domingo, 31 de março de 2013

ALELUIA, ALELUIA!


Apenas música e o desejo de que o vosso Domingo de Páscoa seja cheio de PAZ, SAÚDE E

FELICIDADE!




sábado, 30 de março de 2013

Let the sunshine in

Finalmente o sol....esplendoroso numa tarde quase sem nuvens.

Senti-me como aqueles índios, que dançam à volta da fogueira quando chove. Apetecia-me dançar , de braços levantados em louvor do astro-rei.
Mesmo que amanhã chova de novo, hoje já valeu a pena....na Foz, o mar estava lindo, a espuma resplandecente, as ondas altas e sonoras, um hino ao Criador. Até vi um navio a passar ao largo, enorme no horizonte da minha teleobjectiva.

Estive quase três horas a olhar o mar e a ouvir alguma música, pensando como somos felizes com a natureza a dois passos de casa.

Viémos embora quando as pessoas começavam a enxamear a Foz de carros e de barulho.

Amanhã é Domingo de Páscoa e vou ter de fazer umas sobremesas para levar à minha nora. Natas do Céu e Mousse de chocolate. Fui ao Pingo Doce comprar o que necessitava, é sempre bom ter que fazer nestas alturas de festas. É sinal de que há família, casa, música e amor.





sexta-feira, 29 de março de 2013

Britanico até ao fim

Fui de novo ao cinema.

Com este malogrado tempo, é o que mais  apetece, metermo-nos numa sala fechada e quente, às escuras, em silêncio e deixarmo-nos ir ao encontro duma realidade diferente, personagens fictícias, histórias inventadas mas que nos parecem bem reais naqueles minutos em frente ao écran.

Compreendo bem o que levava as pessoas no pós-guerra a procurar a evasão no cinema. Muitos filmes se produziram nessa altura.
Agora procura-se reviver essa época, produzindo filmes como este " The Deep Blue Sea", académico até à medula, sóbrio como quase todos os filmes britânicos, uma mistura de peça de teatro e de cinematografia, num círculo fechado, quase sem décor, numa Londres que ainda sara as feridas do Blitz em 1950.

Este é um filme que me lembra muito outro com o mesmo tema extraído do romance de Graham Greene: The End of the Affair, mas sem a profundidade, nem as complicações de enredo desse.
Rachel Weisz está soberba, mas as outras personagens parecem um pouco fátuas em redor dela.
Paradoxalmente, os críticos dão 3 e 4 estrelas a este filme, que quanto a mim, fica uns furos abaixo de muitos outros, como o espantoso Remains of the Day, que vi há dias no TVCine e me emocionou muitíssimo, apesar de já o ter visto duas vezes.

Apesar de tudo, é sempre um gosto reviver ambientes ingleses do pós-guerra.
Lembro-me da minha Mãe contar que tinha estado em Londres em 1950 e que as casas estavam ainda danificadas, apesar da
 tentativa de reconstrução rápida. Eu já andava no colégio inglês e ainda se falava muito da guerra e do sofrimento por ela imposta aos jovens britânicos que eram considerados uns heróis.

Ando em maré de britanices....comoveu-me ouvir no filme as folk songs do pós guerra , entre as quais a célebre Molly Malone, que nós cantávamos a plenos pulmões.

Fica aqui uma cena bela do filme como recordação.






A verdadeira foto.....




Eis a foto que serviu de modelo ao quadro no post anterior. Foi-me enviada hoje de novo pelo seu autor.

Obrigada, Paulo!

quinta-feira, 28 de março de 2013

Parabéns, Amigo Paulo

O meu amigo Paulo Abreu Lima faz hoje anos.

A nossa amizade já dura há uns doze anos e tem-se consolidado cada vez mais. Entendemo-nos bem neste mundo virtual, onde por vezes há mais proximidade e ternura do que na vida real.

Paulo, aqui vão as tuas papoilas - um quadro que foi feito a partir duma foto tua lindíssima, como todas as que nos mostras no teu blogue.

Que tenhas um dia muito feliz com aqueles que te amam. E que seja assim durante muitos e muitos anos.


quarta-feira, 27 de março de 2013

5000

5000 visitas merece um novo cabeçalho.

Obrigada a TODOS!

GOD BLESS YOU!

Antes que chova




... porque ia chover. Estava certa disso quando resolvi ir ao meu jardim.

Tinha estado a ver mais um episódio de Brideshead Revisited no youtube ( está lá todo tal qual o vi há 30 anos) e relido essa parte no romance de Evelyn Waugh ( também todo ele na net à disposição),  e não me contive.Tinha de ir ao Botânico.
E fui, mas quando já lá estava, dei-me conta de que tinha levado a máquina sem o cartão, que ainda estava inserido no laptop. Voltei a casa para o buscar e regressei. Para meu gáudio.

