quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Trabalhar em equipa?


Nunca gostei muito do trabalho em equipa ou de grupo.

Não é "a minha praia" , como soi agora dizer-se.

Aborrece-me temporizar,  esperar, pactuar, modificar, tolerar, admitir, consensualizar e outros verbos assim.

Devo ser demasiado segura de mim ou demasiado diferente dos outros. Os meus filhos saem a mim, sempre detestaram trabalhar em grupo. Um deles descartou-se pela vida que escolheu, o outro não tem outro remédio se não entrar no jogo, embora moderadamente.

Admiro sempre os trabalhos melhores que o meu, aprecio-os, elogio-os,  mas não gosto que interfiram naquilo que eu faço. Gosto de ser a única responsável.

É um defeito enorme, reconheço, que tem pautado toda a minha profissão. Infelizmente, aguentei esse "regime" durante toda a minha vida profissional. Dei aulas em grupo, preparei cursos em grupo, critiquei aulas em grupo, fiz projectos em grupo, organizei n coisas na escola em grupo. Sempre, mais ou menos contrariada.

Em tempos, odiava que me obrigassem a trabalhar em grupo nas acções de formação ( poucas que fiz) e acabava por ser eu a fazer quase tudo. Preferia ter o trabalho de fazer do que gerir o trabalho dos outros.

Este é o último ano em que vou trabalhar para a editora. Estou naquela fase em já quase nada me interessa, dado que os valores comerciais são sempre sobrevalorizados em detrimento da verdadeira missão que nos leva a escrever manuais escolares.

O tempo é escasso, a pressão é muita e mesmo quando há momentos de alegria comum, tudo parece muito artificial e nada chega....

Lembro-me do tempo em que esta tarefa era mesmo árdua, mas o ambiente de trabalho fantástico, não tínhamos a editora a vigiar cada um dos nossos passos e a determinar o que... e como fazer. Cheguei a um ponto em que me me sinto watched por um Big Brother quase 24 horas por dia!!!


6 comentários:

  1. (risos) Esta coisa de não gostar de trabalhar em grupo contagia, Nunca gostei, o meu marido também não e os meus filhos idem. No tempo em que andava na escola, era eu no grupo que trabalhava mais. No tempo escolar dos meus filhos, nem imagina a irritação!...Enfim!...
    Na maioria dos trabalhos em grupo acontecem muitas confusões e quase não se chega a lado nenhum. Muita conversa inútil ..Só de pensar até me dá coceira! Felizmente ,nas minhas profissões ou foram independentes ou conduzidas de outra forma.Com patrão tinha uma chefe que dava as indicações e trabalhava-se em gabinetes individuais...
    Tem razão! Hoje em dia o poder económico é que manda. Qualquer outro valor é secundário...
    Beijo.

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  2. Mais uma coisa, Madalena, que nos irmana!!
    Gostei da sua forma de reagir à ideia do trabalho em grupo. Hoje estou piursa porque a minha colega inglesa resolveu achar defeitos em tudo o que fiz há tres semanas e que ela hoje teve a bondade de verificar:))

    Não dá mais. Enough is enough!!!

    Mais vale só que mal acompanhados, não é???

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  3. Eu gosto muito de confrontar opiniões. Há um ditado que diz "duas cabeças pensam melhor que uma só". Não gosto é que me imponham um caminho.
    Quanto ao domínio absoluto do poder económico estou totalmente de acordo.

    Um beijo.

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  4. Também gosto de confrontar opiniões , mas não de trabalhar em constante confronto e competição. Cada um de nód até pode ter razão e não se deve sacrificar em relação ao que pensa a maioria. Sou muito individualista, tive uma educação em que partilhávamos tudo, mas havia vida própria, ideias próprias e vontade própria.

    Bjo

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  5. Não só os filhos saem a ti nesse aspeto! Os netos também! Essa ideia de escrever sobre os trabalhos de grupo foi bem engraçada.
    Desta vez concordo em tudo. Realmente estes trabalhos de grupo... Como ainda estou na escola, tenho experiências recentíssimas
    destes horríveis Gruppenarbeiten. Vou dar dois exemplos completamente diferentes. 1) Um dia a professora mandou fazer um trabalho de grupo para estudo do meio e calhou-me o tema primeiros socorros. O meu grupo era de três alunos. Reunímo-nos em casa de um dos meus parceiros e começámos a trabalhar. decidimos fazer uns teatros que ficaram muito engraçados, mas as ideias foram todas minhas, pois os outros dois patetas estavam completamente a engonhar. Quando acabámos eu disse que achava que o trabalho estava muito pobrezinho, mas eles disseram que estava ótimo e foram jogar videojogos. Depois em casa estive a fazer o poster muito bonito com imagens e desenhos. No final a professora deu-nos a nota máxima aos três!
    2) A profesora de alemão mandou-nos escolher um parceiro e decorar um poema. Todos os grupos fizeram posters e disseram o poema (ainda que houvesse algumas falhas). Eu tinha convidado o meu amigo para a minha casa. E ele estava muito interessado no trabalho e participou também imenso. A nossa apresentação final ficou ótima! Em vez de ficarmos parados a dizer o poema fizemos o teatro do poema enquanto o dizíamos. O meu amigo aqui teve a nota que mereceu.
    Por isso é que só de vez em quando não gosto dos trabalhos de grupo, porque muitas vezes me calham as pessoas mais desinteressadas que há.

    Continua com o blogue em cima com temas intressantes,

    Beijo

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    1. Gostei da tua resposta pois viste as duas faces da moeda, o que é bom e o que pode ser menos bom, mas concordas que todos têm de contribuir com o seu esforço para que o trabalho seja bem feito. Não é justo uns receberem boa nota quando se esforçaram menos e os professores deviam fazer-vos pensar no vosso trabalho e reconhecer quem merece a melhor nota. Mas as notas são o menos, o que interessa é sentirmos que fizémos o melhor que podíamos. Também é bom os alunos menos bons verem que podem contribuir para o bem de todos.
      Bjinhos

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