Já há muito que não passava um domingo a solo.
Filhos fora, netos fora, telemóvel desligado, skype desligado, ausência quase forçada para testar a minha própria capacidade de me aguentar sem comunicação e sem palavras ...logo falarei com a minha filha e é tudo.
Está sol, entra pela minha janela e inunda a sala, onde uma planta de Natal ainda resplandece vermelha de sangue. Não desmanchei a àrvore de Natal e só o farei quando me apetecer. Será Natal enquanto eu quiser.
Este ataque terrorista deu pano para mangas. Exaltei-me no FB, nunca consigo moderar as minhas palavras e irrita-me o carneirismo ( somos todos Charlies), a hipocrisia generalizada, a histeria burguesa instalada.
Prefiro ser calma e estar atenta a tudo o que se passa no mundo, inquietar-me com as inúmeras mortes que todos os dias acontecem em África, no Médio Oriente e até em Portugal. Morre-se de frio e ninguém levanta um dedo para dizer : Eu sou um "sem abrigo". Viva o pão, viva o tecto, viva a saciedade, viva o emprego! Isso é que era bonito. Os jornalistas do "Charlie" já há muito que viviam do insulto e sátira maldosa, que não contribuía para um mundo melhor. Contribuía para satisfazer os seus egos inchados.
Ontem fui ao cinema ver Birdman.
É um filme denso e inquietante. Filmado dum modo único, teatral, performances excelentes, quiçá over-acting a mais.
Gosto da antítese entre o homem-pássaro que tudo sobrevoa e vence e o actor caído em desgraça, não reconhecido nos teatros da Broadway. O tema da queda dum mito - já bastante batido- está presente e impressiona na figura representada por Michael Keaton, candidato a um Globo de Ouro.
Oiço o Mezzo: Daphnis & Chloe de Ravel, música etérea, que me afasta ainda mais da realidade. Procuro evadir-me, descobrir a paz, interiorizar a minha solidão. Não quero interferências. Hoje estou só comigo própria.
Coloco aqui uma canção sarcástica dos Sparks sobre a opção que escolhi. Este video é o meu retrato hoje.
Lil' Beethoven
Filhos fora, netos fora, telemóvel desligado, skype desligado, ausência quase forçada para testar a minha própria capacidade de me aguentar sem comunicação e sem palavras ...logo falarei com a minha filha e é tudo.
Está sol, entra pela minha janela e inunda a sala, onde uma planta de Natal ainda resplandece vermelha de sangue. Não desmanchei a àrvore de Natal e só o farei quando me apetecer. Será Natal enquanto eu quiser.
Este ataque terrorista deu pano para mangas. Exaltei-me no FB, nunca consigo moderar as minhas palavras e irrita-me o carneirismo ( somos todos Charlies), a hipocrisia generalizada, a histeria burguesa instalada.
Prefiro ser calma e estar atenta a tudo o que se passa no mundo, inquietar-me com as inúmeras mortes que todos os dias acontecem em África, no Médio Oriente e até em Portugal. Morre-se de frio e ninguém levanta um dedo para dizer : Eu sou um "sem abrigo". Viva o pão, viva o tecto, viva a saciedade, viva o emprego! Isso é que era bonito. Os jornalistas do "Charlie" já há muito que viviam do insulto e sátira maldosa, que não contribuía para um mundo melhor. Contribuía para satisfazer os seus egos inchados.
Ontem fui ao cinema ver Birdman.
É um filme denso e inquietante. Filmado dum modo único, teatral, performances excelentes, quiçá over-acting a mais.
Gosto da antítese entre o homem-pássaro que tudo sobrevoa e vence e o actor caído em desgraça, não reconhecido nos teatros da Broadway. O tema da queda dum mito - já bastante batido- está presente e impressiona na figura representada por Michael Keaton, candidato a um Globo de Ouro.
Oiço o Mezzo: Daphnis & Chloe de Ravel, música etérea, que me afasta ainda mais da realidade. Procuro evadir-me, descobrir a paz, interiorizar a minha solidão. Não quero interferências. Hoje estou só comigo própria.
Coloco aqui uma canção sarcástica dos Sparks sobre a opção que escolhi. Este video é o meu retrato hoje.
I married myself
I'm very happy together
I married myself
I'm very happy together
I married myself
I'm very happy together
Long, long walks on the beach, lovely times
I married myself, I'm very happy together
Candlelight dinners home, lovely times
This time it's gonna last, this time it's gonna last
Forever, forever, forever
I married myself
I'm very happy together
Long, long walks on the beach, lovely times
I married myself, I'm very happy together
Candlelight dinners home, lovely times
This time it's gonna last, this time it's gonna last
Forever, forever, forever
This time it's gonna last, this time it's gonna last
Forever, forever, forever
I'm very happy together
I married myself
I'm very happy together
I married myself
I'm very happy together
Long, long walks on the beach, lovely times
I married myself, I'm very happy together
Candlelight dinners home, lovely times
This time it's gonna last, this time it's gonna last
Forever, forever, forever
I married myself
I'm very happy together
Long, long walks on the beach, lovely times
I married myself, I'm very happy together
Candlelight dinners home, lovely times
This time it's gonna last, this time it's gonna last
Forever, forever, forever
This time it's gonna last, this time it's gonna last
Forever, forever, forever
Lil' Beethoven
Todos lamentamos vidas perdidas, mais a mais as daqueles, que pela idade, deixam filhos órfãos.! Mas depois há tanto, tanto "show off" misturado com os sentimentos!!
ResponderEliminarÉ, Dalma, o conto "O Mandarim" continua a ser pertinente.
ResponderEliminarBom Domingo!
Ainda não fui ver este filme,,,
ResponderEliminarOlá Virgínia, gostei da sua análise sobre os recentes acontecimentos em Paris.É preciso não entrar na loucura dos hipócritas e tentar encontrar o hipocentro e o epicentro de todos estes tristes acontecimentos
ResponderEliminarUm abraço..
Nem faz ideia, Graciete, do quanto eu tenho discutido - desde o 1º dia - sobre o exagero da reacção publica ao atentado de Paris. Todos esqueceram o massacre da Nigéria em que morreram 2000 pessoas da pior maneira. O mundo está torto....
ResponderEliminarEspero que esteja melhor, Graciete. Desejo-lhe o melhor de tudo! Bjinho