Ausência do blogue.
Cansaço, fastio, tédio e outras palavras que não são muito abonatórias para os blogues em geral. Sobretudo os que discutem política.
Há alturas em que penso fechar o meu, certa que estou de que já não consigo acrescentar muito ao que já escrevo desde 2009. Mas depois isto funciona como um diário e é útil para recordar o que já passou. Sobretudo quando viajo, tenho uma ânsia enorme de partilhar tudo o que vejo e sinto.
Neste momento estou mais centrada nas minhas leituras. Acabei de ler os três livros sobre Etty Hilleman, por sugestão da minha leitora Miss Smile. Impressionaram-me muitíssimo e duvido que tão depressa consiga sentir o mesmo ao ler outros livros.
Habituei-me ao Kindle e confesso que é uma tentação comprar livros através da Amazon.com.
Só esta semana e por sugestão dos livros que citei, comprei as Cartas a um Jovem Poeta por 50 cêntimos e os Poemas de Rainer Maria Rilke em inglês-alemão por 13 dólares. Uma pechincha. Já comecei a ler a biografia do escritor, que tanto influenciou as mentes no seculo XX.
Descobri também as obras completas de vários escritores clássicos, cujas obras tive de ler e estudar na FLUL. Comprei as de Goethe por 2$50, o que é inacreditável.
Isso significa que posso andar com 350 obras do genial poeta e dramaturgo na minha carteira e lê-lo na Foz, nos autocarros, no Botânico, no café, nas consultas, onde quer que me apeteça. A letra é grande, a luminosidade boa, podem-se marcar as páginas, ando encantada. Já me cansava levar calhamaços na carteira, de modo que já só comprava livros de bolso, portáteis.
Há quem diga que ler no écran cansa a vista. A mim, cansam-me mais os livros com uma letra minúscula, como os Penguin ou os de bolso. No iPad posso regular a letra conforme desejo e colocá.lo na posição que me dá jeito, em cima duma almofada, na vertical, na horizontal...
Voltei a ler...e muito. Comecei com livros que deram filmes, como o Alice e o You are not you ( filme sobre a doença degenerativa dos neurónios). Depois, enveredei por algo mais leve, policiais de que foi extraída a série Vera, que transmitem no Fox Crime, e me tem apaixonado ( inglês, sério e comovente).
Acabo esta diatribe sobre livros com um poema de Goethe, em português, em alemão e numa tradução belíssima da Paulo Quintela, o seu tradutor mais conceituado. Também podem ouvir a canção de Schubert, inspirada por este poema.
Acompanho tudo com uma colagem que fiz de fotos do Alto Douro Vinhateiro, agora que é a época das vindimas e a região se enfeita com as cores do outono.
Cansaço, fastio, tédio e outras palavras que não são muito abonatórias para os blogues em geral. Sobretudo os que discutem política.
Há alturas em que penso fechar o meu, certa que estou de que já não consigo acrescentar muito ao que já escrevo desde 2009. Mas depois isto funciona como um diário e é útil para recordar o que já passou. Sobretudo quando viajo, tenho uma ânsia enorme de partilhar tudo o que vejo e sinto.
Neste momento estou mais centrada nas minhas leituras. Acabei de ler os três livros sobre Etty Hilleman, por sugestão da minha leitora Miss Smile. Impressionaram-me muitíssimo e duvido que tão depressa consiga sentir o mesmo ao ler outros livros.
Habituei-me ao Kindle e confesso que é uma tentação comprar livros através da Amazon.com.
Só esta semana e por sugestão dos livros que citei, comprei as Cartas a um Jovem Poeta por 50 cêntimos e os Poemas de Rainer Maria Rilke em inglês-alemão por 13 dólares. Uma pechincha. Já comecei a ler a biografia do escritor, que tanto influenciou as mentes no seculo XX.
Descobri também as obras completas de vários escritores clássicos, cujas obras tive de ler e estudar na FLUL. Comprei as de Goethe por 2$50, o que é inacreditável.
Isso significa que posso andar com 350 obras do genial poeta e dramaturgo na minha carteira e lê-lo na Foz, nos autocarros, no Botânico, no café, nas consultas, onde quer que me apeteça. A letra é grande, a luminosidade boa, podem-se marcar as páginas, ando encantada. Já me cansava levar calhamaços na carteira, de modo que já só comprava livros de bolso, portáteis.