A parte do romance que me fez lá ir hoje foi a seguinte:


The others left  soon after him. I  rose to go with them, but Sebastian
said: "Have some more Cointreau," so I 
stayed and later he said, "I  must go
to the Botanical Gardens."
     "Why?"   
   "To see the ivy."
     - It seemed a good enough reason and I went with him. He took my arm as
we walked under the walls of Merton.
     "I've never been to the Botanical Gardens," 
I said.
     "Oh,  Charles, what a lot you have  to learn! There's a  beautiful arch
there and more different kinds  of ivy than  I  knew  existed. I don't  know
where I should be without the Botanical Gardens."
Poderia ter sido escrito por mim, se eu escrevesse romances...:)

Já chove.As plantas do jardim estavam maravilhosas waiting for Spring to happen
Já havia flores, muitas flores, camélias juncadas na terra molhada, 
alinhadas como se dançassem num baile vitoriano daqueles em que as raparigas ficam todas dum lado e os rapazes do outro à espera que a orquestra comece a tocar.
Até já havia glicíneas e narcisos, junto à estátua solitária de Sophia, cujos olhos pareciam lacrimejar.
No Brava, oiço o Concerto nº 5 de Beethoven- o segundo andamento, uma das mais belas peças que conheço nota a nota, trilo a trilo. A orquestra majestosa contrace-na com o piano, todo ele ceremonioso, as trompas acompanham, os oboés ecoam, o 

piano torna-se cada vez mais forte, mais único, mais belo, mais sonoro...não escolheria melhor música para acompanhar o que escrevo da alma.
Beethoven é solene como a série de que falo, como a chuva que cai lá fora nesta Páscoa sem perdão.


No jardim o verde sobressaía, a hera enrolava-se por tudo quanto é sítio, os líquenes 
pareciam mexer-se, as gotas de água nos nenúfares irisdeciam em tons que nenhuma paleta 
conseguiria igualar. Tirei 78 fotografias das quais puz aqui algumas. 

Teria ficado ali mais uma hora, não fora ter a certeza de que ia chover a cântaros, como acontece 
neste preciso momento em que escrevo já no quentinho da minha sala. 
O meu neto descobriu no outro dia que eu sabia prever o passado ( já tinha lido os resultados do futebol e disse-lhe:"eles ainda vão meter outro golo que eu sei!"),
Também sei prever o futuro , sobretudo quando se trata de metereologia. 

Sinto a chuva antes que ela aconteça.

segunda-feira, 25 de março de 2013

A Arte da Viagem

Já tinha aqui falado há tempos neste livro, que comecei a ler há uns meses.

Acabei hoje, depois de o ter lido em compassos, com interrupções para ler outros pelo meio, mas sempre com interesse. Não é um romance, nem sequer relato de viagens, é um livro sobre literatura de viagens, debruçando-se sobre os autores que escrevem e descrevem as suas sensações em relação ao que vêem. Está dividido dum modo inteligente, de acordo com temas: viagens dos que nunca viajaram mas imaginaram tudo o que descreveram, experiências que foram relatadas dum modo completamente diverso da realidade, viagens reais que são relatadas com crueza e realismo, etc.

O livro é fascinante e óptimo para quem não quer ler tudo seguido. Pode-se parar e recomeçar dias depois, que não perde interesse. Também se pode sublinhar passagens de que gostámos especialmente e depois relê-las para melhor apreciação.

O autor Paul Theroux é americano e viveu no Mali durante anos. Eis uma curta bio da Wiki:


Paul Edward Theroux (Medford, 10 de Abril de 1941) é um escritor de literatura de viagens e romancista americano, cuja obra mais célebre é The Great Railway Bazaar, de 1975, um travelogue que ele fez de comboio da Grã-Bretanha, passando pela Europa de Leste, Médio Oriente, Ásia do Sul e Sudeste Asiático, até ao Leste Asiático, tão a Oriente quanto o Japão, e depois voltou pela Rússia até ao seu ponto de origem. Apesar de mais conhecido como escritor de viagens, Theroux também publicou numerosas obras de ficção, algumas das quais se transformaram em filmes. Foi galardoado em 1981 com o Prémio James Tait Memorial pelo seu romance The Mosquito Coast. É pai de dois autores e documentaristas, Louis Theroux e Marcel Theroux, e irmão dos autores Alexander Thoreux e Peter Theroux.

O livro em questão tem 366 páginas, mas com letra suficientemente grande para se ler sem óculos, coisa que me apraz extraordinariamente.

Ficam aqui alguns pedacinhos da prosa do autor e, também,  citada por ele:

Uma jornada de comboio é viagem; tudo o resto - especialmente aviões - é transporte, começando a viagem quando o avião aterra.

Viajar não é ir de férias; é muitas vezes o oposto de descanso.

