Para mim, o Botânico é mesmo um microcosmo da Sintra que conheci há mais de 60 anos.
Nele encontro pedacinhos da minha infância e adolescência, recantos que são mesmo iguais aos que percorri enquanto jovem.
Passei férias numa casa com mata que ficava na Correnteza e dava para a estrada da praia das Maçãs. Todos os dias andava por entre as árvores, sentava-me no musgo, deitava-me a sonhar e escrevia histórias em cadernos comprados numa tabacaria do centro.
Foi o ano mais feliz da minha adolescência, tinha eu 13 anos. Era a época de ouro da minha família, os meus pais foram ao Canadá e EU e nós ficámos com os meus Avós, que amávamos incondicionalmente.
A minha paixão por Sintra é tal que foi lá que festejei os meus 25 anos de casada, embora já nessa altura o meu casamento estivesse muito tremido. Só lá dormimos uma noite, mas foi bom para recordar um sítio que considero dos mais belos da nossa terra.
A humidade existente em serras como a de Sintra acentua-se depois dum temporal ou chuvada, intensificando dum modo quase inebriante os cheiros da terra, das plantas e das flores. Também acontece o mesmo aqui neste jardim.
Por isso, quando cai uma chuvada, vou sempre passear para lá, mesmo que me aconteça molhar as calças como hoje ao sentar-me num banco cheio de musgo húmido.
Respiro fundo, oiço o barulho da VCI à distância e impregno-me eu também dos perfumes da floresta. Durante uma hora parece que nada me pode afectar.
Compreendo que Sophia se inspirasse aqui e que escrevesse alguns dos seus contos mais populares. Não aprecio muito o género, mas reconheço que neste local há uma mística especial e é impossível ficar-se impassível.
Quando oiço grupos de jovens e vozes altas, parece-me que alguém está a profanar o sagrado.
Num site dedicado a Sophia de Mello Breyner - http://purl.pt/19841/1/1920/1920-2.html - e editado por José Carlos de Vasconcelos, lêem-se várias respostas que ela deu em entrevistas.
Destaco este, talvez porque o compreendo melhor que alguma poesia:S
Nele encontro pedacinhos da minha infância e adolescência, recantos que são mesmo iguais aos que percorri enquanto jovem.
Passei férias numa casa com mata que ficava na Correnteza e dava para a estrada da praia das Maçãs. Todos os dias andava por entre as árvores, sentava-me no musgo, deitava-me a sonhar e escrevia histórias em cadernos comprados numa tabacaria do centro.
Foi o ano mais feliz da minha adolescência, tinha eu 13 anos. Era a época de ouro da minha família, os meus pais foram ao Canadá e EU e nós ficámos com os meus Avós, que amávamos incondicionalmente.
A minha paixão por Sintra é tal que foi lá que festejei os meus 25 anos de casada, embora já nessa altura o meu casamento estivesse muito tremido. Só lá dormimos uma noite, mas foi bom para recordar um sítio que considero dos mais belos da nossa terra.
A humidade existente em serras como a de Sintra acentua-se depois dum temporal ou chuvada, intensificando dum modo quase inebriante os cheiros da terra, das plantas e das flores. Também acontece o mesmo aqui neste jardim.
Por isso, quando cai uma chuvada, vou sempre passear para lá, mesmo que me aconteça molhar as calças como hoje ao sentar-me num banco cheio de musgo húmido.
Respiro fundo, oiço o barulho da VCI à distância e impregno-me eu também dos perfumes da floresta. Durante uma hora parece que nada me pode afectar.
Compreendo que Sophia se inspirasse aqui e que escrevesse alguns dos seus contos mais populares. Não aprecio muito o género, mas reconheço que neste local há uma mística especial e é impossível ficar-se impassível.
Quando oiço grupos de jovens e vozes altas, parece-me que alguém está a profanar o sagrado.
Num site dedicado a Sophia de Mello Breyner - http://purl.pt/19841/1/1920/1920-2.html - e editado por José Carlos de Vasconcelos, lêem-se várias respostas que ela deu em entrevistas.
Destaco este, talvez porque o compreendo melhor que alguma poesia:S
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LORD BYRON - SHE WALKS IN BEAUTY
ResponderEliminarShe walks in beauty, like the night
Of cloudless climes and starry skies;
And all that’s best of dark and bright
Meet in her aspect and her eyes;
Thus mellowed to that tender light
Which heaven to gaudy day denies.
One shade the more, one ray the less,
Had half impaired the nameless grace
Which waves in every raven tress,
Or softly lightens o’er her face;
Where thoughts serenely sweet express,
How pure, how dear their dwelling-place.
And on that cheek, and o’er that brow,
So soft, so calm, yet eloquent,
The smiles that win, the tints that glow,
But tell of days in goodness spent,
A mind at peace with all below,
A heart whose love is innocent!
Não percebo porque não consegues escrever aqui com o nome do google. Há coisas na blogosesfera que me escapam. Lord Byron adorava Sintra. Estive na casa dele perto de Northampton e lá tinha fotografias e poemas dedicados a Portugal e em especial à sua serra. Este poema romântico é lindo, obrigada. Bjinhos
EliminarOs meus 25 anos de casada foram passados em Nova York!
ResponderEliminarIt figures!
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