É bom ver gente feliz, embora haja quem diga que gente feliz não tem história.
Hoje todo o mundo saiu para a rua não para ver a banda passar, mas para saudar o astro-rei que nos iluminou o dia, após tantas semanas de desespero...
Em Matosinhos, havia gente "a dar com um pau", mas conseguimos sentar-nos na esplanada, ser servidos rapidamente e estar no meio dum enxame de gente, sem pruridos nem mal estar. Gente feliz é mais civilizada e a gente nova agora já se porta melhor:)
A praia estava linda luminosa, com aquela réstea de neblina que caracteriza as praias do Norte. Havia barcos è vela, ao longe, famílias inteiras com os seus bébés, cães, skates, bicicletas, trotinetas e carrinhos de bébé.
Não se estava mal, mas gosto mais da praia dos ingleses, onde me sinto em casa. Aqui há demasiado bulício, vozes, ladrares, o mar está mais longe. Há demasiada interferência entre mim e as ondas.
Mas ali fica a saída para o parque da cidade, que hoje parecia mesmo o Eden, aquele de que se
fala no Génesis. Verdes sem igual, aroma de flores, erva molhada, rosmaninho mesclados da maresia que ainda chega ali. Gente feliz, rindo, correndo, picnicando, namorando, dormindo a abençoada sesta, pais com crianças às cavalitas, meninos birrentos, cães agarrados às trelas, patos voando e grasnando, um caleidoscópio de sensações indescritíveis.
Deitei-me na erva húmida e estive meia hora a olhar para o céu
através das folhas duma árvore que nos dava alguma sombra. A minha filha fazia meditação sentada com os braços pousados nos joelhos.
A felicidade estava ali à mão. Que é das catástrofes, das mortes, dos acidentes, das crises e das assombrações?
Hoje todo o mundo saiu para a rua não para ver a banda passar, mas para saudar o astro-rei que nos iluminou o dia, após tantas semanas de desespero...
Em Matosinhos, havia gente "a dar com um pau", mas conseguimos sentar-nos na esplanada, ser servidos rapidamente e estar no meio dum enxame de gente, sem pruridos nem mal estar. Gente feliz é mais civilizada e a gente nova agora já se porta melhor:)
A praia estava linda luminosa, com aquela réstea de neblina que caracteriza as praias do Norte. Havia barcos è vela, ao longe, famílias inteiras com os seus bébés, cães, skates, bicicletas, trotinetas e carrinhos de bébé.
Não se estava mal, mas gosto mais da praia dos ingleses, onde me sinto em casa. Aqui há demasiado bulício, vozes, ladrares, o mar está mais longe. Há demasiada interferência entre mim e as ondas.
Mas ali fica a saída para o parque da cidade, que hoje parecia mesmo o Eden, aquele de que se
fala no Génesis. Verdes sem igual, aroma de flores, erva molhada, rosmaninho mesclados da maresia que ainda chega ali. Gente feliz, rindo, correndo, picnicando, namorando, dormindo a abençoada sesta, pais com crianças às cavalitas, meninos birrentos, cães agarrados às trelas, patos voando e grasnando, um caleidoscópio de sensações indescritíveis.
Deitei-me na erva húmida e estive meia hora a olhar para o céu
através das folhas duma árvore que nos dava alguma sombra. A minha filha fazia meditação sentada com os braços pousados nos joelhos.
A felicidade estava ali à mão. Que é das catástrofes, das mortes, dos acidentes, das crises e das assombrações?
Gente feliz sem lágrimas....Laus Deo!
O problema é que há cada vez mais gente infeliz com lágrimas!!!!
ResponderEliminarMas ainda bem que ainda há a possibilidade de se ser feliz!!!!!Fico bem contente com isso.
Um abraço, Virgínia.
Não generalize, Graciete. Nem todos sofrem assim tanto.