Em maior ou menor extensão, dá-se em todas as pessoas uma luta desigual entre duas forças: a saudade da privacidade e a ânsia de ir a sítios: introversão, isto é, interesse dirigido para o interior duma pessoa, pela própria vida íntima de pensamento e imaginação vigorosa da pessoa e a extroversão, interesse dirigido para o exterior, pelo mundo exterior de pessoas e valores tangíveis - Vladimir Nabukov

Finaliza o livro com 10 afirmações / conselhos:

O essencial da viagem:

1. Sair de casa.
2. Ir sozinho.
3. Viajar leve.
4. Levar um mapa.
5. Ir por terra.
6. Atravessar a pé uma fronteira nacional.
7. Fazer um diário.
8. Ler um romance que não esteja relacionado com o local em que está.
9. Se tiver de levar um telemóvel evitar usá-lo.
10. Fazer um amigo



Este foi um dos meus primeiros quadros , feito em 2008, procurando nele retratar o Yorkshire, local onde o viajante sozinho se sente especialmente inspirado.

Oiço a sinfonia nº 2 de Mahler, Ressurreição, tocada e cantada maravilhosamente no Brava HD.

Aconselho vivamente este livro. Mesmo para quem não pode ou não quer viajar....sobretudo para esses!





domingo, 24 de março de 2013

Música de Páscoa

Hoje fui a um concerto na Casa da Música.

E conheci o meu amigo Mário, que tem sido um leitor fiel deste blogue. Foi ele que me reconheceu me endereçou a palavra. Obrigada, Mário!
Não falámos do concerto pois não deu tempo.

A sala é grande demais para uma orquestra barroca, mas gostei da interpretação dos concertos de Vivaldi e Albinoni.
Quanto ao contra-tenor que cantou o Stabat Mater, uma das peças sacras mais lindas que conheço, fiquei um pouco desiludida porque a voz não era modulada para este tipo de música, parecia ópera.



Aproveitei para tirar umas fotos com o meu iPod, no interior da Sala Suggia. Ficaram sui generis.

Deixo-vos aqui com o Stabat Mater cantado por um contra-tenor diferente, Philippe Jaroussky, maravilhoso.

Boa semana Santa!

sábado, 23 de março de 2013

Jeremy Irons- The ultimate gentleman

Não vou falar muito do filme que fui ver hoje.

Vou falar dum actor que me fascina desde que, nos anos 80, vi a espantosa série britânica " Brideshead Revisited", extraída dum romance de Evelyn Waugh.
Durante semanas, os meus filhos bem novitos e eu estivémos pregados à RTP 2, naqueles breves momentos semanais, em que a série era transmitida.
O meu filho ainda hoje toca no piano a melodia principal do soundtrack , que podem ouvir abaixo, e quando o faz, não consigo deixar de sentir um nó na garganta nostálgico e de pensar na personagem de Charles,  interpretada por Jeremy Irons, um estudante de Oxford que vai passar férias a casa dum colega, numa família nobre e, aí desenvolve uma amizade pela família Marchmaine,  abrindo os olhos para a vida e para relações que se prolongam durante anos.


"Reviver o passado em Brideshead" foi, com enorme sucesso, adaptado em 1981 para uma série de televisão produzida pela Granada Television e realizada por Charles Sturridge e tendo como protagonistas Jeremy Irons no papel de Charles, Anthony Andrews como Sebastian Flyte, Laurence Olivier como Lord Marchmain, Claire Bloom como Lady Marchmain, Diana Quick como Julia Flyte e John Gielgud como pai de Charles. Para cenário da grande residência senhorial que dá título ao livro, foi escolhido o Castle Howard, um palácio rural barroco situado no Yorkshire.
(Wikipedia)
Penso que na altura, fiquei mesmo apaixonada pelo actor e ainda hoje, há qualquer coisa nele que me inspira e atrai. É o físico,  o rosto,  a voz, o modo como fala, o seu inglês,  o vestir, tudo. Adoro-o.
É talvez o meu actor preferido de todos os tempos.



Não poderia deixar de ir ver o filme que se estreou esta semana e que tem como cenário a minha cidade, Lisboa, apesar das críticas serem devastadoras, afirmando que o filme é um melodrama pastoso, sem ponta por onde se lhe pegue.

Não sei se o filme é bom, se é mau. Os actores são de primeira água, desde o alemão Bruno Gans, até ao fabuloso Tom Courtenay, que vi ao vivo na peça ART, em Londres, Christopher Lee,  Jack Huston da saga Twilight. às mulheres, Charlotte Rampling e Beatriz Batarda, uma panóplia de grandes actores, que acabam por não brilhar tanto quanto isso, devido à falta de chama do realizador, que arrasta um pouco a história, sem a desenvolver dum modo cinematográfico,  matando também o interesse do enredo e o enigma da personagem principal.

