quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
Away from it all
Há meses que estava a necessitar desta evasão, embora por vezes, tenha receio de me ausentar por muito tempo, medo das minhas maleitas, medo da solidão, medo de tudo. Mas ter a minha filha cá em Portugal é condição sine qua non para virmos até Ofir. Faz parte do ritual.
Ela adora Ofir e eu também. Sem nos atrapalharmos uma à outra, ela vai para a piscina, eu fico no quarto, eu vou para a praia , ela fica a descansar, não temos regras. Só almoçamos e jantamos sempre juntas.
Também lemos muito, ouvimos música, vemos futebol,ela dorme muito cedo , eu fico-me a ver coisas até à 1 da manhã.
Durmo mal, mas isso já é comum. Não lhe dou muito crédito. Limito-me a preencher as noites com os meus fantasmas pessoais e a ouvir a minha filha a ressonar baixinho, quase que não se ouve.
O mar continua na sua toada quotidiana, não se cala aqui. Não há madrugadas doces, ele está sempre enfurecido, as ondas espraiam-se em longas manchas alvas e azuis. A neblina cobre uma parte do céu e dá a tudo um tom pastel, que me apaixona, não fosse eu uma "artista"em potência e sobretudo uma sentimental no coração.
Ficam aqui mais algumas fotos lindas que tirei hoje...não é para fazer inveja, mas para partilhar o que me vai na alma.
Ando com a canção Shallow de Lady Gaga na mente. Gostei do filme, embora não seja obra prima. Vi toda a cerimónia dos óscares como sempre e vibrei com alguns actores como a Olivia Colman, que já admirava desde a série Broadchurch e Remy Malek, que interpreta Freddy Mercury, ao seu jeito, mas comovente na mesma. O amor é uma coisa maravilhosa.
Tell me somethin', girl
Are you happy in this modern world?
Or do you need more?
Is there somethin' else you're searchin' for?
I'm fallin'
In all the good times
I find myself longing for change
And in the bad times, I fear myself
Tell me something, boy
Aren't you tired tryn' fill that void?
Or do you need more?
Ain't it hard keepin' it so hardcore?
I'm fallin
In all the good times
I find myself longing for change
And, in the bad times, I fear myself
I'm off the deep end, watch as I dive in
I'll never meet the ground
Crash through the surface where they can't hurt us
We're far from the shallow now
Are you happy in this modern world?
Or do you need more?
Is there somethin' else you're searchin' for?
I'm fallin'
In all the good times
I find myself longing for change
And in the bad times, I fear myself
Tell me something, boy
Aren't you tired tryn' fill that void?
Or do you need more?
Ain't it hard keepin' it so hardcore?
I'm fallin
In all the good times
I find myself longing for change
And, in the bad times, I fear myself
I'm off the deep end, watch as I dive in
I'll never meet the ground
Crash through the surface where they can't hurt us
We're far from the shallow now
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
Magia
Há sitios mágicos na minha vida.
Um deles é este: Ofir.
Já nem tenho conta dos posts que escrevi no blogue sobre esta praia linda, onde venho quando sinto necessidade de evasão da cidade por uns dias, dois , três nunca muitos.
No ano passado vim três vezes, mas numa delas tive de ir embora pois os meus ossos ressentiram-se das tolices que fiz na piscina com água bem gelada. Não me conseguia mexer...
Hoje decidi vir assim de pé para a mão. Como não guio, vim de taxi com a minha filha. Em meia hora chegámos.O dia esteve lindo, a primavera no seu esplendor.
Quando chego ao quarto, que é quase sempre no 5º andar, e abro a janela,
fico pasmada com a maravilha com que deparo. Um mar sem fim...espraiando-se até ao infinito, um jardim imenso, verdejante, uma piscina límpida ( mas gelada), os courts de ténis, tudo é quase perfeito.
A minha filha tomou banho e aguentou os 14º sem pestanejar. Eu nem fato de banho trouxe para não ter tentações. Limitei-me a olhar e absorver os raios de sol quentes.
Démos depois um passeio pela praia quase ao pôr do sol e lanchámos na esplanada A Conchinha, mesmo em cima do mar.
