domingo, 20 de março de 2016

Hoje...o Porto

Hoje começa a Primavera e o dia está soalheiro, com nuvens, como eu gosto.

Havia muitas  pessoas na florista a comprarem ramos de flores!


Na próxima semana, muda a hora e as tardes já permitem passeios a pé até mais tarde. Gosto muito desta mudança e de sair ao fim da tarde até à Foz ou a Ribeira.




Domingo passado dei um passeio de teleférico em Gaia com a família toda

 e adorei ver a vista de cima. Paga-se 8 euros por adulto, as crianças até aos 12 nada pagam, de modo que valeu a pena.

Lá em cima tem um terraço, onde se podem tirar fotos magníficas e admirar esta bela cidade de Porto-Gaia...numa perspectiva diferente daquela que se tem em baixo.












Fica aqui um poema ao Porto, cidade que não é a minha, mas que adoptei e me adoptou. Já não mudava daqui para lado nenhum.

"A minha cidade"

A minha cidade não se chama Lisboa,
não tem cheiro a sul 
e nem por ela passa o Tejo,
mas como ela, tem nascentes
leitosas e marmóreas...
Na minha cidade os Poentes são de ouro
sobre o Douro e o mar; 
e só ela tem a luz do entardecer 
a enfeitar o granito...
Na minha cidade, tal como em Lisboa, 
há gaivotas e maresia 
mas não há cacilheiros no rio,
há rabelos 
transportando nectar e almas...
Da minha cidade nasce o Norte 
alcantilado, insubmisso 
e o sol, quando chega, penetra-a 
delicadamente, carinhosamente, 
depois de vencido o nevoeiro...
Na minha cidade também há pregões,
gatos, pombas, castanhas assadas e iscas 
e fado pelas vielas, pendurado com molas, 
como roupa a secar nos arames...
A minha cidade tem também tardes languescentes, 
coretos nas praças 
velhos jogando cartas em mesas de jardim 
e o revivalismo de viuvas e solteironas 
passeando de eléctrico...
É bem verdade que, na minha cidade, 
a luz não é como a de Lisboa, 
mas a luz da minha cidade 
é um frémito de amor do astro-rei 
a beijá-la na fronte, cada manhã!...

Maria Mamede

site http://mulher50a60.weblog.com.pt/arquivo/2005/01/a_minha_cidade.html

Poderia acrescentar mais umas linhas da minha autoria:

Da minha varanda não se vê o largo Tejo, nem os enormes transatlânticos
que outrora da minha casa eu via,
Mas da minha janela agora vejo sequóias e áceres centenários 
e, de noite,
sinto o perfume da maresia.

5 comentários:

  1. A tua mensagem aguçou-me a vontade de ir andar no teleférico em Gaia. Nunca fui.
    Bonito este poema de Maria Mamede. Creio que já uma vez o inseriste numa mensagem.
    Ab
    Regina

    ResponderEliminar
  2. Sim, vale a pena se se quiser ter uma panorâmica rotativa das duas cidades. É um pouco mais baixa do que a Serra do Pilar e muito abrangente.
    Sim, este poema diz-me muito!!
    bjo

    ResponderEliminar
  3. Gostei muito do poema e das fotografias (hoje também dei um pequenino passeio, mas perto de casa e sem fotografias)
    um beijinho e uma boa semana
    Gábi

    ResponderEliminar
  4. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  5. Esta cidade é muito agradável para passear...adoro a Ribeira e a Foz.
    Bjinho

    ResponderEliminar