EliminarSe os estádios estão cheios, os concertos ao ar livre idem, as esplanadas regurgitam, o parque repleto de famílias , é porque ainda há laguma felicidade nesta cidade. Quanto a mim, os media passam o tempo a salientar a miséria e a vender sensacionalismo em vez de mostrar que o povo é capaz de aguentar alguma privação para que as coisas melhorem. Na Irlanda, na Grécia, na Espanha também há desemprego e dificuldades, mas eles próprios dizem que os jornais e TV exageram.
Boa semana!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAqui pelo sul esteve também um fim de semana fantástico e toda a gente saiu à rua em ambiente de festa e de alegria. No Chiado, no Sábado à tarde, por exemplo, quase não se conseguia andar; e até a Av. da Liberdade, normalmente mais pacata, estava cheia de gente nas esplanadas, a passear, a aproveitar o sol. Diz quem lá esteve (não foi o meu caso, que ainda não me estreei este ano)que a praia também esteve muito boa...
ResponderEliminar(Gostei muito particularmente da descrição que faz do Parque da Cidade em tom poético e impressionista ;)
Beijinho e boa semana
Isabel
(P.S. - Tive que eliminar o comentário anterior, que aparecia repetido três vezes, vá lá saber-se porquê...)
Também reparei pelo mail que recebi e pensei que a Isabel tinha bebido uns copitos a mais :)))) ( Just kidding!!
ResponderEliminarObrigada por ter lido este post, ele é muito optimista, talvez demasiado pessoal, mas as minhas alegrias são sempre extravasadas para o blogue, não gosto tanto de escrever sobre os meus dramas, mesmo quando os tenho.
De vez em quando adoro estar no meio da multidão anónima e verifico que estou muito menos elitista do que era...
Na praia não havia ainda niguém, talvez porque o mar estava bastante bravo e aqui já morreram várias pessoas em dias de verão. Mas sentadas nos degraus junto ao mar, nas esplanadas e no parque, viam-se muitos jovens ( Matosinhos é uma zona jovem, onde moram muitos casais novos, embora as casas sejam caras. No Porto cada vez há menos, embora se vejam muitos estudantes estrangeiros que vêm fazer Erasmus.
Boa semana!!
Vou aproveitar este seu excelente e positivo post, para lhe fazer uma pergunta: aquele edifício de vidro entre a Foz e Matosinhos era inicialmente para ser exactamente o quê? É que para mim continua um mamarracho...
ResponderEliminarBjos!
Infelizmente o mamarracho é e continuará a se uma coisa em forma de assim, como diria o Alexandre O'Neill!! Era para ser algo cultural, vivo , com galerias e restaurantes, mas acaba por ser um bloco de betão, muito feio e sujo por dentro, com restaurantes - alguns chiques como o Real Indiana e outro também excelente com vistas colossais para a praia - e esplanadas seguidas, tipo docas, onde se está a 100m da praia. Tudo muito proletário, co os surfistas à mistura. Não é sítio que aconselhe, embora esteja a dois passos do parque da cidade, que acaba ali mesmo.
ResponderEliminarBjo
A ser, claro!!
ResponderEliminarIsto era o que se pretendia, pelos visto depois da requalificação:
ResponderEliminarO piso da praia terá sete restaurantes, de comida rápida e leve, e um bar-discoteca. O piso 0, ao nível da rua, será constituído por nove lojas, um spa, enquanto o piso 1 destina-se à cultura, eventos e multimédia. Finalmente, o último piso terá três restaurantes temáticos (um indiano, uma cervejaria e outro ainda em processo de selecção).
Bjo
Deitar-me na relva na Primavera, é das coisas que mais me relaxa. Talvez também por ter direito a poucos momentos desses. Quando posso sentar-me, levar um livro e ter uma hora que seja, sabe-me pela vida. Ainda mais com uns raios de sol morno.
ResponderEliminarBeijinhos.
Embora pareça cliché,não me canso de afirmar que há prazeres na vida que não custam nada - zero - mas que a vida apressada dos tempo que correm quase que nos proíbem de gozar.
ResponderEliminarAntes de me aposentar, trabalhava tanto que passavam-se meses sem ir à Foz, que fica na cidade, relativamente perto de casa. Só depois percebi como tinha perdido horas de puro prazer natural....
Obrigada por aqui vir. Bjo