Há momentos muito belos na vida.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019
Porto de sonho ?
Palavras para quê?
É uma cidade linda, aconchegante, romântica, maravilhosa...sinto-me bem aqui.
Vim de Lisboa depois dum plériplo de cinco anos pela província. Não gostei da cidade nos anos 80, mas adaptei-me e entranhei a ideia de que era bem melhor que a capital.
Não tinha saudades de Lisboa, embora sentisse que este meio era mais estreito, mais tacanho em certos aspectos. Vivia numa zona feiinha, mas trabalhava tanto que nem tinha tempo para passear. Ignorei a Foz durante mais de 20 anos, quando queria ver o mar, o meu marido levava-me a Leça, que ele adorava. Eu achava tudo um pouco triste, comparado com as zonas chiques onde vivera durante 25 anos em Lisboa. Só tinha saudades da Linha, de Cascais e do Guincho, onde fora feliz na minha adolescência. As viagens de autocarro mataram-me o gosto de viver na capital. Tudo era longe demais.
A pouco e pouco enamorei-me desta cidade. Não propriamente das pessoas, que continuo a estranhar, pela sua rudeza e boçalidade em geral.
Apaixonei-me pela beleza do rio, a monumentalidade dos seus jardins, a originalidade da Foz, a proximidade do mar.
Não conseguiria agora sair daqui, a não ser que fosse para Inglaterra numas condições muito especiais, o que nunca acontecerá.
Ontem confirmei a beleza destas margens de sonho. Não há palavras para as descrever.
Curiosamente, o grupo Porto Photography que é bastante exigente, escolheu a foto com que inicio o post para capa do site. É uma honra.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
No rasto de Sophia
Fui visitar a expo de Sophia, patente na Casa Andresen.
Adorei voltar àquela casa lindíssima com a luz do sol a entrar pelas janelas altas , iluminando as paredes buriladas em Art Nouveau.
A Casa é única e vale a pena ver mesmo sem exposições. Já lá entrei e até fui à clarabóia que tem uma vista soberba do jardim.
A expo é mais uma listagem de livros e pessoas que a amaram e admiraram, dezenas de escritores e personalidades que lhe dedicaram livros, escreveram cartas ou a pintaram. Nada tem de muito pessoal, deveria ter cartas, poemas, fotos que relembrassem quem ela foi enquanto Mulher, Mãe e jovem.
O esqueleto de baleia, que segundo Sophia, estava encaixotado na cave da casa está montado no átrio enorme e faz um efeito incrível como se pode ver nas fotos. Mesmo assim não enche todo o espaço.
Contrasta com a delicadeza dos desenhos nas paredes e nos tectos. Para já é um dos ítems da Exposição sobre a Biodiversidade que também está patente na Casa, mas que não fui visitar hoje.
Depois da visita, andei pelos jardins iluminados pelo sol. As camélias começam agora a inundar o espaço principal. São centenas de focos rosa, branco, mescladas a sobressair na folhagem verde forte. Uma beleza.segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
Calema
Há cerca de um ano, descobri os Calema, uma banda de S. Tomé e Príncipe, radicado em Portugal, que a pouco e pouco, através de telenovelas e programas de TV se tornou bem conhecida dos jovens, incluindo os meus netos.
Comecei a ouvir e as letras das canções diziam-muito , eram realista e verdadeiras. Acompanhadas dum instrumental de grande nível, fizeram os meus encantos durante meses. Os vídeoclips também me atraíram: paisagens das ilhas, passeios, mar, tudo muito belo e comovente. Ouvia-os continuamente quando passeava no Botânico e fazia luto pelo meu M. Ainda agora sinto um nó na garganta ao ouvi-las.
Ontem soube que os Calema apresentaram uma canção no Festival da Canção que não vi. Não tenho paciência , nem grande interesse por canções de festival. A canção deste grupo não foge à regra, não me parece ser nada de especial. Desejo~lhes sorte, pois me parecem ser muito talentosos, ainda que não ganhem.
