Podem ser excelentes, mas também podem destruir relações entre irmãos, sobrinhos, netos ou outros familiares.
Uma vez falecidos, o que sobra não é o amor que uniu durante décadas pais e filhos, mas muitas vezes invejas, tricas, mesquinhices e ambição. Todos estes sentimentos estão latentes nos indivíduos e vão crescendo com os anos, à medida que a família vai alargando, as gerações se multiplicam e os laços se esbatem.
Não sei como vou distribuir o que tenho pelos meus filhos. É tudo conseguido por mim sozinha, sem ajuda de nenhum conjuge. Pelo contrário. Tenho-os ajudado em vida da maneira mais concreta e positiva possível, não me preocupando demasiado em poupar para o futuro. Nenhum dos meus filhos se pode queixar de não o ter apoiado quando mais precisavam e isso traz-me conforto moral.
Constatei na minha família que as partilhas deram cabo das relações entre os 8 irmãos, que nunca mais fomos os mesmos, o verniz estalou e a mesquinhice veio ao de cimo. Felizmente, alheei-me de tudo e nem estive presente em algumas das reuniões em que se fez o sorteio de stocks e quejandos. Fiquei com algumas peças bonitas, nada de extraordinário, não tinha casa para arrumar quadros, mobiliário ou livros, limitei-me a guardar algumas loiças, copos, chávenas, etc que facilmente poderia meter nas estantes da sala e que me fariam recordar os meus avós ou pais. Só tive pena de não ter ficado com um relógio de pé alto, que na realidade, era a única peça que queria. A minha irmã que queria tudo e tudo teve, encarregou-se de ficar com ele por obra mágica.
As melhores recordações que deles tenho, aliás, não se cingem a objectos, mas a vivências. Todos os dias penso nelas e fico feliz de ter tão boas recordações dos meus anos em Lisboa, enquanto os meus avós e os meus Pais estavam vivos. Quando eles partiram, algo se quebrou e os laços familiares também. Perdi a vontade de ir a Lisboa, a minha cidade, e também a necessidade de estar com os familiares mais proximos, guardando apenas cumplicidade e verdadeiro amor a uma parte mínima dos meus irmãos.
É assim a vida....não estou a ser dramática, nem azeda. Penso que tudo isto acontece nas melhores famílias.
Uma vez falecidos, o que sobra não é o amor que uniu durante décadas pais e filhos, mas muitas vezes invejas, tricas, mesquinhices e ambição. Todos estes sentimentos estão latentes nos indivíduos e vão crescendo com os anos, à medida que a família vai alargando, as gerações se multiplicam e os laços se esbatem.
Não sei como vou distribuir o que tenho pelos meus filhos. É tudo conseguido por mim sozinha, sem ajuda de nenhum conjuge. Pelo contrário. Tenho-os ajudado em vida da maneira mais concreta e positiva possível, não me preocupando demasiado em poupar para o futuro. Nenhum dos meus filhos se pode queixar de não o ter apoiado quando mais precisavam e isso traz-me conforto moral.
Constatei na minha família que as partilhas deram cabo das relações entre os 8 irmãos, que nunca mais fomos os mesmos, o verniz estalou e a mesquinhice veio ao de cimo. Felizmente, alheei-me de tudo e nem estive presente em algumas das reuniões em que se fez o sorteio de stocks e quejandos. Fiquei com algumas peças bonitas, nada de extraordinário, não tinha casa para arrumar quadros, mobiliário ou livros, limitei-me a guardar algumas loiças, copos, chávenas, etc que facilmente poderia meter nas estantes da sala e que me fariam recordar os meus avós ou pais. Só tive pena de não ter ficado com um relógio de pé alto, que na realidade, era a única peça que queria. A minha irmã que queria tudo e tudo teve, encarregou-se de ficar com ele por obra mágica.
As melhores recordações que deles tenho, aliás, não se cingem a objectos, mas a vivências. Todos os dias penso nelas e fico feliz de ter tão boas recordações dos meus anos em Lisboa, enquanto os meus avós e os meus Pais estavam vivos. Quando eles partiram, algo se quebrou e os laços familiares também. Perdi a vontade de ir a Lisboa, a minha cidade, e também a necessidade de estar com os familiares mais proximos, guardando apenas cumplicidade e verdadeiro amor a uma parte mínima dos meus irmãos.
É assim a vida....não estou a ser dramática, nem azeda. Penso que tudo isto acontece nas melhores famílias.
Também é a ideia que tenho, não devia ser assim, mas algumas vezes, infelizmente, é.