Há quem diga que ler no écran cansa a vista. A mim, cansam-me mais os livros com uma letra minúscula, como os Penguin ou os de bolso. No iPad posso regular a letra conforme desejo e colocá.lo na posição que me dá jeito, em cima duma almofada, na vertical, na horizontal...
Voltei a ler...e muito. Comecei com livros que deram filmes, como o Alice e o You are not you ( filme sobre a doença degenerativa dos neurónios). Depois, enveredei por algo mais leve, policiais de que foi extraída a série Vera, que transmitem no Fox Crime, e me tem apaixonado ( inglês, sério e comovente).
Acabo esta diatribe sobre livros com um poema de Goethe, em português, em alemão e numa tradução belíssima da Paulo Quintela, o seu tradutor mais conceituado. Também podem ouvir a canção de Schubert, inspirada por este poema.
Acompanho tudo com uma colagem que fiz de fotos do Alto Douro Vinhateiro, agora que é a época das vindimas e a região se enfeita com as cores do outono.
Canto dos Espíritos sobre as Águas
A alma do homem
É como a água:
Do céu vem,
Ao céu sobe,
E de novo tem
Que descer à terra,
Em mudança eterna.
Corre do alto
Rochedo a pino
O veio puro,
Então em belo
Pó de ondas de névoa
Desce à rocha liza,
E acolhido de manso
Vai, tudo velando,
Em baixo murmúrio,
Lá para as profundas.
Erguem-se penhascos
De encontro à queda,
— Vai, 'spúmando em raiva,
Degrau em degrau
Para o abismo.
No leito baixo
Desliza ao longo do vale relvado,
E no lago manso
Pascem seu rosto
Os astros todos.
Vento é da vaga
O belo amante;
Vento mistura do fundo ao cimo
Ondas 'spumantes.
Alma do Homem,
És bem como a água!
Destino do homem,
És bem como o vento!
Johann Wolfgang von Goethe, in "Poemas"
Tradução de Paulo Quintela
É como a água:
Do céu vem,
Ao céu sobe,
E de novo tem
Que descer à terra,
Em mudança eterna.
Corre do alto
Rochedo a pino
O veio puro,
Então em belo
Pó de ondas de névoa
Desce à rocha liza,
E acolhido de manso
Vai, tudo velando,
Em baixo murmúrio,
Lá para as profundas.
Erguem-se penhascos
De encontro à queda,
— Vai, 'spúmando em raiva,
Degrau em degrau
Para o abismo.
No leito baixo
Desliza ao longo do vale relvado,
E no lago manso
Pascem seu rosto
Os astros todos.
Vento é da vaga
O belo amante;
Vento mistura do fundo ao cimo
Ondas 'spumantes.
Alma do Homem,
És bem como a água!
Destino do homem,
És bem como o vento!
Johann Wolfgang von Goethe, in "Poemas"
Tradução de Paulo Quintela
Gesang der Geister über den Wassern
Des Menschen Seele Gleicht dem Wasser: Vom Himmel kommt es, Zum Himmel steigt es, Und wieder nieder Zur Erde muß es, Ewig wechselnd. Strömt von der hohen, Steilen Felswand Der reine Strahl, Dann stäubt er lieblich In Wolkenwellen Zum glatten Fels, Und leicht empfangen Wallt er verschleiernd, Leisrauschend Zur Tiefe nieder. Ragen Klippen Dem Sturz entgegen, Schäumt er unmutig Stufenweise Zum Abgrund. Im flachen Bette Schleicht er das Wiesental hin, Und in dem glatten See Weiden ihr Antlitz Alle Gestirne. Wind ist der Welle Lieblicher Buhler; Wind mischt vom Grund aus Schäumende Wogen. Seele des Menschen, Wie gleichst du dem Wasser! Schicksal des Menschen, Wie gleichst du dem Wind! |
(1779)
O 'Vera' é muito bom, Virgínia. Estou agarrado.
ResponderEliminarBoas leituras!
Também gosto imenso. É tão inglês e o ambiente tão cativante...há muito tempo que não me sentia assim atraída por uma série, cansei-me de Downton Abbey e as americanas são irritantes (!). Pena é que acabe na 5ª temporada....
ResponderEliminarIgualmente!