Deixo aqui duas das canções deles que mais gosto : Casa de madeira e Vai
Inventas tanta coisa boa
Eu inocente caio à toa
Sem ter noção
Prometes me dar uma casa, de madeira
Lá na lua em frente ao sol
É tão fácil
Me iludires quando
Sabes que eu
Só tenho olhos pra ti
Teu silêncio
É o juiz quanto mais
Me condena mais
Quero te ver
Outra vez
Por mais que a vida desista de mim
O meu castigo é viver preso a ti
Mesmo que eu morra ao tentar
Te mudar farei mesmo assim
Porque tu
És só tu
Porque tu
Farei mesmo assim
Porque és tu
É tão fácil
Me iludires quando sabes que eu só tenho olhos pra ti
Teu silêncio
É o juiz, e quanto mais me condena mas quero
Te ver
Outra vez
Por mais que a vida desista de mim
O meu castigo é viver preso a ti
Mesmo que eu morra ao tentar te mudar
Farei mesmo assim
Porque tu
Porque tu
Porque tu
Es so tu
Es so tu hee
Mesmo na solidão
Eu tento perceber o porquê da ilusão
Se só um está a sofrer
Entre a espada e o céu
Entre o céu e o que é meu
Sei que vou-me perder
Porque tu
És só tu
Porque tu
domingo, 17 de fevereiro de 2019
Erros da metereologia
Ontem puseram no Facebook um aviso de que o fim de semana ia ser de muito frio e chuva. Nada de mais enganador. Quem desistiu de ir passear, fez uma grande asneira. Que me lembre, este deve ter sido um dos dias mais quentes deste inverno, com céu azul e sol quente, sem vento nenhum. Uma maravilha.
Fui à Foz porque não resisti. Apetecia-me sentir o cheiro a maresia - e havia-o - a frescura das ondas, olhar o mar de prata, que agora no inverno se espraia do lado do rio e que torna os contornos do farol e do pontão fantasmagóricos.
Sentei-me mesmo na ponta da esplanada , na última cadeira disponível e pedi uma salada de atum. O homem enganou-se e trouxe-me uma sande de atum que tinha mais pão que uma francesinha. Só comi um pouco do atum e da salada. O pão teve outro destino bastante mais útil do que aumentar a minha barriga: as gaivotas.
Andavam por ali saltitando de rocha em rocha. Atirei um bocadinho de pão e apareceram logo umas seis a querer apanhá-lo. Então comecei a atirar mais bocadinhos e num minuto tinha 40 gaivotas à bulha por um pedacinho de pão. Os pios e restolhada de asas eram engraçadissimos, outras pessoas fizeram o mesmo. Como estávamos na esplanada, elas não nos incomodavam, pois o pão caía na areia junto o mar. Gosto muito de gaivotas, são animais livres...
Havia também umas miúdas a brincar na água até um pouco perigosamente. Fotografei as suas coreografias.
Estar assim duas horas diante do mar é-me mais útil do que tomar medicamentos. Fico como nova.
O Manel faria hoje 73 anos. Festejaríamos todos juntos num restaurante bom e ele estaria feliz com os seus filhos e netos reunidos. Seria domingo, o dia da Família.
Infelizmente só estará presente na nossa memória, que essa não esquece.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
Não era só o Principezinho
que gostava do pôr do sol! Compreendo-o tão bem.
" - Um dia vi o sol a pôr-se quarenta e quatro vezes! ...Você sabe....quando se está triste, é bom ver o pôr do sol...E estavas assim tão triste, meu homenzinho? "
A neblina caía sobre o mar e a praia de Matosinhos, dando a todo o cenário um tom pastel, que Turner saberia retratar, mas eu não!
Sendo assim, fotografei e fiz um vídeo para mais tarde recordar...
" - Um dia vi o sol a pôr-se quarenta e quatro vezes! ...Você sabe....quando se está triste, é bom ver o pôr do sol...E estavas assim tão triste, meu homenzinho? "
A neblina caía sobre o mar e a praia de Matosinhos, dando a todo o cenário um tom pastel, que Turner saberia retratar, mas eu não!
Sendo assim, fotografei e fiz um vídeo para mais tarde recordar...
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
A primavera está aí ao virar da esquina
O Jardim Botânico é uma espécie de oásis no meio citadino.
