Compreendo o que Adão e Eva devem ter sentido quando foram expulsos do paraíso.
Senti o mesmo quando me despedi do chauffeur de taxi que nos tinha acompanhado nos 4 dias, e peguei nas malas para me dirigir ao check-in. Apetecia-me gritar, apetecia-me ficar, não queria meter-me num avião durante duas horas e nem sequer voltar já para o Porto. O aeroporto estava desértico, ainda era muito cedo e puz-me a ler os poemas do livro que comprara para prolongar um pouco mais a sensação de pertença a um dos lugares mais belos que conheci na terra.
Ontem foi um dia excepcional, saímos pelas 9 horas em direção à Lagoa do Fogo, passando pela Ribeira Grande, sempre por estradas secundárias, lindíssimas, com as árvores em folha recém-nascida, plátanos e plátanos verdejantes, arbustos e vegetação a condizer numa paleta de verdes difíceis de pintar. Em todo o lado só apetece sair do carro e respirar aquele ar lavado dos campos, já tão difícil de encontrar nas cidades.
A Lagoa do Fogo estava envolta em nevoeiro que de vez em quando se dissipava e deixava entrever a água prateada e funda ou os retalhos esverdeados esmeralda. A vegetação era ocre e laranja em tons completamente diferentes daqueles que vira momentos antes, uma paisagem quase marciana, lembrando o filme Guerra das Estrelas, que foi filmado na Tunísia, onde estive há uns anos. Estivémos ali durante meia hora, estava um ar gélido, fantasmagórico e irreal.
Tínhamos de voltar à civilização, mas o contraste era tremendo.
Fomos para as Furnas, onde seguimos o ritual : ver os buracos, onde se faz o cozido, observar como se tiram as panelas depois de seis horas de cozedura, admirar a lagoa banhada pelo sol pleno que ali não regateava generosidade.
Estava calor, um dia de quase verão. O cozido não desmereceu, servido num restaurante regional, muito bonito, acompanhado dum vinho de Borba - um dos meus preferidos.
Depois démos uma volta inteira pelo sueste da ilha, vendo as praias, que ainda não tínhamos contemplado de perto e a cidade de Vila Franca do Campo com a sua ermida a Nossa Sra da Paz,
local onde mesmo quem não é, se sente religioso. As praias desertas com a sua areia negra são diferentes e menos apetecíveis que as de Porto Santo, uma das praias mais belas que conheço.
Foi o dia da despedida, o nosso amigo motorista Luis estava melancólico, também ele deveria estar a pensar que nunca mais nos ia ver.....
e quem sabe?
pode ser que ainda um dia nos voltemos a encontrar....no Paraíso.
Senti o mesmo quando me despedi do chauffeur de taxi que nos tinha acompanhado nos 4 dias, e peguei nas malas para me dirigir ao check-in. Apetecia-me gritar, apetecia-me ficar, não queria meter-me num avião durante duas horas e nem sequer voltar já para o Porto. O aeroporto estava desértico, ainda era muito cedo e puz-me a ler os poemas do livro que comprara para prolongar um pouco mais a sensação de pertença a um dos lugares mais belos que conheci na terra.
Ontem foi um dia excepcional, saímos pelas 9 horas em direção à Lagoa do Fogo, passando pela Ribeira Grande, sempre por estradas secundárias, lindíssimas, com as árvores em folha recém-nascida, plátanos e plátanos verdejantes, arbustos e vegetação a condizer numa paleta de verdes difíceis de pintar. Em todo o lado só apetece sair do carro e respirar aquele ar lavado dos campos, já tão difícil de encontrar nas cidades.
A Lagoa do Fogo estava envolta em nevoeiro que de vez em quando se dissipava e deixava entrever a água prateada e funda ou os retalhos esverdeados esmeralda. A vegetação era ocre e laranja em tons completamente diferentes daqueles que vira momentos antes, uma paisagem quase marciana, lembrando o filme Guerra das Estrelas, que foi filmado na Tunísia, onde estive há uns anos. Estivémos ali durante meia hora, estava um ar gélido, fantasmagórico e irreal.
Tínhamos de voltar à civilização, mas o contraste era tremendo.
Fomos para as Furnas, onde seguimos o ritual : ver os buracos, onde se faz o cozido, observar como se tiram as panelas depois de seis horas de cozedura, admirar a lagoa banhada pelo sol pleno que ali não regateava generosidade.
Estava calor, um dia de quase verão. O cozido não desmereceu, servido num restaurante regional, muito bonito, acompanhado dum vinho de Borba - um dos meus preferidos.
Depois démos uma volta inteira pelo sueste da ilha, vendo as praias, que ainda não tínhamos contemplado de perto e a cidade de Vila Franca do Campo com a sua ermida a Nossa Sra da Paz,
local onde mesmo quem não é, se sente religioso. As praias desertas com a sua areia negra são diferentes e menos apetecíveis que as de Porto Santo, uma das praias mais belas que conheço.
Foi o dia da despedida, o nosso amigo motorista Luis estava melancólico, também ele deveria estar a pensar que nunca mais nos ia ver.....
e quem sabe?
pode ser que ainda um dia nos voltemos a encontrar....no Paraíso.
Chegou a avistar do outro lado da Lagoa das Furnas a tal capela que lhe falei? Gostou da comida no geral? Foi a Nordeste, Achada, Caldeira Velha, Chá Gorreana? Sabe que na Lagoa do Fogo, lá em baixo, a temperatura é quentinha, mas é penoso descer e subir. E o Ilhéu de Vila Franca do Campo não tinha barco?
ResponderEliminarEnfim, depois falamos melhor...
(Já vi que encontrou um Adão no Paraíso :))) Eu também avistei muitas Evas... :)
Beijo,
Açores,um paraíso. Com ou sem Adão ou Eva, tudo é beleza. E as suas fotografias e descrição são muito boas.
ResponderEliminarUm beijo.
Sim, meu Amigo, vi o Nordestes durante seis horas de passeio e fiquei embasbacada diante da beleza dos montes, das estradas ( nunca vi estradas tão lindas, as árvores estavam todas em folha verde clara, contrastando com os arbustos mais escuros, vi as plantações de chá e bebi um chazinho verde - tb comprei chá em saquinhos deliciosos - não vi capela ao pé das furnas, só a Ermida da Senhora da Paz - .
ResponderEliminarNão havia barcos de espécie nenhuma, nem para as baleias, o mar estava encapelado demais e era perigoso.
Mas vi tanta coisa, Paulo...enchi os olhos e o problema é que não me consolo de ter voltado.
Mas hoje tirei fotos à cerejeira do Colégio para te mandar e prova.!
Bjo
Sim, a "capela" que lhe falo é a tal ermida da Senhora da Paz. É necessário 5 dias para ver bem S. Miguel a tempo inteiro (que sei que não pôde ser o caso). Enfim, eu sei que vai lá voltar... :)
ResponderEliminarBjos
Juro que quando leio e vejo tudo isto me apetece meter-me num avião e encher-me deste silêncio e desta paz. Fico com mais vontade de ir aos Açores...
ResponderEliminarBeijinho