Hoje deu-me para desenhar.
Passei parte da tarde - depois de o meu neto ter ido para a sua aula de violino e de me ter oferecido aqui um pequeno concerto - destaco a peça da Thais de Massenet que podem ouvir aqui e que me faz vir as lágrimas aos olhos - a desenhar árvores no inverno, sem folhas. A lápis de pau, como se diz na escola. Sem cores.
Oiçam o video abaixo e imaginem o que é ter um neto de dez anos de violino nas mãos com a sua camisolinha vermelha e calças de ganga a tocar isto para vós....é sublime e inspirador.
Ultimamente ando fascinada por Van Gogh cujo aniversário se comemora depois de amanhã. O livro que comprei Vincent's Trees é fascinante e quanto mais o leio , mais vontade tenho de desenhar: árvores, casas e até pessoas.
Outros pintores também pintaram árvores que me inspiram: Mondrian, Monet, etc.
Estou um pouco cansada de cores e do acrílico. A minha filha anda a pintar aguarelas num livro que comprou em Leeds, com desenhos de art nouveau. Ficam lindos com as cores que ela aplica da sua imaginação. Mas cansei-me de pintar a cor...e soube-me bem hoje só usar um lápis para delinear os troncos, ramos e pormenores das árvores no inverno.
Talvez me aventure a usar o pastel amanhã para tornar o desenho um pouco mais rico. Vamos a ver.
Hoje estava um fim de tarde fantasmagórico, a prometer grossa trovoada, que previ e aconteceu. Como ouvi a um velho num filme ontem: a artrite é o melhor boletim metereológico que existe! Sabia que ia trovejar e relampejar quando vi as nuvens a adensar-se no horizonte rosado do por do sol. Não levou mais de meia hora, caíu uma tempestade e chuva. Mas rapidamente sanou.
Fotografei a minha rua mais uma vez. Gosto dela nesta altura do ano, quando milhares de folhinhas brotam dos troncos negros e, dum dia para o outro, ou quase nos inundam de tons variegados de verde. Esta zona do Porto é talvez aquela em que se notam melhor as estações do ano, porque está rodeada de árvores e elas são a imagem viva da Natureza.
O mar tb reflete as estações do ano, encapelado ou mansinho, verde, cinzento ou azul, mas não é um ser vivo como estes áceres e carvalhos que vejo da minha varanda. Elas são a melhor companhia em momentos de solidão.
Se um dia for viver para um local sem árvores, acho que morro mais depressa...e não morro de pé.
Lindo o post, como sempre.
ResponderEliminarO seu neto é mesmo um artista.
Um beijo para ele e outro para si.
É mesmo , e vai-me fazer muita falta no proximo ano quando for para os EU com os pais e irmãos. Nem quero pensar...
ResponderEliminarA música é aquilo que me conforta mais neste momento. E o blogue, onde expresso todas as minhas angústias e alegrias.....obrigada por estar aí desse lado.
Bjinho