ResponderEliminarOlá, Gabi, benvinda sejas. Já tinha saudades de algum feedback. Escrevi isto com o coração, sei perfeitamente que chocarei alguns familiares, mas gosto de expressar o que me vai na alma e às vezes custa um pouco ver a ganância na própria família. Bjinho
ResponderEliminarAlguém disse: "A Família é um pouco como a paisagem - É mais bonita vista à distância".
ResponderEliminarNaturalmente que não se aplica a todas as famílias...
Nem sabe como concordo consigo, mas para já falo da família alargada, não da nuclear.
ResponderEliminarObrigada.
Pessoalmente, as heranças fazem-me urticária. Uma coisa é, quando alguém morre, e se não deixou destino às coisas, repartirem-se pelos remanescentes. Mas sou totalmente contra duas coisas: andar-se a poupar em vida para os filhos ou sobrinhos, salvo se forem dependentes (de resto, façam-se à vida, para não caírem na ociosidade), e ser obrigatório deixar a cônjuges e filhos dois terços, ficando apenas um terço como quota disponível. O que é de cada um, a cada um deveria competir distribuir, e não ao Estado mas, curiosamente, com tanta gente a perorar sobre a ingerência do Estado em assuntos privados, raramente se fala desta imbecil legislação.
ResponderEliminarA melhor herança que podemos tentar dar é valores, ética e ajudar no percurso de vida... mas o percurso de vida dos filhos é deles, e até o seu carácter e os seus comportamentos da responsabilidade deles. Andar tudo com a ganância do que vai sobrar é, na minha opinião, matar-se a pessoa em vida. Um assassinato, pois - depois da morte vêm então, muitas vezes, os abutres...
PS: discordo apenas do que aconteceu no nosso caso - acho que, até, com oito irmãos, as coisas se processaram com bastante "regularidade" e sem tricas de maior para o que poderia ter sido...
Tudo depende do que se possui.
ResponderEliminarSe tiver possibilidades de usar o meu dinheiro ou posses com os meus filhos e netos durante a vida, de modo a todos podermos gozar em paz e harmonia o que é meu por direito, fá-lo-ei sem qualquer receio. É o que tenho feito toda a vida sem qualquer problema. Sempre fui senhora do que é meu, mesmo quando estava casada, tinha contas separadas com o meu ex-marido e nunca nos aborrecemos por causa de dinheiro. Gastava o que queria sem pedir licença e ofereci aos filhos muitos objectos que o meu marido considerava supérfluos como o ZX-Spectrum para o meu filho, hoje engenheiro de telecomunicações. Também paguei as propinas ao meu filho mais novo, pois ele queria ir para Braga estudar Filosofia e Humanidades, curso que não existia no Porto. Não sei se fiz bem, ele mudou para Direito três anos depois, onde foi um aluno brilhante. Ainda hoje não choro o dinheiro que gastei, pois penso que ele pode ter uma carreira excelente na magistratura. A minha filha também foi para Inglaterra por cinco anos e fui sempre eu que a apoiei. Ambas trabalhámos juntas na editora e nunca houve qualquer problema entre nós. Ela ganhava na proporção do seu trabalho e fazia-o bem.
Sempre tive a noção de que era mais feliz, repartindo o que tenho e fazendo os meus filhos mais felizes. Eles portam-se à altura, apreciam e tenho esperança de que, no futuro, me darão o apoio que eu precisar. Nunca tive receio de que qualquer deles caísse na ociosidade, educámo-los num sistema de exigência desde pequeninos e eles são responsáveis e autónomos.
Quanto à nossa herança, não concordo contigo. esqueceste depressa o que se passou na realidade, mas não tenciono discutir coisas que já passaram há tantos anos.
Querida Mana
ResponderEliminarExactamente o que defendo é essa liberdade de dar ou não dar de cada um, salvaguardando os tais casos de dependência.
Apoiar os filhos no seu percurso de vida, como fizeste, é normal e uma prova de amor.
Quanto ao "nosso" caso, para bem da nossa psique, é melhor dourar a pílula and you know what I mean.
Beijinhos
Sim, engulir sapos é um hábito que todos os que têm famílias grandes aprendem desde pequeninos!! :)
ResponderEliminarMas, a vida continua e o que interessa é fazer o bem, ajudar quem precisa independentemente dos graus de parentesco ou mesmo de quezílias passadas.
Este fim de semana tive que ir em auxílio do meu ex-marido, que deu uma queda e não tinha mais ninguém - a empregada está de férias - que o ajudasse. Felizmente foi só hematoma e desmaio, mas poderia ser muito sério. Esteve no hospital 5 horas, os filhos estavam os dois fora, em Bragança e nos EU.
Mas ainda consegui fazer alguma coisa...e senti-me feliz por isso. Rancorosa nunca fui, como sabes.