Apesar disso, gostei mais uma vez de ver o gentleman Irons naquele papel que lhe fica tão bem, o professor desencantado, que vive inquieto a pensar no verdadeiro significado e objectivos da Vida e encontra num livro e em Lisboa resposta para algumas interrogações.

Em memória da série e em homenagem ao actor , aqui fica a música que ainda me faz reviver o meu passado também. A série passa-se em Castle Howard, no Yorkshire, uma das mais belas mansões da região, que se encontra aberta ao público.




Ícone de esboço

sexta-feira, 22 de março de 2013

Momentos únicos

Ontem foi a apresentação do nosso projecto no Porto, perante 120 pessoas, entre as quais, a Dra Rosália Teixeira, mulher do fundador da Porto Editora, e muitos outros funcionários da secção de marketing da mesma. A sala estava a abarrotar e os colegas muito sorridentes. Era o seu primeiro dia de férias da Páscoa e a Primavera estava ali.

Senti-me nas nuvens, emocionada e grata, 30 anos depois de ter publicado pela primeira vez um manual escolar para o 10º anos - WORK IT OUT - num tempo em que não havia publicidade nem apresentações, o manual era todo a preto e branco. A capa foi desenhada por mim em cima da minha cama, que serviu de mesa para montar o puzzle que a compunha com fotos relacionadas com os temas do programa. A capa era toda negra e o puzzle sobressaía.
Eu tinha 36 anos e a vida toda pela frente, mal sabia  que iria trabalhar para a editora mais 30 anos e que este trabalho me encheria plenamente a vida.

O novo manual era revolucionário na altura por que tinha um tamanho A4,  uma inovação que encarecia o produto, dado que todos os manuais eram pequenos e, em geral, com capa dura.
O nosso era grande, tinha fotos que não serviam só para decoração, mas também para desenvolver competências, os textos longos, selecionados de obras ou revistas de grande nível copiados para a máquina de escrever Olivetti, já que não havia computadores, nem fotocópias, nem sequer máquinas eléctricas e muito menos Internet.
Os alunos eram outros, melhor preparados a nível de fluência, e dava gosto usar o meu manual nas aulas. Foi um bestseller na altura, embora nada soubéssemos do número de escolas que o tinham adoptado. Era tabú.

Ontem o momento foi único também. O Powerpoint, apresentado pela minha amiga Vanessa, impressionou toda a gente. A sua simplicidade, espontaneidade, sentido de humor e engagement cativaram as audiências e comoveram-me muitíssimo. A minha filha também estava feliz.
Depois por ali ficámos, falando com muitos colegas, interessados em saber mais e também em nos conhecer melhor.



Há alturas em que sentimos que tudo valeu a pena, que meses e meses de esforço, de pesquisa, de horas e horas a rever provas, à procura de fotos e a reesecrever textos, são recompensadores pelo prazer que se tem ao olhar para os materiais, agora produzidos com tecnologias avançadíssimas e inovadoras.

A minha amiga Vanessa  escreveu no Facebook que se sente como uma mãe que acaba de ter um filho....eu já sou avó e olho com ternura para os meus "netos" , ansiosa por vê-los a saltar nas prateleiras e a fazer travessuras nas mochilas dos alunos:)))

quinta-feira, 21 de março de 2013

Começa hoje a Primavera - 21 de Março - DIA MUNDIAL DA POESIA

Pintei-o ontem e hoje.

É um abstracto...não pretende descrever a bela estação que hoje começa.

Pode ser o que se quiser....mas os pássaros cantam.




Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda

quarta-feira, 20 de março de 2013

odores de infância

Na revista Intelligent Life, cujo link tenho aqui do lado direito, li um artigo saboroso sobre os odores que povoam a nossa infância e que, segundo o autor, Robin Robertson, poeta escocês, nos marcam para sempre. Ele recorda os cheiros da lota e da maresia no porto, da chuva e das lojas ou do barbeiro no seu caminho para a escola.
Fica aqui um parágrafo delicioso desse belo artigo, que desafia os leitores a escreverem outro, em que recordem eles próprios os cheiros das suas infância. Há quem fale de bacon como sendo divinal, outros preferem as rosas silvestres, o pão acabado de cozer, a plataforma duma estação ou o feno acabado de ceifar...

Everything we are as adults is formed in our first ten years, and mine were spent haunting the shore, or the streets, of Aberdeen: turning over scallop shells or the bodies of birds, or testing the washed-up crabs and jellyfish for movement: some kind of peril. I would walk to school past the abattoir with its ferrous whiff of spilt blood, the dull thuck of cleaver into flesh, the great headless bodies turning on their hooks; past the barber’s oils, astringents and lotions, his whetted razors; past the joinery with that lovely sweet scent of wood-shavings and—best of all—past Mitchell and Muill’s, the baker, their steamed-up window stacked full of freshly baked rowies and hot mutton pies.

