sexta-feira, 29 de março de 2013

Britanico até ao fim

Fui de novo ao cinema.

Com este malogrado tempo, é o que mais  apetece, metermo-nos numa sala fechada e quente, às escuras, em silêncio e deixarmo-nos ir ao encontro duma realidade diferente, personagens fictícias, histórias inventadas mas que nos parecem bem reais naqueles minutos em frente ao écran.

Compreendo bem o que levava as pessoas no pós-guerra a procurar a evasão no cinema. Muitos filmes se produziram nessa altura.
Agora procura-se reviver essa época, produzindo filmes como este " The Deep Blue Sea", académico até à medula, sóbrio como quase todos os filmes britânicos, uma mistura de peça de teatro e de cinematografia, num círculo fechado, quase sem décor, numa Londres que ainda sara as feridas do Blitz em 1950.

Este é um filme que me lembra muito outro com o mesmo tema extraído do romance de Graham Greene: The End of the Affair, mas sem a profundidade, nem as complicações de enredo desse.
Rachel Weisz está soberba, mas as outras personagens parecem um pouco fátuas em redor dela.
Paradoxalmente, os críticos dão 3 e 4 estrelas a este filme, que quanto a mim, fica uns furos abaixo de muitos outros, como o espantoso Remains of the Day, que vi há dias no TVCine e me emocionou muitíssimo, apesar de já o ter visto duas vezes.

Apesar de tudo, é sempre um gosto reviver ambientes ingleses do pós-guerra.
Lembro-me da minha Mãe contar que tinha estado em Londres em 1950 e que as casas estavam ainda danificadas, apesar da
 tentativa de reconstrução rápida. Eu já andava no colégio inglês e ainda se falava muito da guerra e do sofrimento por ela imposta aos jovens britânicos que eram considerados uns heróis.

Ando em maré de britanices....comoveu-me ouvir no filme as folk songs do pós guerra , entre as quais a célebre Molly Malone, que nós cantávamos a plenos pulmões.

Fica aqui uma cena bela do filme como recordação.






3 comentários:

  1. Belo pequeno video que diz muito do filme.
    E eu, que gosto tanto de cinema, quase não vejo um filme ultimamente. Não sei porquê. Talvez alguma angústia que me tira a disposição.

    Um beijo.

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  2. O filme é cheio de flashbacks do tempo da guerra, mas passa-se num presente doloroso e um pouco pesado, muito egocêntrico e quanto a mim demasiado parado. Mas gosto sempre de filmes ingleses:))

    Bom Domingo. Hoje já está sol e na Foz estava um dia esplendoroso.

    Bjo

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  3. Eu não tenho essa ligação aos ambientes britânicos, Virgínia, mas gostei do filme. E não sendo um grande filme, vale a pena vê-lo, acho eu.

    Beijinhos

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