Hoje resolvi dar a chamada volta ao quarteirão para apanhar uma réstea de sol neste dia lindo mas frio e admirar como sempre estas ruas que ladeiam a do Campo Alegre - António Cardoso e Ruben A - ruas de outros tempos, que nos lembram também personalidades carismáticas, como Sophia e seu primo, que ainda conheci na FLUL e cujo filho foi meu aluno no Liceu Pedro Nunes.
Fico sempre a pensar quem terá sonhado nestas casas, como era o dia-dia nesse tempo, o que resta da burguesia do Porto. Cada vez há mais gente a emigrar daqui para a Foz ou para zonas mais protegidas, mas enquanto mantiverem algumas destas casas, teremos a ilusão de que se não perdeu tudo e que a crise não afecta todos.
Há cerca dum mês, abriram a Casa das Artes ao público e voltei lá hoje.O sol já baixo incidia na parte cimeira da casa e iluminava os frescos e as janelas. O lago do lado sul, que nunca tinha visto com água, reflectia tudo o que o rodeia: a casa e as inúmeras árvores - seis ou sete laranjeiras carregadas de frutos - indiferente às folhas que caíam e ficavam a flutuar à tona, numa espécie de paz zen, que durará até chover.
Já me tinha esquecido que as árvores deste jardim eram tão especiais. Datam da mesma época das do Jardim Botânico, mas
parece estarem ali para uma boda, numa sala de visitas atapetada a dourado. Os banquinhos de azulejo rimam na perfeição com este quadro. É um jardim maravilhoso...e fica a 5 minutos a pé da minha casa.
O cinema-estúdio, construído por Souto Moura e galardoado com o Prémio Sécil, permanece e está aberto ao público. O congresso sobre o património começará daqui a dias. Será que tudo vai renascer?
Vim depois à volta pela Rua da Venezuela, já mais urbana e menos residencial, passando pelo BB Gourmet, onde me deliciei com um creme de camarão ( às 4 da tarde) e li o Público, como se fora na biblioteca....
A isto chama-se qualidade de vida. Apesar de, neste mês, me terem espoliado em mais de dois mil euros, só em taxas e IRS. Um verdadeiro roubo.
Mas tudo isso não chega para me tirar a paz e a certeza de que enquanto puder gozar destes pequenos prazeres, sou FELIZ.
Fica aqui um texto sobre a Casa das Artes escrita em 2005, quando ainda se entrava pelo portão do fundo, que depois foi fechado durante este últimos anos. O site tem fotografias lindíssimas do jardim e vale a pena visitar.
Fico sempre a pensar quem terá sonhado nestas casas, como era o dia-dia nesse tempo, o que resta da burguesia do Porto. Cada vez há mais gente a emigrar daqui para a Foz ou para zonas mais protegidas, mas enquanto mantiverem algumas destas casas, teremos a ilusão de que se não perdeu tudo e que a crise não afecta todos.
Há cerca dum mês, abriram a Casa das Artes ao público e voltei lá hoje.O sol já baixo incidia na parte cimeira da casa e iluminava os frescos e as janelas. O lago do lado sul, que nunca tinha visto com água, reflectia tudo o que o rodeia: a casa e as inúmeras árvores - seis ou sete laranjeiras carregadas de frutos - indiferente às folhas que caíam e ficavam a flutuar à tona, numa espécie de paz zen, que durará até chover.
Já me tinha esquecido que as árvores deste jardim eram tão especiais. Datam da mesma época das do Jardim Botânico, mas
parece estarem ali para uma boda, numa sala de visitas atapetada a dourado. Os banquinhos de azulejo rimam na perfeição com este quadro. É um jardim maravilhoso...e fica a 5 minutos a pé da minha casa.
O cinema-estúdio, construído por Souto Moura e galardoado com o Prémio Sécil, permanece e está aberto ao público. O congresso sobre o património começará daqui a dias. Será que tudo vai renascer?
Vim depois à volta pela Rua da Venezuela, já mais urbana e menos residencial, passando pelo BB Gourmet, onde me deliciei com um creme de camarão ( às 4 da tarde) e li o Público, como se fora na biblioteca....
A isto chama-se qualidade de vida. Apesar de, neste mês, me terem espoliado em mais de dois mil euros, só em taxas e IRS. Um verdadeiro roubo.
Mas tudo isso não chega para me tirar a paz e a certeza de que enquanto puder gozar destes pequenos prazeres, sou FELIZ.
Fica aqui um texto sobre a Casa das Artes escrita em 2005, quando ainda se entrava pelo portão do fundo, que depois foi fechado durante este últimos anos. O site tem fotografias lindíssimas do jardim e vale a pena visitar.
A Casa das Artes fica situada na Rua António Cardoso, no seio da que foi, e ainda é, uma das zonas mais selectas do Porto no virar do Século XIX para o XX e onde as mais abastadas e influentes famílias portuenses tinham as suas residências. Entre essas famílias os nomes mais sonantes são os Andresen, os Allen e os Burmester e as casas eram à data Quintas nos arredores do Porto.
A Casa das Artes era pertença dos Allen, que tal como os outros eram grandes interessados em coleccionismo botânico e graças aos quais temos hoje no Porto diversas colecções sem par no panorama português. A casa dos Andresen, a título de curiosidade, é hoje o Jardim Botânico da Faculdade de Ciências do Porto.
Esta casa, foi nos anos 90 pertença da Secretaria de Estado da Cultura, tendo o Souto Moura construído nos terrenos da casa um Centro Cultural premiado em 1992 com o Prémio Secil de Arquitectura.
Nos últimos anos, a SEC saíu do local passando o mesmo para posse da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - Norte, que à boa maneira portuguesa, "tomou posse" e fechou o jardim ao Público.
No entanto, aparentemente, "alguém" abriu o portão das traseiras pois encontra-se aberto e sem vigilância, logo à mercê do vandalismo... A casa, fechada, mostra já sinais evidentes de degradação. O futuro do espaço é portanto uma incógnita o que é uma pena já que tanto a casa como o jardim, conhecido por possuir um dos maiores Tulipeiros (Liriodendron tulipifera) do país são merecedores de uma visita atenta.
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=505451
Sítio mágico, Virgínia. Obrigado.
ResponderEliminarSem duvida...para meditação e recolhimento no meio da cidade.
ResponderEliminarAbº
Não conheço esses belos sítios que tão bem descreve, bem como as belíssimas fotografias que ilustram a sua crónica. Os meus parabéns por este seu trabalho.
ResponderEliminarConheço bem a Casa das Artes, E já lá vi,na sala de cinema, ótimos filmes.
ResponderEliminarPost lindo, como sempre.
Um abraço.
Anónimo: É um local míticodo Porto que infelizmente esteve fechado durante anos. Parece que agora vai rejuvenescer, oxalá!! Obrigada pelo seu comentário!
ResponderEliminarTambém lá vi O Piano aqui e nunca mais me esquecerei.....
Bjo, Graciete.
E que quarteirão!...Lindo!
ResponderEliminarBeijinhos.
Sim, para mim a rua é das mais bonitas do Porto e é pena que metade já tenha prédios, que substituiram casas senhoriais degradadas. Mas também é uma zona muito cara, o IMI aqui é o dobro do que se paga uns kms adiante!! Enfim, paga-se o luxo que não se tem.....
ResponderEliminarBjinhos