Comecei a pensar quais seriam os meus cheiros, aqueles que me conduzem aos dias felizes e sem preocupações.

Imediatamente me vem à memória o cheiro da relva acabada de cortar, onde nos deitávamos a olhar para o céu. Ainda hoje me lembro do prazer que era estar assim sem fazer nada, só a gozar dos odores naturais.
Também me lembro dos cheiros da cozinha, as batatas fritas e a massa guisada de casa da minha Avó. Ela usava uma água de colónia, que comprava em França e que eu adorava, embora nunca fosse de usar perfumes.
Lembro-me do cheiro das papoilas que abundavam nas terras em frente ao nosso jardim, das espigas e até das malditas urtigas que nos deixavam as pernas cheias de pontinhos vermelhos. Na quinta, em Albarraque, onde passávamos férias, os cheiros eram dos pinhões que sacávamos e partíamos com pedras - ficavam quase esmigalhados, mas o cheiro era divinal. Das castanhas. E as maravilhosas bagas de eucalipto que apanhávamos para meter nas gavetas e afastar as traças...
Nunca gostei foi do cheiro dos animais, galinhas e quejandos, nem sequer dos coelhos e, então o dos porcos davam-me a volta à tripa. Foi aí que descobri que gosto da natureza vegetal, mais do que da animal...hoje ainda sou avessa a entrar em talhos, detesto cheiro da carne crua...

Há cheiros que nos fazem retornar a lugares....a chuva e a terra húmida levam-me inevitavelmente ao Yorkshire, onde vivi belos momentos perto da natureza...o cheiro a livros e a papel relembram-me o escritório do meu Avô, cheiro que se misturava com sândalo e madeiras orientais dos objectos que abundavam no meio dos livros naquele mundo mágico, onde nos perdíamos a ouvir as suas histórias.


Mas o cheiro que mais me emociona e até excita é o cheiro da maresia à beira-mar...só me recorda algo de bom, liberdade, desafio...fico inebriada, acho que mesmo no inverno, me apetece entrar pela água a dentro....como se o cheiro me aconchegasse, defendesse do frio e me impedisse de me afogar....

terça-feira, 19 de março de 2013

Há dias e dias

Hoje acordei com vontade de fazer coisas.

Muitas vezes acordo com desejo de não ver, de não ouvir, de não comer, de não me levantar, de não encarar o mundo....só me apetece ficar estática, sem me mover, numa dormência dolente...


Fui à Loja do Cidadão por causa da SS. Tinha recebido um aviso de pagamento de contribuição por causa do meu trabalho independente. Ser independente é o que dá. Paga!

Cheguei lá, tirei senha e saiu-me o 106. Ainda ia no 34. Fui pedir uma certidão de nascimento ao registo, onde não estava ninguém. Em 5m e por 20 euros tinha a certidão na mão.

Saí, fui tomar um café ao Jeronymo, andei a ver revistas, quando voltei, tinham avançado para o 42, o que augurava uma tarde na LC ou a passear no Arrábida shopping. Quase que dava para ir ao cinema, mas não havia sessões a essa hora.

Comecei a olhar para o écran e vi uma secção - SS - prioritários. O que será isto? Será para os que devem tanto que, quanto mais depressa pagarem, melhor? Perguntei ao segurança o que era isso de prioritários e ele, pacientemente, enumerou: pessoas inválidas ( no way!), pessoas deficientes (never), grávidas ( já fui), seniores,  ou seja, maiores de 65 anos ( YEEEEP!). Tirei outra senha e saiu-me o 22. Mal tive tempo de chegar ao balcão. Já estavam a chamar-me e até tive vergonha de dizer que tinha 66 anos, pois ia a correr toda lampeira!



Em 15m resolveu-se o problema. Devo ter isenção pois, apesar de independente, sou aposentada do Estado, trabalhei sete anos de pastora como Jacob,  mais 30 de guardadora de rebanhos como o Alberto Caeiro e, ainda apascentei muitas ovelhas tresmalhadas...que vinham até minha casa para aprender alguma coisinha.

Tive de preencher um papel a pedir isenção....e só saberei o desfecho daqui a um mês. Vou pagar com juros, que é o mais provável.

À tarde, continuei numa de frenesim. Fui ao banco, pois tinha de tratar das minhas contas. Encontrei lá a minha aluna ( uma dessas ovelhas tresmalhadas:), que há anos me gere as contas, disse-me que a agência ia fechar. Fiquei com pena, pois não gosto nada de ir a bancos grandes e aquele, apesar de ficar longe, era o meu banco há anos. Tudo o que é bom, fecha....
Da PE, mandaram-me o Powerpoint que vou ter de usar nas sessões de apresentação do projecto. Lindo, mas as imagens aparecem-me todas estáticas, como eu de manhã ao acordar. Que diabo, porque é que elas não se mexem???

