Não sei se as há noutras cidades do país. Provavelmente sim.
Hoje dei por elas num dos meus passeios favoritos pelos jardins da Casa Allen.
Estas árvores são as primeiras a florir. Em Fevereiro, já se vêem aqui na cidade, lindas, encorpadas, perfeitas na sua alvura.
As magnólias cor de rosa parecem coloridas para um casamento de princesa.
Conservam-se assim durante muitos dias, sem esmorecer nem um bocadinho. A petalas caem incólumes e espalham-se pela terra molhada.
Encontrei no blogue Vício da Poesia um poema de Luíza Neto Jorge dedicado a esta bela flor.
A Magnólia
A exaltação do mínimo,
e o magnifico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu resplendor.
Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria — na metáfora —
necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,
um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.
Transcrito de Luiza Neto Jorge, poesia, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001.
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