Chegou o Verão.
Ontem a noite foi curta, o dia longo cheio de sol, o pôr do sol às 21.05, a luz dourada remanescendo durante mais de meia hora.
Está quente, embora a nortada já se comece a sentir. Típico tempo de verão, que agrada aos amantes
de praia e de calor.
Pessoalmente prefiro os dias de outono, calmos, menos quentes e mais suaves.
A tardes infindáveis de verão trazem-me nostalgia e saudades dum tempo que já passou e não volta mais. Eram belas as tardes com a minha Mãe na varanda da nossa casa, emoldurada de buganvília vermelha, o cheiro das flores que subia do jardim, a relva cortada e as ameixas que comíamos em catadupas ainda quentes do sol. Passava parte da tarde a jogar ao mata, ao badmington ou mesmo ao futebol, a fazer atletismo ou a sonhar acordada...por vezes, dávamos uma volta pelo jardim com o nosso Pai que nos explicava algo sobre as plantas, as flores, os canteiros, o que iria ser plantado quando as flores tivessem acabado. Depois do jantar ainda havia luz para estarmos lá fora, a aspirar o ar do verão e a ouvir o vento nos choupos que ladeavam a parte da frente da casa. Aprendi tantos nomes de palantas e flores, que ainda hoje me surpreendo com o que sei sobre o tema.
Agora, dum modo geral, afligem-me as tardes muito longas...o que vale é o Euro que tem preenchido alguns destes fins de tarde mais monótonos.
Ontem, o solstício coincidiu com a Lua Cheia de Junho, mas a lua que eu vi nada tinha de especial. Era uma bola redondinha, luminosa no meio das árvores altas do Botânico.
Na astronomia,solstício (do latim sol+ sistere, que não se mexe) é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho. O dia e hora exactos variam de um ano para outro. Quando ocorre no verão significa que a duração do dia é a mais longa do ano. Analogamente, quando ocorre no inverno, significa que a duração da noite é a mais longa do ano.
Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com oNatal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão.
Fica aqui música especial para ilustrar este tema tão querido dos Celtas.
Fica aqui música especial para ilustrar este tema tão querido dos Celtas.
Estas suas recordações do passado fizeram-me lembrar as minhas.Lembrei-me da minha mãe nos fins de tarde de verão de mangueira na mão a regar os canteiros das flores e onde havia hortaliças. Até quase senti o cheiro da terra molhada e os cheiro das flores de nome boas-noites. Eram interessantes, fechavam à noite e de manhã estavam todas viçosas .Tenho cultura campestre e por isso sei umas coisas sobre plantas e plantinhas. Mas sempre gostei mais do mar. Aprendi empiricamente certos acontecimentos atmosféricos com pescadores que ainda hoje me são válidos.
ResponderEliminarTenho sempre assuntos a tratar e os dias passam tão rápidos que até me afligem...
Também gosto mais do Outono , embora me desagrade os dias escurecerem cedo.têm este senão...
Somos tão parecidas, Madalena. Às vezes penso que tenho o azar de ter os amigos todos longe...ou então sou eu que os afasto...
ResponderEliminarObrigada por partilhar as suas recordações. E tb por ter gostado do video do meu André. Ele tem uma voz incrível, não tem?
Bjinho
Tem sim, uma voz muito bonita. Por isso achar que o coro dos crentes estava descabido. Mas nas nas homilias agora é assim . Todos ao molhe e fé em Deus.
EliminarSou contra os fieis cantarem os refrãos porque sai sempre cantochão, muito arrastado! O coro em si cantou muito bem e foi acompanhado por flauta, violinos e violoncelo. Os fieis é que cantam mal.... :)
EliminarGostei muito!
ResponderEliminarObrigada, Margarida.
ResponderEliminarVolta sempre que quiseres!
Bjinho
Deixo-lhe aqui, plantadas, as palavras poéticas de Tolentino que combinam com a beleza do seu post.
ResponderEliminar"O verão é feito de coisas
que não precisam de nome
um passeio de automóvel pela costa
o tempo incalculável de uma presença
o sofrimento que nos faz contar
um por um os peixes do tanque
e abandoná-los depressa
às suas voltas escuras."
José Tolentino Mendonça
O verão, tal como as outras estações, é feito de luz e de sombras.
Um beijinho, Virginia
Talvez porque todos estão mais uns com os outros no verão e em férias, notamos mais os comportamentos e atitudes da família e amigos, os nosso confortos são beliscados, os atritos aparecem. Mas também há momentos de ouro com os netos, sobrinhos e filhos. A verdade é que eles recordam experiências maravilhosas da sua infância e juventude durante o Verão.
ResponderEliminarPoema realista....
Beijinho
Mas para que lembrar tempos que não voltam? Recuso-me fazê-lo mesmo que até ao dia de hoje, só possa dizer que fui sempre feliz, exceptuando-se os momentos em que perdi o meu pai e sobretudo a minha querida avó!
ResponderEliminarBoas recordações são sempre de relembrar e agradecer, Dalma. Ninguém no-los tira e foram esses momentos que fizeram de nós aquilo que somos.
ResponderEliminarDizer que gosto do verão porque só tenho boas recordações é uma falácia. Foi no Verão que me separei, foi no Verão que a minha filha adoeceu e foi internada em Leeds. Mas tb foi no verão que conheci o meu futuro marido, os meus dois filhos mais velhos nasceram, etc.etc. É a Vida!!