A concha
A minha casa é concha. Como os bichos
Segreguei-a de mim com paciência:
Fechada de marés, a sonhos e a lixos,
O horto e os muros só areia e ausência.
Minha casa sou eu e os meus caprichos.
O orgulho carregado de inocência
Se às vezes dá uma varanda, vence-a
O sal que os santos esboroou nos nichos.
E telhadosa de vidro, e escadarias
Frágeis, cobertas de hera, oh bronze falso!
Lareira aberta pelo vento, as salas frias.
A minha casa... Mas é outra a história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço,
Sentado numa pedra de memória.
Vitorino Nemésio
Lindo Poema. Lindas fotografias.
ResponderEliminarUm abraço.
Muito bonito!
ResponderEliminarBeijinho
Esta parte da ilha é um verdadeiro poema à Primavera, à Natureza, à virgindade....
ResponderEliminarFiquei lá, morri um pouco, mas renasci na certeza de lá posso voltar. Como ao Yorkshire, que reprimo na minha memória, com medo de me magoar.
Bem hajam por estarem aqui....
Bjos
Isso do Nordeste ser o concelho mais bonito da ilha, dava pano para mangas... mas como tudo é fantástico, não interessa muito a comparação ou o grau.
ResponderEliminar(Poema muito bem ilustrado!)
Bjos,
Talvez porque andámos lá seis horas - e o tempo estava especial, com a Primavera a brotar por todos os poros, fiquei apaixonada pela paisagem, os miradouros, o ambiente, as cascatas.....mas como bem dizes, tudo é fantástico, Paulo....ainda não me refiz do regresso.
ResponderEliminarHoje comprei o Mau tempo no Canal por 7 euros na Leitura e vou relê-lo à noite , sem óculos , mas com saudades do meu prof, da minha juventude e da terra onde nasceu.