Ao arrumar o meu atelier, dei-me conta de que tenho demasiados quadros guardados sem a mínima hipótese de serem expostos na minha casa ou nalgum local público.
Alguns já tinha esquecido completamente.
Pintei-os no decurso destes três anos, já depois de ter deixado a Utopia, o atelier que frequentei durante ano e meio. Não lhe senti a falta , a não ser no aspecto afectivo e social, gostava das pessoas que lá encontrava, algumas ainda lêem este blogue e quando escrevem alguma coisa, fico muito grata. Não devem ter compreendido muito bem por que saí, mas sentia-me atabafar num espaço pequeno cheio de candidatos a pintores ou mesmo pintores já consagrados.
Acabava por não criar nada que valesse a pena e não aprendia muito. Ainda lá deixei todos os meus óleos e algum material.
Na colecção de quadros que fiz este ano, há alguns de que gosto em especial. São pintados em MDF, não em tela. O MDF agarra a tinta dum modo diferente e permite efeitos abstractos lindíssimos. A tela é mais difícil de pintar por vezes. Fotografei hoje alguns dos quadros que não via há meses...
Tenho tido saudades de pintar e até, de vez em quando, de me dedicar a uma pintura de grande porte, mas o espaço de que disponho em casa e a falta de incentivo pessoal ( pintar para quê?) afasta-me das artes plásticas, acabo por sair ou ler ou ver um filme na TV. Já nem tricoto ou bordo, actividades que adorava há uns anos. Penso que é nisto que denoto um certo envelhecimento e perda de energias.
Não devo ser uma grande artista....pois esses nunca hesitam entre pintar ou fazer outra coisa. Lembro-me do meu primeiro professor, que me levou à sua garagem perto da Maternidade, onde coleccionava centenas de quadros e os tinha em tudo o que é canto ou pasta. Foi para Berlim e nunca mais soube dele.
Já pensei em dar quadros a uma instituição de doentes mentais, pois sei quanto eles alegrariam as pessoas, que, amiúde, só vêem paredes nuas ou cheias de avisos sem interesse. Em Inglaterra, o hospital estava decorado com pinturas feitas pelos próprios pacientes e parecia uma casa habitada por artistas.
Infelizmente, o mesmo acontece nas escolas, nos serviços públicos e nos autocarros. Não se vê arte nenhuma. Só grafitti e anúncios de gosto duvidoso.
É o nosso país onde a arte é só para alguns.
Alguns já tinha esquecido completamente.
Pintei-os no decurso destes três anos, já depois de ter deixado a Utopia, o atelier que frequentei durante ano e meio. Não lhe senti a falta , a não ser no aspecto afectivo e social, gostava das pessoas que lá encontrava, algumas ainda lêem este blogue e quando escrevem alguma coisa, fico muito grata. Não devem ter compreendido muito bem por que saí, mas sentia-me atabafar num espaço pequeno cheio de candidatos a pintores ou mesmo pintores já consagrados.
Acabava por não criar nada que valesse a pena e não aprendia muito. Ainda lá deixei todos os meus óleos e algum material.
Na colecção de quadros que fiz este ano, há alguns de que gosto em especial. São pintados em MDF, não em tela. O MDF agarra a tinta dum modo diferente e permite efeitos abstractos lindíssimos. A tela é mais difícil de pintar por vezes. Fotografei hoje alguns dos quadros que não via há meses...
Tenho tido saudades de pintar e até, de vez em quando, de me dedicar a uma pintura de grande porte, mas o espaço de que disponho em casa e a falta de incentivo pessoal ( pintar para quê?) afasta-me das artes plásticas, acabo por sair ou ler ou ver um filme na TV. Já nem tricoto ou bordo, actividades que adorava há uns anos. Penso que é nisto que denoto um certo envelhecimento e perda de energias.
Não devo ser uma grande artista....pois esses nunca hesitam entre pintar ou fazer outra coisa. Lembro-me do meu primeiro professor, que me levou à sua garagem perto da Maternidade, onde coleccionava centenas de quadros e os tinha em tudo o que é canto ou pasta. Foi para Berlim e nunca mais soube dele.
Já pensei em dar quadros a uma instituição de doentes mentais, pois sei quanto eles alegrariam as pessoas, que, amiúde, só vêem paredes nuas ou cheias de avisos sem interesse. Em Inglaterra, o hospital estava decorado com pinturas feitas pelos próprios pacientes e parecia uma casa habitada por artistas.
Infelizmente, o mesmo acontece nas escolas, nos serviços públicos e nos autocarros. Não se vê arte nenhuma. Só grafitti e anúncios de gosto duvidoso.
É o nosso país onde a arte é só para alguns.
Virgínia,este post está um pouco desanimador, mas compreendo-a na perfeição! Algo semelhante aconteceu comigo nas aulas de fotografia:Uma dada altura percebi que não valia a pena continuar na aprendizagem.Além do horário ter-se tornado incompatível com os meus afazeres.
ResponderEliminarNão penso que seja da idade já não nos interessar fazer determinadas tarefas que fizemos no passado. Acho que chegou a hora de virar a página. Os objectivos de outrora mudaram com o decorrer do tempo...E acredito que chegará novos incentivos.Tenho consciência que sou uma sonhadora.Também é verdade! Deixar de ser aí sim, é o sinal de envelhecimento.
Quanto à sua ideia de doar os quadros.Porque não? Então, mãos-à-obra!
Beijo.
Depois de ter escrito esta entrada, também pensei que seria um pouco deprimente para quem a lê. Mas não estou nada arrependida de ter deixado a pintura por uns tempos pois penso que a criatividade tem de ter alimento e neste momento as dores nos joelhos são mais fortes e não tenho é forças para estar sentada ou de pé durante muito tempo. Mesmo assim há muitas coisas que vou ter de realizar este ano - o projecto de Inglês para o 11º ano - que já recomecei com a minha filha. Em setembro o cerco vai apertar-se e será difícil até ter tempo para pintar ou seja o que for.
ResponderEliminarBom Domingo!
Olá Virgínia
ResponderEliminarEu compreendo bem o seu"desalento". Há ocasiões em que perdemos o interesse por imensas coisa que faziam parte da nossa vida.Isso acontece comigo. Mas a Virgínia é nova, tem muita força, muito talento e facilmente ultrapassará a situação. Tem é que tratar do seu joelho.
Um abraço.
Obrigada, Graciete.
ResponderEliminarPara já estou a trabalhar no meu novo projecto para o 11º ano...
Amanhã vou até S. Joao da Pesqueira onde o meu filho mais novo vai ficar dois anos como juiz. Apetece-me passear:)))
Bjinho