Oceano Nox
Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o vôo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,
Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas vagamente...
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas vagamente...
Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?
Mas na imensa extensão, onde se esconde
O inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...
O inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...
Antero de Quental indaga o Céu em busca de resposta, e só encontra o Nada.
ResponderEliminarÉ um soneto triste onde a inquietação existencial de Antero de Quental se mostra, assim como noutros poemas. O quadro é bem mais "consolador". Lindo com uma paleta de cores soberba. Eu, pessoalmente, vejo o fundo do mar com a luz do sol a penetrar pela sua profundidade. Muito lindo. Bjs
Respondi-lhe no mail por engano.
ResponderEliminarEste soneto espelha bem o que me vai na alma ao olhar o mar. Insondável.
Cada vez me interrogo mais sobre o significado desta vida. Já nos anos 60 o Manel me punha muitas interrogações que testavam a minha fé.
Hoje não acredito em nada....estou cada vez mais nihilista.
Bjinho
Gostei muito do quadro
ResponderEliminarNão conhecia o soneto e gostei, obrigada pela partilha aqui.
um beijinho
Gábi
Obrigada, Gabi.
ResponderEliminarBjinho