Oa últimos dias mostraram è evidência o caos que reina no sistema educativo - do básico ao secundário - no que respeita à aprendizagem duma língua que se considera crucial nos tempos que correm.
Aprendi inglês num colégio inglês desde os 4 aos 10 anos. Saí de lá para o liceu com uma bagagem razoável da língua que me permitia ler livros para crianças bastante evoluídos e compreender tudo o que se dizia, ainda que não houvesse TV e não tivesse ido a Inglaterra antes dos meus 23 anos. Fui privilegiada e por isso dei aos meus filhos as mesmas possibilidades - ainda que no alemão - sacrificando tudo o mais em prole duma educação aberta para a Europa e para a internacionalização. Não me arrependo, foi a decisão mais acertada que fiz na vida :) .
Será o ensino do Inglês essencial no 1º ciclo da escola básica?
É terrível não ser capaz de responder a esta questão. Porque não sei mesmo. Eu, professora de inglês deveria saber, mas não sei.
O Inglês só é essencial se for ensinado como uma disciplina igual à Matemática ou ao Português, se não for, não passa de uma sensibilização para a língua que até pode ter consequências muito funestas quando, anos mais tarde, 30 alunos do 5º ano se juntarem numa turma heterogénea em que alguns alunos têm uma vaga noção da língua e outros que já a dominam e lêem na perfeição.
O que acontece hoje em dia é que nos cinco anos do 2º e 3º ciclos do básico a carga horária de Inglês é mínima ( 90m por semana no 8º ano - irrisório) e de nada serve os alunos terem andado 4 anos no 1º ciclo a brincar ao inglês.
Para os profs, então, pode ser catastrófico e um esteio para a indisciplina, que como sabemos, grassa nesse nível de ensino. Não sei como é que se ensina uma língua a 30 alunos. Não é possível.
Admiro profundamente os professores de hoje em dia, mas sei que a maioria não consegue atingir os objectivos do programa, nem motivar os alunos para a disciplina. Mesmo com filmes, vídeos, música , quadros interactivos e o diabo a 4.
Gerir o caos é impossível.
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