Finalmente mais tarde consegui perceber que o PP tinha de estar em modo ecran pleno para se verem as páginas todas a aparecer e desaparecer.

Vou ter de estudar muito e de usar o controle remoto para as manipular...é triste não saber fazer algumas coisas que até o meu neto de 9 anos domina.

Já nem sei se é bom ser sénior ou não....:). Tem dias!

segunda-feira, 18 de março de 2013

O vazio

Depois de actividade e tensão intensas, cai o vazio.

Hoje tenho sentido uma nostalgia enorme do trabalho, que já fiz!

E apetece-me recomeçar de novo, abrir uma nova página, repensar os temas, pesquisá-los, trabalhá-los...


O trabalho é como esta Pergola, sempre a pintar e a repintar....

Ainda terei de fazer seis apresentações , todas elas longe do Porto, mas ando com vontade de sair, de encontrar colegas, de lhes falar do projecto, de sentir a adrenalina a correr. Já há seis anos que não me sentia tão viva e este pulsar é-me necessário como água.

Não me bastam os meus netos, por muito que os ame e goste de estar com eles. Daqui a nada chegam, cansados da escola e já sei que não vão querer ir ao Botânico passear. Preferem estar aqui, lanchar, ver as suas séries da Disney - sempre com bastante harmonia, graças a Deus. O pequenito brincará, desenhará e depois receberá de prémio, ver uns YouTube do Ruca, aquele menino bonito, que não faz grandes asneiras e é amigo da irmã.

Os dias já são grandes, há sol, a Primavera está aí....e com ela a ansiedade e o desejo de realizar coisas, enfim, VIVER!


domingo, 17 de março de 2013

Domingo pleno




Hoje fui ao cinema. precisava de refrescar as ideias e queria sair, mas não apanhar frio e sentir o vento.

O cinema estava vazio. Filme francês, intenso, bonito, com imagens que não se esquecem, expressões faciais não rebocadas, ténues, críveis e comoventes. Um filme cheio de histórias e de ternura, apesar da crueldade das situações. Tudo se recompôe depois da catástrofe, mas sente-se o esforço, o suor, as lágrimas. Filme belo, que nos deixa a sentir de bem com a humanidade. E depois, o sorriso luminoso da Marion Cotillard, que nos fica na memória...

Vim para casa com desejo de ficar...mas parti, logo a seguir, para a Foz com o meu filho e netos.Ventania desbragada, mar dum azul esquisito, quase artificial. A espuma fustigada pelo vento sobre o molhe.

A Pérgola lindíssima ao fim do dia.

Frio demasiado para se estar cá fora. os miúdos radiantes a brincar e a minha filha feita babysitter a olhar por eles. Tosta mista e sumo de laranja com o meu filho, os dois pasmados com a falta de brio nos serviço da esplanada. Às vezes penso que as esplanadas da Foz são uma imagem do país, pode-se estar lá horas, sem que ninguém venha perguntar o que desejamos e depois espera-se outra meia hora por uma tosta e uma fatia de bolo. Em qualquer outro país, haveria um self-service com os bolos e as sandes, bebidas e saladas à mão....aqui não. Há um empregado já de idade que se queixa de não poder fazer tudo ao mesmo tempo, resmunga e quase nos manda àquela parte....e ainda querem que o país avance.


Mas a vista é magnífica, o sol imenso.

A Foz é sempre a Foz, mesmo com vento desbragado.

sábado, 16 de março de 2013

Lang-Lang

O nome soa bem, todo ele é melódico.



É pianista e estou há uma hora a ouvi-lo no Brava HD, um dos canais que mais prazer me oferece nos dias que correm. Se fechar os olhos, vôo para uma sala de concertos, vejo as teclas e os dedos do pianista a percorrerem-nas dum modo extraordinário, como se não houvesse mais nada a acontecer no mundo ao mesmo tempo. A multidão aplaude, não se cansa. Ao nocturno, segue-se a Polonaise de Chopin, peças tão conhecidas que quase consideramos nossas.

Vistas de cima as suas mãos parecem borboletas a tremelicar por cima do espaço branco e negro das teclas, como que ofuscadas pela luz...

Fecho os olhos, vejo a minha Mãe, a sala da minha infância, sinto o cheiro e o acetinado dos maples, a vista do Tejo acizentado...as cortinas a esvoaçar com a brisa...ah infância bendita...
mas a veemência revoltada de Lang-Lang desperta-me desse sonho, os dedos correm incansáveis, pondo em delírio os ouvintes da sala de concertos e ofuscando os lustres suspensos sobre o piano.

Lang-Lang é um jovem, um dos melhores pianista da actualidade, ouvi-o na CdM há tempos, também aí com um banho de multidão encantada.

