Inebria-me.
Estou aqui na minha sala com uma janela só semi-aberta por causa dos mosquitos, mas é suficiente para sentir o cheiro da maresia, que chega sempre a esta hora, não sei se por causa do vento, se das marés...
Só sei que quando sinto este cheiro, o meu espírito eleva-se, fico mais perto da natureza - neste caso do mar - e tudo me parece mais belo.
Hoje passei parte do dia junto ao mar com a minha filha. Fomos almoçar ao edifício Transparente, onde comemos uma sopa de marisco e umas gambas ao alho divinais. Já tínhamos experimentado uma vez e ficámos fãs. O restaurante estava vazio ao meio dia, o que é raro ao fim de semana, vê-se que estamos em Agosto e em fim de semana prolongado. É o mês ideal para se estar aqui, onde as temperaturas são menos elevadas.
Depois do almoço, saímos para respirar o ar de mar que era bem mais fresco que o ar da cidade, onde estava bastante calor.
Resolvemos andar a pé até onde o meu joelho aguentasse. E ele aguentou cerca de 3km, que é a distância entre Matosinhos e a Rua da Sra da Luz, no coração da Foz.
Viémos pela praia, torneámos o Castelo do Queijo, onde nunca tinha estado, e depois percorremos toda a passerelle até à praia do Homem do Leme, onde nos sentámos a tomar café. O ambiente era fantástico, havia pessoas na praia com aqueles paraventos aqui do norte, estendidas no chão a apanhar sol, muitas mulheres com os seus bikinis reduzidos, algumas suficientemente corajosas para se meter no mar, que me pareceu frio.
O sossego era total, quase que não se ouviam vozes nos areais vários por onde passámos. Não gosto da Foz para banhos, mas adoro as rochas e os contornos, a água a serpentear no meio delas. Sempre preferi praias com rochas a areais sem fim. Ofir é uma excepção.
Andámos até à praia de Gondarém, onde nos sentámos outra vez e bebemos uma caipirosca a meias. Não fiquei freguesa, achei que tinha um sabor desagradável e amargo, mas tirava a sede.
A esplanada tinha umas cadeiras de lona forradas dum tecido lindíssimo, que, segundo a empregada, fora comprado na Feira dos Tecidos. Adorava ter uma colcha daquelas cores no meu quarto. Cheira a verão.
Acabámos o passeio na Rua do Farol, onde apanhámos o 204 para casa. 10 minutos foi o tempo que ele levou até aqui.
Está uma noite límpida, a primeira desde que chegámos do Algarve e a lua parece quase cheia e brilhante.
Mas o cheiro a maresia já desapareceu tão depressa como chegou...
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