sábado, 12 de setembro de 2015

Fim de semana em beleza

Literalmente. Humana e espiritualmente.

Começou na 6ª com uma ida colectiva ao Palácio de Cristal, à Feira do Livro, com os meus netos e filha. Estava uma bela tarde e a feira estava vazia. Sem ninguém.
Eram 3 da tarde, compreende-se. Mas faz pena, pois o sitio é idílico, conheci muitas feiras do livro em Lisboa nos mais diversos locais e aqui no Porto, onde variaram também, mas esta avenida das tílias é mesmo o ideal para se ver livros e admirar a beleza do parque.

Os miúdos escolheram rapidamente os livros que queriam. Paradoxalmente, o de nove anos apaixonou-se pelas Viagens de Gulliver, um calhamaço sem gravuras e não quis outra coisa.
O mais velho comprou dois livros duma colecção que ele adora. Já leu 12 dessa colecção. O mais pequenito, como ainda não sabe ler, estava com alguma dificuldade, mas encontrei em livro do dia  uma joia dos "Peanuts" , um livro em 3 dimensões,  que fará o encanto de qualquer criança. Só custou 5 euros!! Para mim, só comprei um livro que andava a namorar há tempos : Um Porto de Árvores", da Campo Aberto, com fotografias lindíssimas de algumas árvores que conheço bem, outras menos.

Depois, os meninos quiseram comer um gelado e ir brincar para o parque infantil que é excelente. É um dos sítios mais bem arquitectados para crianças aqui no Porto. Já há muitos anos que lá vou com eles e mesmo os mais velhos gostam, pois os aparelhos são muito sofisticados e permitem verdadeiro desafio. Os bancos à volta ajudam os "velhotes" a descansar as pernas enquanto vigiam a pequenada. Esteve-se bem e eles vieram felizes, embora estivessem muito cansados depois duma manhã de colégio bastante exigente.

Hoje acordei com vontade de ir até ao mar. A princípio, achei que não tinha coragem, pois doía-me imenso a tendinite e a ideia de ir de autocarro e andar a pé não me animava. Mas enchi-me de coragem, tomei um brufen e abalei com a minha filha. Na paragem em frente ao Botânico admirei mais uma vez as árvores maravilhosas que se erguem mesmo em frente. O que seria de nós sem árvores?


O mar estava encapelado, mas havia bastante gente na praia e a temperatura estava ideal, quente mas não demais, sem vento, apenas uma brisa serena que soprava de oeste, nuvens altas e benfazejas, um ambiente excepcional. Estar ali três horas é um bálsamo para a alma.
Só consigo ouvir música e tirar fotografias, ler custa-me pois há demasiada luz ao sol. Um patusco lia numa posição verdadeiramente engraçada...um pescador insistia em lançar a sua linha do cimo das rochas, ao longe viam-se as silhuetas das pessoas no molhe do farolim de Felgueiras, que, imperial, focaliza todas as atenções dos passeantes. 

A maré começou a encher e as ondas a subir de tal modo que batiam com estrondo nas rochas mesmo em frente e salpicavam-nos  levemente.

Só foi pena termos de esperar 3/4 de hora pelo autocarro 204. Felizmente arranjei lugar num banco do jardim, que fica junto à paragem, pois custa muito menos esperar. Vinham muitas pessoas irritadas pois aos fins de semana há pouquíssimos autocarros e a maioria das pessoas são de idade. Um revisor, admoestado por mim sobre o atraso no horário, encolheu os ombros e disse não saber de nada.É assim o civismo destes funcionários públicos....

O que vale é que depois dumas horas de verdadeiro êxtase diante deste mar que nos aconchega aqui no Porto, nada nos pode apoquentar!

2 comentários:

  1. E o seu itinerário aconchegou-me também o coração. As pessoas, a arte e a natureza dão-nos alento e proporcionam-nos consolo. Ainda bem que aproveitou o sol do início do fim de semana, pois este domingo está cinzento e chuvoso, anunciando a chegada antecipada do outono. Vou agora fazer um chá que é o que me está mesmo a apetecer :)

    Um beijinho e a continuação de um bom domingo

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  2. É bom estar em sintonia com o mundo à volta , mas também com que nos lê na blogosfera. Não pretendo encantar com as minha entradas, mas suavizar por vezes, o quotidiano de pessoas cuja distracção é ver telejornais cheios de desgraças. O mundo mediático está cada vez mais desumano.

    Bom chazinho!

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