Hoje estou na mó de baixo, o que é natural, depois da euforia de Leeds, a chegada, a visita dos meus netos ontem, a vinda rápida do meu filho mais novo, o jantar na Máscara....enfim, foi uma sucessão de bons momentos, que me deixaram vazia horas depois.
Todo o dia de hoje me assolou uma sensação de abandono e uma tristeza nostálgica.
O meu filho mais velho regressou dos EU e nem sequer me telefonou a dizer que tinha chegado. Propositadamente também não tentei contactar com ele e só agora umas horas largas depois dele chegar, é que o meu neto me telefonou, perguntando se eu tinha comido o pastel de Belém que ele me trouxe de Lisboa. Claro que o comi, quanto mais não seja em memória de tantos que devorei em adolescente. Morava a 10m deles e íamos lá por vezes, depois da missa do meio-dia. Mas ontem não o comi quando ele mo trouxe pois eram quase horas do jantar e não queria perder o apetite para a fondue.
A minha filha está sorridente e querida, mas saiu durante toda a tarde para se distrair e fazer a sua meditação habitual. Nada de novo. É excelente que ela o faça.
Estive a pintar e a arrumar algumas coisas no meu atelier e encontrei uma série de livros que me entreterei a ler quando já estiver só de todo a partir de Setembro. É isso é que me anda a deprimir, ficar sem os netos ( nos EU durante um ano), sem a filha ( em Leeds) e sem o filho mais novo ( numa terriola qualquer por aí).
Vou sentir na pela o que é solidão. Não consigo encará-la com optimismo, já ando há meses a acordar de noite e a pensar como vai ser.
Os ateliers, os encontros culturais, os spas não substituem a família. E eu não tenho família aqui no Porto a não ser os meus. A música, a pintura, os concertos, os cinemas não substituem os sorrisos, os abraços, as meiguices dos meus netos.
Mas a vida continua...e eu já vivi o meu quinhão.
Continuarei a ir ao Botanico - onde tirei estas fotos ontem - e a viajar para ver os meus meninos....isto se conseguir andar o que é muito duvidoso!
Hoje não podia deixar de ler este bog. Gostei das fotos do Botânico, mas mais de ver os rostso luminosos, tanto de si como da sua filha. Que bem estão! Realmente os ares de fora dão energias. Sabe, tenho um pequeno caderno onde anoto alguns pormenores que vai contando aqui. Seja sobre música ou interpretes, livros, nomes de artistas etc...Assuntos que me chamam a atenção. Depois, ao longo do tempo que vamos comunicando, percebo que temos alguns pontos em comum. Por exemplo: sofrer por antecipação é um deles. Viver o presente não pensando numa perspectiva do futuro, é outro. Gostei da frase sobre a felicidade. Tanta teoria sobre este conceito e cada um saberá o que é para si ser feliz!... O facto de estar a pensar que ficará sozinha por um tempo , na certa vai aparecer outros factores que irão preencher o vazio que ainda não aconteceu! A seu tempo nos há-de contar! Até porque as comunicações estão facilitadas. Bem sei que falta o contacto físico. Ah! Parabéns pelo prémio do seu neto! Quando um dia ele actuar em grande na Gulbenkian ou no CCB, por exemplo, avise-me, se faz favor! Tenho impressão que isto há-de acontecer! Obrigada pela sua atenção! Penso que é outra coisa em comum que temos, gostar de atenções! (risos)
ResponderEliminarBeijinhos e tenha uma boa semana com pensamentos positivos!
E bem sei que nada substitui a ausência dos nossos filhos. Mas a vida é deles Virgínia e eles são felizes. Isso deve confortá-la e, com as suas potencialidades, a Virgínia encontrará um equilíbrio.
ResponderEliminarUm beijo.
Muito obrigada, Madalena, pelos seus comentários tão completos. Fico grata pelo tempo que "perde" comigo, mesmo que não responda sempre. Diz sempre algo de novo que me toca fundo. Somos parecidas....:) prometo que se o Daniel tocar por aí, eu digo. Também lhe posso enviar uns videos que tenho dele a tocar....
ResponderEliminarGraciete, a sua experiência de vida é sempre um bom exemplo para mim, aprecio muito a sua "assiduidade", revela muito da sua pessoa, a sua solidariedade para comigo é inultrapasável.
Não faço nenhum sacrifício em vir visitar este blog!...Claro que não! Venho por gosto, porque é bastante enriquecedor para mim. Veja lá as voltas que a vida dá!...Isto é mesmo uma teia!...Ou paranho, como se diz na minha terra. Já não me lembrava dessa palavra, mas ontem estive numa tertúlia açoriana e foram buscar termos usuais das ilhas, desconhecidos no continente. Ri-me com as expressões de quem não estava a perceber nadinha de nada!...
ResponderEliminarA telepatia existe.
ResponderEliminarEstava neste momento aquaundo da sua escrita da mensagem a ler um post seu no Coisas da Ma sobre o Carnaval no autocarro. E pensava. Não seria eu.....era incapaz de me meter num autocarro apinhado ara ir ver um corso, nem que ele passasse na minha cidade!!! A Madalena é realmente especial e tem experiências que dariam um livro. Já pensou em escrever?
Bjinho