Embora o Porto não seja das cidades com mais betão, sobretudo nesta zona que seria nos planos ideais destinada a vivendas de altos muros e jardins apalaçados, estes espaços verdes são jóias a preservar, cada vez mais necessárias para compensar o CO2 expelido pelos automóveis que descem o Campo Alegre vertiginosamente, como se fossem cavalos ou búfalos do faroeste.
Quando vim morar para aqui, em 2006, em parte devido à doença da minha filha, senti a falta de convívio, as conversas nas lojecas mal afamadas da Ramada Alta, os passeios estreitos e cheios de estudantes da escola, as casas de tamanhos diversos, velhas e mal amadas.
Estranhei porque era, na minha óptica, trocar o povo pela pseudo aristocracia que considera esta zona da cidade a mais fina do Porto, quiçá queque, ainda mais do a da Foz.
Também estranhei porque as pessoas do prédio em que moro, nem sequer me davam os bons dias quando nos encontrávamos no elevador e parecia que levavam a mal nós termos ousado comprar um apartamento a uma família muito querida do resto dos condóminos.
Nunca liguei muito a esses pruridos sociais, habituada que fui pelos meus pais a considerar que somos todos iguais e, para mais, tendo vivido em mais de dez locais diferentes do país. A vida ensinou-me que devemos ser amáveis para todos e que um sorriso não custa nada...
Hoje estou plenamente integrada neste bairro, sou talvez uma das pessoas que mais aprecia o ambiente à volta, almoço na Confeitaria Botânica, um café modesto aqui da esquina, faço fisio na clínica por baixo da minha casa, converso com as senhoras do Spazo Zen, todos me conhecem e aos meus netos. Não fiz amizades, nem gozo de boas vizinhanças, mal conheço as pessoas que moram ao lado. Mas não me sinto mal e adoro passear nestas ruas largas, com árvores centenárias, lindíssimas, trazidas para cá por famílias das quais já só restam o nome, as casas e os jardins.
Hoje fui dar o meu passeio pós-prandium ( a seguir ao almoço) ao Botânico como é habitual nos dias de sol.
A diferença da semana passada para esta é abissal. A Primavera chegou com as malas todas: já ontem falei das magnólias, hoje falo das camélias que surgem nos cantos mais remotos do jardim, dos jacintos amarelos, das folhas de nenúfar que começam a emergir do fundo do lago e do verde que fere a vista por entre os ramos esguios das árvores de folha caduca.
Dá impressão que as gentes do Porto descobriram este ano o jardim botânico. Nunca vi tanta gente por aqui, são camionetas de estudantes, turistas de mapa na mão, jovens namorados, velhotes como eu, contemplativos...dantes estava vazio.
Gosto de silêncio, mas contraponho ao barulho dos adolescentes uma banda sonora minha que oiço com auriculares.
Hoje foi Morricone, que vos deixo aqui para acompanhar com um vídeo inspirador.
O meu neto André tocou esta peça em violoncelo no concurso Jugend Musiziert e ganhou um 2º Prémio. :)
Quando se alia a música à Natureza, descobrimos o Paraíso.
Viva a Primavera!
Embora o Porto não seja das cidades com mais betão, sobretudo nesta zona que seria nos planos ideais destinada a vivendas de altos muros e jardins apalaçados, estes espaços verdes são jóias a preservar, cada vez mais necessárias para compensar o CO2 expelido pelos automóveis que descem o Campo Alegre vertiginosamente, como se fossem cavalos ou búfalos do faroeste.
Quando vim morar para aqui, em 2006, em parte devido à doença da minha filha, senti a falta de convívio, as conversas nas lojecas mal afamadas da Ramada Alta, os passeios estreitos e cheios de estudantes da escola, as casas de tamanhos diversos, velhas e mal amadas.
Estranhei porque era, na minha óptica, trocar o povo pela pseudo aristocracia que considera esta zona da cidade a mais fina do Porto, quiçá queque, ainda mais do a da Foz.
Também estranhei porque as pessoas do prédio em que moro, nem sequer me davam os bons dias quando nos encontrávamos no elevador e parecia que levavam a mal nós termos ousado comprar um apartamento a uma família muito querida do resto dos condóminos.