Senta-se de novo...e toca a valsa brilhante...com uma suavidade que se diria à socapa....vejo um par a dançar pela sala ao som do piano....mas na realidade ninguém se mexe, está tudo petrificado a ouvir...só a ouvir...como eu....


Start-up 10

Eis a capa do nosso novo manual, o parto estará para breves dias, e a alegria ( minha e dos demais colaboradores) é imensa. Ainda estamos a milhas dos momentos de adopção, pelo meio haverá muitas manobras de marketing e ofertas aos professores, mas o essencial está aqui nestas 250 páginas, que representam horas e horas de dedicação de muitas pessoas, autoras, coordenadores, designers, paginadores, correctores, ilustradores, etc. Nunca poderemos agradecer devidamente a quem tanto nos ajuda a conseguir o sucesso. Conto já dezenas de funcionários da PE que comigo trabalharam e de quem fiquei amiga grata para sempre.

Os temas deste programa de inglês são 4, todos eles aliciantes:  1. Juventude na sociedade actual; 2. O mundo nas nossas mãos ( tecnologias) 3. Os Media e seu impacto nas mentalidades; 4. A Língua Inglesa no mundo global.

O projecto engloba mais elementos: Leitura Extensiva ( 2 textos e 2 filmes didactizados), Workbook ( Livro de exercícios) , Glossário ( vocabulário específico para cada tema), Dossier do Professor ( cerca de 300 páginas com a planificação anual e de aulas, testes, fichas para alunos menos aptos, grelhas de avaliação oral, auditiva e de escrita,  soluções de todos os exercícios, guiões dos audios, etc.) e ainda o CD áudio e um CD-ROM, ( manual interactivo com todas as fichas e grelhas em suporte digital).

É um verdadeiro investimento e manancial de materiais, que tenho pena de nunca vir a usar, já que deixei de dar aulas há anos...

Lembro-me do dia em Abril de 2012 em que abri o meu MAC e escrevi no word : High Definition -  ( foi o primeiro nome que me ocorreu, mas que depois declinámos por ser longo demais, optando por Start-up, nome sugerido pelo meu filho engenheiro, também ele a lançar as suas start-ups em telecomunicações). 

A partir daí foi uma procura, uma imensa labuta...
mas valeu a pena!

Ficam aqui duas canções que estão didatizadas no manual e que dizem muito do que me ia - e vai - na alma ao encetar este novo capítulo da minha vida, seis anos depois.

Forever Young e Invincible

Estou FELIZ!






























sexta-feira, 15 de março de 2013

Moons

Há fases da Lua em nós, como as há no universo.

Momentos de plenitude, de crescimento, de desvanecimento...momentos em que desaparecemos - do blogue, por exemplo - por falta de luz, de inspiração, de reflexos, tal como o nosso satélite tão belo em certas alturas e tão parco noutras.

Estou a passar por uma fase pouco criativa em parte devido ao trabalho imenso que tenho tido nestes últimos dias, revisão de provas requerem uma atenção redobrada. Enervo-me com os erros que após várias revisões ainda encontro, tenho papel espalhado por toda a casa, estou ao computador durante horas. Tem sido assim os meus dias....a voar em torno dum projecto, como estas gaivotas meias tontas...


Amanhã vou apresentar o nosso projecto a 80 pessoas, relacionadas com o marketing do mesmo. Não gosto nada desta palavra. Gosto de criar, mas não gosto de falar daquilo que crio a não ser a pessoas que não tem nada a ganhar, nem a perder com isso.

E depois há os Powerpoints para ilustrar tudo o que se fez, mas que no fundo são como os acetatos, não passam de texto e imagens, sem sentimentos, sem emoção nem poesia.

Gosto do que fiz desde Abril até agora, mas é difícil dizer o que o projecto contém, em que é diferente de outros tantos que por aí andam.

É diferente porque é meu....porque a minha alma está lá toda...porque me dediquei a fazer algo que gosto e penso ajudará os colegas a trabalhar melhor.

É nisso que acredito! E é para isso que me invento todos os dias.

domingo, 10 de março de 2013

Festa de anos

Hoje fez  4 anos o meu neto mais novo.

Festa só de família. linda, com crianças, avós e netos, rindo , brincando e fazendo música. Muita música em conjunto , a solo, Bach, Vivaldi , Piazzola e também com alguns chorinhos à mistura...

É bom ter família.

Sinto-me bem em família de vez em quando, nem sempre. Os netos estão numa idade linda - que uma amiga minha chamava a "idade do ouro" - não dão problemas, a não ser os normais numa família normal, há momentos muito felizes, outros menos, mas a vida anda para a frente...




Sou feliz por poder viver assim...

quinta-feira, 7 de março de 2013

Um pouco mais de AZUL

Quase 


Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz?  Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão! 

(...)

Mário de Sá Carneiro



terça-feira, 5 de março de 2013

Os Blues

A palavra blue em inglês tem muitos significados.

