispector "de metades".
O nosso namoro não conhecia meio-termos, muitas vezes o escrevemos um ao outro.
Como diz Adamo na sua canção : ' cést pas l'enfer, c'ést pas le Paradis'. Era uma alternância de encontros e desencontros. Que não o destruíram.
Mas se formos dar ouvidos a um outro grande cantor francês, Charles Aznavour, que cantou as mais belas canções de amor que conheci na minha juventude:
L'amour c'est comme un jour
Ça s'en va, ça s'en va l'amour
C'est comme un jour de soleil en ripaille
Et de lune en chamaille
Et de pluie en bataille
L'amour c'est comme un jour
Ça s'en va, ça s'en va l'amour
C'est comme un jour d'un infini sourire
Une infinie tendresse
Une infinie caresse
L'amour c'est comme un jour
Ça s'en va mon amour
Na realidade, o Amor é um estado de alma, tão variável quanto as pessoas que sentem. Não há hipótese de catalogar, definir, descrever...
Shakespeare escreveu alguns sonetos sobre o amor. Este é muito específico e detalhado. Vai aqui uma tradução para quem não compreende bem a língua inglesa, dum blogue dedicado a literatura inglesa.
Por coincidência ou não escrevi, hoje, este texto ao som do bailado Romeu e Julieta de Prokofiev , numa realização lindíssima da Opera de Marselha-transmitida pelo Mezzo.
Maior história de amor e de equívocos nunca foi escrita.
Mas mais difícil é viver um grande Amor.
E ainda mais difícil é analisar-se o que foi um grande Amor, passados 52 anos de duas vidas, uma delas já finda.
Não tenho falado quase de outra coisa nos últimos tempos , aqui no blogue, a alguns dos meus amigos e sobretudo no meu diário, onde todos os dias escrevo.
Durante anos escrevi cartas de amor. Não as sei qualificar, mas basta ler algumas linhas destas cartas para se perceber que quem escreve está apaixonado. Mais ou menos, mas indubitavelmente apaixonado. Há palavras sagradas como : Querida, meu amor, Minha..., e até petit noms que quem ama inventa...e expressões que nos ferem agora ainda mais: Nunca me deixes, Don't forget me, Tu és Unique, Confia em mim, Reza por mim, Je t'aime tendement, I miss you, Espera por mim.
O amor acaba? Há quem diga que sim e até quem acrescente que o ódio, o desprezo, o desdém dão lugar ao carinho, à afeição ou à ternura. Amor e ódio são dois polos opostos que às vezes se confundem, tal é a violência dos sentimentos que podem unir e desunir duas pessoas. Nunca conheci o ódio em relação ao M. Nem sei se ele o terá conhecido em relação a mim.
Creio que o nosso foi um grande Amor. Com altos e baixos como todos. Com altos muito altos e baixos muito baixos, pois que nenhum de nós era como diria a Clarice Lispector "de metades".
O nosso namoro não conhecia meio-termos, muitas vezes o escrevemos um ao outro.
Como diz Adamo na sua canção : ' cést pas l'enfer, c'ést pas le Paradis'. Era uma alternância de encontros e desencontros. Que não o destruíram.
Mas se formos dar ouvidos a um outro grande cantor francês, Charles Aznavour, que cantou as mais belas canções de amor que conheci na minha juventude:
L'amour c'est comme un jour
Ça s'en va, ça s'en va l'amour
C'est comme un jour de soleil en ripaille
Et de lune en chamaille
Et de pluie en bataille
L'amour c'est comme un jour
Ça s'en va, ça s'en va l'amour
C'est comme un jour d'un infini sourire
Une infinie tendresse
Une infinie caresse
L'amour c'est comme un jour
Ça s'en va mon amour
Na realidade, o Amor é um estado de alma, tão variável quanto as pessoas que sentem. Não há hipótese de catalogar, definir, descrever...
Shakespeare escreveu alguns sonetos sobre o amor. Este é muito específico e detalhado. Vai aqui uma tradução para quem não compreende bem a língua inglesa, dum blogue dedicado a literatura inglesa.
Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments: love is not love
Which alters and it alteration finds
Or bends with the remover to remove.
O, no! It is an ever-fixed mark,
That looks on tempests and is never shaken,
It is the star to every wandering bark,
Whose whort's unknown, although his heith be
/taken;
Love's not Time's fool, though rosy lips and
/cheeks
Within his bending sickle's compass come;
Love alters not withi his brief hours and weeks
But bears it out even to the edge os doom;
If this be error, and upon me proved,
I never writ, nor no man ever loved.
Admit impediments: love is not love
Which alters and it alteration finds
Or bends with the remover to remove.
O, no! It is an ever-fixed mark,
That looks on tempests and is never shaken,
It is the star to every wandering bark,
Whose whort's unknown, although his heith be
/taken;
Love's not Time's fool, though rosy lips and
/cheeks
Within his bending sickle's compass come;
Love alters not withi his brief hours and weeks
But bears it out even to the edge os doom;
If this be error, and upon me proved,
I never writ, nor no man ever loved.
Soneto 116
Não tenha eu restrições ao casamento
De almas sinceras, pois não é amor
O amor que muda ao sabor do momento,
Ou se move e remove em desamor.
Oh, não, o amor é marca mais constante
Que enfrenta a tempestade e não balança,
É a estrela-guia dos barcos errantes,
Cujo valor lá no alto não se alcança.
O amor não é o bufão do Tempo, embora
Sua foice vá ceifando a face a fundo.
O amor não muda com o passar das horas,
Mas se sustenta até o final do mundo.
Se é engano meu, e assim provado for,
Nunca escrevi, ninguém jamais amou.
Fica aqui, ainda, e com uma nota positiva, uma canção de amor que ouvi muito já depois de casada nos anos 80: A TOI, de Joe Dassin.
Diz tudo sobre o nosso Amor.
Por coincidência ou não escrevi, hoje, este texto ao som do bailado Romeu e Julieta de Prokofiev , numa realização lindíssima da Opera de Marselha-transmitida pelo Mezzo.
Maior história de amor e de equívocos nunca foi escrita.
Estive a ouvir a música, já a conhecia e é linda.
ResponderEliminarum beijinho e uma boa noite
Gábi
Estas canções francesas tocam mesmo fundo na minha corda sensível....
ResponderEliminarBjinho