Nunca liguei muito a esses pruridos sociais, habituada que fui pelos meus pais a considerar que somos todos iguais e, para mais, tendo vivido em mais de dez locais diferentes do país. A vida ensinou-me que devemos ser amáveis para todos e que um sorriso não custa nada...
Hoje estou plenamente integrada neste bairro, sou talvez uma das pessoas que mais aprecia o ambiente à volta, almoço na Confeitaria Botânica, um café modesto aqui da esquina, faço fisio na clínica por baixo da minha casa, converso com as senhoras do Spazo Zen, todos me conhecem e aos meus netos. Não fiz amizades, nem gozo de boas vizinhanças, mal conheço as pessoas que moram ao lado. Mas não me sinto mal e adoro passear nestas ruas largas, com árvores centenárias, lindíssimas, trazidas para cá por famílias das quais já só restam o nome, as casas e os jardins.
Hoje fui dar o meu passeio pós-prandium ( a seguir ao almoço) ao Botânico como é habitual nos dias de sol.
A diferença da semana passada para esta é abissal. A Primavera chegou com as malas todas: já ontem falei das magnólias, hoje falo das camélias que surgem nos cantos mais remotos do jardim, dos jacintos amarelos, das folhas de nenúfar que começam a emergir do fundo do lago e do verde que fere a vista por entre os ramos esguios das árvores de folha caduca.
Dá impressão que as gentes do Porto descobriram este ano o jardim botânico. Nunca vi tanta gente por aqui, são camionetas de estudantes, turistas de mapa na mão, jovens namorados, velhotes como eu, contemplativos...dantes estava vazio.
Hoje foi Morricone, que vos deixo aqui para acompanhar com um vídeo inspirador.
O meu neto André tocou esta peça em violoncelo no concurso Jugend Musiziert e ganhou um 2º Prémio. :)
Quando se alia a música à Natureza, descobrimos o Paraíso.
Viva a Primavera!
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019
As magnólias do Porto
Não sei se as há noutras cidades do país. Provavelmente sim.
Hoje dei por elas num dos meus passeios favoritos pelos jardins da Casa Allen.
Estas árvores são as primeiras a florir. Em Fevereiro, já se vêem aqui na cidade, lindas, encorpadas, perfeitas na sua alvura.
As magnólias cor de rosa parecem coloridas para um casamento de princesa.
Conservam-se assim durante muitos dias, sem esmorecer nem um bocadinho. A petalas caem incólumes e espalham-se pela terra molhada.
Encontrei no blogue Vício da Poesia um poema de Luíza Neto Jorge dedicado a esta bela flor.
A Magnólia
A exaltação do mínimo,
e o magnifico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu resplendor.
Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria — na metáfora —
necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,
um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.
Transcrito de Luiza Neto Jorge, poesia, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001.
A noite
Adoro a noite, o espaço entre a meia noite e as 3 da manhã.
Há silêncio, fecho a TV e entrego-me ao prazer intelectual, que vai da simples contemplação de alguma pintura especial à leitura de poemas, entrevistas ou pensamentos de autores, cientistas ou meros mortais. Também escrevo no meu diário, leio cartas antigas, blogues, algo que me faça pensar na vida.
Gosto de ler no silêncio. Não preciso de música. Cada vez me fixo mais em citações que me dizem algo.
Esta semana li duas particularmente significativas:
Kahlil Gibran :
Sophia Mello Breyner :
A regra a seguir é esta: uma casa para todos e beleza para todos. E a beleza não é cara. É geralmente menos cara do que a fealdade que quase sempre se chama luxo, monumentalismo, pretensão. A beleza é simplicidade, verdade, proporção. Coisas que dependem muito mais da cultura e da dignidade do que do dinheiro.
Tão verdadeira é a primeira como a segunda.
O conhecimento de nós próprios até ao mais ínfimo pormenor é essencial para que possamos gerir os nossos passos e atingirmos alguma perfeição.
Podemos ser felizes com menos do que imaginamos ou ambicionamos. A beleza das coisas está no equilíbrio das mesmas e na empatia que sentimos por elas.
É tarde. Fico por aqui.
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