sexta-feira, 14 de julho de 2017

A procura do Infinito


Escrito no meu tm, no Jardim Botânico:

Aqui estou mais uma vez, neste local sagrado, onde o tempo parou.
Oiço vozes de crianças lá ao longe, o ruído da VCI à distância.


Nada mais. 
Hoje não há pássaros. Fugiram ao calor estival.

Os malmequeres estão lindos na sua singeleza branca. É uma das minhas flores
preferidas.

O nó na garganta que há meses se instalou em mim, vai-se atenuando com o esforço que venho fazendo para me convencer de que só tenho mais alguns anos para viver e esses serão os únicos, os últimos. Quero viver para mim, espalhar alegria, abstrair-me do que é doloroso, feio e cruel.


Estou rodeada de beleza em pequenos detalhes: as pétalas imaculadas dos malmequeres, o azul lilás das hortências, a candura rosada dos nenúfares em fim de gestação, os reflexos magenta da buganvília, a tremelicar na água do lago, o esplendor das dálias redobradas, os troncos cortados em formas e cores multifacetadas, os cambiantes de verdes, claros-escuros a tapar o sol brilhante, os matizes dos líquenes presos à pedra húmida, os papiros doirados sobre as folhas espalmadas dos nenufares...



Um bando de teenagers entra por aqui na galhofa. Nem ouvem o que o professor explica sobre os papiros,


estão-se nas tintas, queriam ir para a praia...

Porque será que somos tão estúpidos aos 15 anos...?

Ou será que só apreciamos o Belo quando sabemos que ele vai acabar?


                               





4 comentários:

  1. Que imagens lindas!


    um beijinho e um bom Domingo

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  2. Obrigada, Gaby.

    São realmente lindas...e há muitas mais neste belo jardim. Bjinho

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  3. As fotos são de facto muito lindas. A dos malmequeres nem se fala!
    São das minhas flores preferidas. Tanto que o meu ramo de casamento, feito por mim, foi todo com malqueres comprados de manhãzinha no Mercado do Bolhão 💚
    Bjs

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  4. Gostares de malmequeres só prova o teu bom gosto. A simplicidade duma flor é algo de intangível. E o malmequer é perfeito. Bjinho.

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