sábado, 26 de março de 2016

O caso Spotlight


Em tempo de Páscoa parece um pouco profano escolher um filme que retrata o trabalho duma equipa editorial do Boston Globe para desmascarar o silêncio da Igreja perante centenas de casos de pedofilia que tiveram lugar no seculo XX e XXI no seio das instituições tuteladas pela Igreja.

Já tinha visto um belíssimo documentário sobre a pedofilia na Itália onde também se assistiu a um silêncio cúmplice das dioceses e dos seus mandatários.

O esforço dos repórteres e jornalistas da equipa Spotlight, que já em anos anteriores tinha arquivado os documentos sem lhes dar grande importância, foi tão grande em 2001 e obteve tal resposta que os mesmos receberam o Prémio Pulitzer por relevante Serviço Público.

Para minha satisfação fiquei a saber que um dos "heróis" é português, Michael Rezendes, interpretado por Mark Ruffalo, nomeado para vários prémios, entre os quais o Óscar de Hollywood. O filme, aliás, ganhou o Óscar de Melhor Filme e melhor Argumento.

O filme é sublime porque não explora o tema dum modo emotivo ou subjectivo. Ninguém é mais importante do que os factos e a verdade. Os caminhos tortuosos das entidades eclesiásticas são descritos sem sensacionalismo, mas com sobriedade e até uma relativa distância.
O interrogatório às vítimas também não revela nada de íntimo ou de mais chocante. Temos de ler nas entrelinhas, sem ver imagens.
O filme tem um ritmo excelente, sobretudo nos ultimos 2/3, criando suspense q.b.

Gosto de filmes sobre vida real. Cada vez mais.
Gosto sobretudo do impacto que causam na sociedade, levantando questões que todos devemos conhecer e julgar.


2 comentários:

  1. Bom dia, Virgínia ! Hoje Vim aqui principalmente para lhe desejar um Bom Domingo de Páscoa junto com a sua familia !
    Não tenho aparecido nos meios virtuais sociais por motivo de ausência. Beijos.

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