Tenho andado a praticar a meditação já há alguns dias - apenas uns 15m por dia - pois li em várias fontes que é um modo de chegar à paz interior e de nos sentirmos melhor.
A minha filha pratica-a regularmente e nunca falha. Já me explicou como faz para expulsar da mente todos os pensamentos e concentrar-se num foco apenas.
Hoje descobri que tenho dois sítios na casa onde posso facilmente meditar: na minha varanda, sentada na espreguiçadeira, olhando o céu. No meu atelier, sentada na cadeira de secretária, contemplando as árvores e o céu em frente.
Hoje olhei para o céu durante uns minutos largos. As nuvens muito baixas deslizavam suavemente ao sabor do vento de oeste, da esquerda para a direita, acotovelando-se ao de leve. Por vezes um farrapo soltava-se e lá seguia na mesma direcção atrás dos outros flocos como se de um rebanho se tratasse. Também havia farrapos que se fundiam uns nos outros, como um casal em pleno acto de amor.
Jactos cruzavam os céus a uma velocidade vertiginosa, preparando-se para aterrar. Gaivotas - poucas - faziam os seus võos rasantes em liberdade.
Não pensei em nada enquanto olhava os céus. Só senti bem estar e paz. Nem o barulho dos carros me incomodava, não os ouvia...a minha mente estava completamente ausente.....
A meditação costuma ser definida das seguintes maneiras:
- um estado que é vivenciado quando a mente se torna vazia e sem pensamentos;
- prática de focar a mente em um único objeto (por exemplo: em uma estátua religiosa, na própria respiração, em um mantra);
- uma abertura mental para o divino, invocando a orientação de um poder mais alto.
Eu nunca conseguiria atingir esse estado que leva à meditação. Tenho a minha mente sempre cheia de pensamentos que me angustiam que só se esbatem quando acontecem coisas felizes. E então aí deixo-me tomar por elas, esquecendo um pouco as angústias. Isto não quer dizer que me deixe abater pelos maus momentos. Sigo em frente procurando sempre ultrapassá-los. Mas eles lá estão, acompanhando-me em momentos de solidão. Apesar disso acho que deve ser bom libertar a mente de todas as emoções durante algum tempo para repousar o pensamento e dar mais oportunidades à ação.
ResponderEliminarUm beijo.
Também me custa um bocado, mas acredito que com esforço consiga chegar ao que pretendo. O que preciso é de ver algo bonito, o céu com nuvens é fantástico ou então um aquário com peixes, que gostaria de ter.
ResponderEliminarHoje vi um filme bom : O Diplomata, sobre a destruição iminente de Paris pelos nazis em 1944. Muito interessante.
Bom resto de Domingo!
Olá, Virgínia!
ResponderEliminarPor mais que queira não sei meditar. Aprendi com um mestre de Yoga algumas bases, mas vi que aquilo estava a tornar-se um fardo e desisti. Dizem que rezar o terço é uma forma de meditação. Para mim também não serve, mas se me obrigassem a fazê-lo os meus pensamentos já estavam noutra dimensão. Não sei! Quando encontrar a sua fórmula faça o favor de nos transmitir!...
Não sei se consigo meditar, mas consigo abstrair-me do essencial e limitar-me a contemplar...aliás se estiver a ouvir música com auriculares, praticamente não penso em nada, só oiço a música.
ResponderEliminarGostava de saber mais, sou capaz de ir a aulas de reiki, aqui por baixo da minha casa....
Bjinho
Hoje arrumei a roupa de Inverno e etc e tal. Este trabalho fez-me distrair um pouco e até a relaxar ...Talvez seja o começo de entender a meditação. Ora bem!...Ultimamente os meus dias não têm sido dos mais ligeiros . As doenças incomodam-me . Dessa vez foi o meu marido. Nada de complicado e já está a melhorar. mas é difícil viver os momentos sofridos...Por isso, quando tenho oportunidade de agarrar a vida olho sempre em frente!...Dias melhores virão! Bj
ResponderEliminarSabe, Madalena, só compreendemos o valor da vida, da saúde e da paz quando adoecemos ou alguém da nossa família adoece. Aí entramos num período complicado e só queremos que ele acabe. Lembro-me que me acontecia isso com as doenças do meu ex- e dos meus filhos, pois eu raras vezes adoecia e curava tudo com comprimidos que nunca regateei. Ainda agora tomo brufen sempre que as dores dos joelhos me apoquentam, acho que para isso é que servem os medicamentos. Também tento agarrar a vida, mas nunca tive feitio para o social, detesto estar constantemente a ver pessoas e a conversar ou mesmo a aturá-las. Sou bich do mato, prefiro o sossego e o silêncio, embora converse com a minha fisioterapeuta ou empregada doméstica, sem qualquer problema.
ResponderEliminarBoa semana e as melhoras.
Deixo-te um poema da Fernanda de Castro:
ResponderEliminarMeditação
Às vezes, quando a noite vem caindo,
Tranquilamente, sossegadamente,
Encosto-me à janela e vou seguindo
A curva melancólica do Poente.
Não quero a luz acesa. Na penumbra,
Pensa-se mais e pensa-se melhor.
A luz magoa os olhos e deslumbra,
E eu quero ver em mim, ó meu amor!
Para fazer exame de consciência
Quero silêncio, paz, recolhimento
Pois só assim, durante a tua ausência,
Consigo libertar o pensamento.
Procuro então aniquilar em mim,
A nefasta influência que domina
Os meus nervos cansados; mas por fim,
Reconheço que amar-te é minha sina.
Longe de ti atrevo-me a pensar
Nesse estranho rigor que me acorrenta:
E tenho a sensação do alto mar,
Numa noite selvagem de tormenta.
Tens no olhar magias de profeta
Que sabe ler no céu, no mar, nas brasas...
Adivinhas... Serei a borboleta
Que vendo a luz deixa queimar as asas.
No entanto — vê lá tu!— Eu não lamento
Esta vontade que se impõe à minha...
Nem me revolto... cedo ao encantamento...
— Escrava que não soube ser Rainha!
Fernanda de Castro, in "Antemanhã"
Lindíssimo poema....será que ainda existem amores assim? I wonder....
ResponderEliminarObrigada, adoro ver-te aqui!