segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

As magnólias do Porto






Não sei se as há noutras cidades do país. Provavelmente sim.

Hoje dei por elas num dos meus passeios favoritos pelos jardins da Casa Allen.

Estas árvores são as primeiras a florir. Em Fevereiro, já se vêem aqui na cidade, lindas, encorpadas, perfeitas na sua alvura.
As  magnólias cor de rosa parecem coloridas para um casamento de princesa.

Conservam-se assim durante muitos dias, sem esmorecer nem um bocadinho. A petalas caem incólumes e espalham-se pela terra molhada.

Encontrei no blogue Vício da Poesia um poema de Luíza Neto Jorge dedicado a esta bela flor.



A Magnólia

A exaltação do mínimo,
e o magnifico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu resplendor.

Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria — na metáfora —
necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.

A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,

um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.
 Transcrito de Luiza Neto Jorge, poesia, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001.

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