Na realidade a palavra "azul" significa o mesmo em termos cromáticos, mas não encerra tantas outras nuances.

Não podemos dizer que nos sentimos "azuis", quando a depressão nos ataca ou que dançamos com os namorados uma vez aquando da lua azul...ou então comentar que alguém apareceu por fora do azul....:))!!

Também não é possível ouvir os "azuis" com as sua trompetes e vozes roucas...

Em termos de cor, os azuis em português equivalem-se aos das outras línguas: azul indigo, azul cobalto, azul prussiano ( o meu preferido), azul ultramarino, azul turquesa, etc.

Sempre adorei o azul, embora me vestissem de cor de rosa porque segundo me diziam, o rosa fica melhor com as peles morenas. Quando passei a escolher a fatiota, o azul foi sempre privilegiado. É a minha cor, por excelência, e nada tem a ver com paixões clubísticas, ainda que não goste dos encarnados, como se diz em Lisboa. Azul escuro, azul turquesa, azul safira, azul bébé, azul violeta, azul anil....

Li que o azul era a cor da liberdade e da revolução no sec XVIII, mas que passou a conotar-se com autoridade no século seguinte e muitas das fardas militares passaram a ser azuis, as napoleónicas, as da polícia de NY ( lembram-se da Balada de Hill Street-Hill Street Blues?), as da polícia inglesa ( os Bobbies), as da Marinha, que o meu Avô tão garbosamente ostentava em momentos especiais.

Muitas coisas mais haveria a dizer sobre esta palavra. Azul é o nome dum filme maravilhoso de Kievlowsky, azul é muito mais do que uma simples cor ou um pigmento qualquer.

Hoje resolvi fazer uma foto artística em honra desta cor. Só sabia que tinha de ser assim. Usei uma foto colorida que já tinha e transformei-a de modo a que ficasse louca como um quadro metafórico.

Ei-la, a cor dos sonhos:



segunda-feira, 4 de março de 2013

Ausência

de inspiração....mas não de trabalho.



Desde 5ª feira que não tenho parado de rever provas, provas e mais provas. Páginas e páginas, que já quase sei de cor ( poderia cantar a bela canção do Paulo Gonzo : Sei-te de cor ). Já conheço o manual de fio a pavio, o Workbook, o Dossier do professor, o Glossário, o CD, tudo de cor e salteado...e no entanto, receio sempre ficar aquém das expectativas na hora da verdade.

Gostaria muito de usar estes materiais, tudo coordenado, com computador e Internet na sala de aula como agora se torna possível. Nalgumas escolas nem sequer se usam as tecnologias, embora a escola tenha sido apetrechada de equipamento sensacional...um verdadeiro desperdício, que nos faz pensar.

Entretanto enviaram-me um vídeo espectacular sobre educação em que se coloca a eterna questão da escola para todos, encaixando-se todas as crianças por orifícios que não foram feitos para os seus tamanhos, feitios, personalidades, inteligência, etc.


Neste projecto temos fichas especiais para desenvolver as capacidade dos alunos médios numa turma heterogénea, que são a maioria. Mas, mesmo assim,sabemos que muitos chegam ao 10º ano com lacunas enormes, com grandes dificuldades no uso da língua, que são compreensíveis, dado que em português também têm grande dificuldade de expressão, não lêem nada, a televisão não lhes traz se não bacoquice e sensacionalismo, nada de educativo, a Internet serve para tudo menos para desenvolverem criatividade e conhecimento.

Talvez esteja a ser pessimista, mas cada vez me parece que há mais analfabetos em certas faixas da juventude.

Queixam-se amargamente de que não arranjam empregos, mas muitos deles e delas fizeram os cursos dum modo leviano, pouco aplicado, com muita farra pelo meio, andando na "noite", com  falta de assiduidade, de interesse e de verdadeiro comprometimento com a Vida. Viver na cidade é um estímulo e uma tentação!!

Vi há dias um programa sobre dois jovens que foram para Londres apenas com o 12º ano e arranjaram empregos de recepcionistas em hoteis e cursos de Ioga. Não sei como!  O quarto onde vivem não tem janela, nem WC. Ganham 6-7 libras por hora, quase o mesmo que uma empregada doméstica no nosso país, mas gastam o triplo em transportes, em comida, etc. Valerá a pena?

Hoje vou respirar fundo. Estão entregues os materiais quase todos e daqui a 15 dias sairão do "forno" a cheirar a tipografia, como eu gosto.

Será que este projecto é bom? Só o saberei depois de ter sido usado por muitos e muitos alunos e colegas, que, ao fim de alguns anos, me dizem: Sabe , eu estudei pelos seus livros....e.....:)))

Vejam o vídeo....diz tudo!!  E melhor.... ( em inglês, sorry!)