Nada sabia sobre o chá dos Açores....como provavelmente a maioria das pessoas que lá não foram. Resolvi , portanto, pôr aqui um texto um pouco longo extraído do site assinalado, que conta a história completa desta preciosidade de S. Miguel, que anda por todo o mundo e que nós, portugueses, quase ignoramos.
Visitei-a em dia feriado pelo que não vi as máquinas a trabalhar, mas estava vazio e podia-se lá ficar tempos infindos, fazer perguntas, comprar saquinhos e saquinhos e contemplar as plantações dum verde amarelado magnífico, quase irreal...
Portugal parece ter ainda tesouros por descobrir. Um deles, do qual muitos portugueses nunca ouviram falar, é o Chá Gorreana. Esta apreciada bebida cultivada cá, mais concretamente na ilha de S. Miguel, nos Açores, foi durante muitos anos a única plantação de chá da Europa. Na actualidade, a fábrica Gorreana continua a produzir, apesar das muitas dificuldades (sempre ultrapassadas). A história da introdução do chá em S. Miguel, confunde-se com a da vida das famílias micaelenses.
O chá teve produções significativas nas primeiras décadas deste século. Na ordem das 700 toneladas por ano. No entanto, as restrições às trocas com o exterior, durante as duas grandes guerras, fizeram com que houvesse um maior investimento noutras culturas mais necessárias à subsistência . E o declínio da produção de chá foi inevitável. Dos anos 80 até há bem pouco tempo, a Gorreana era a única fábrica de chá da Europa. Mas em tempos houve cerca de 15 em S. Miguel.
A plantação tem 32 hectares e, actualmente, a produção anda à volta das 33 toneladas por ano (mas tem capacidade para 40). Este ano o objectivo é chegar às 35. A maior fatia da produção destina-se ao consumo da Região, mas há ainda uma parcela de duas toneladas para o Continente, quatro para a Alemanha (o país da Europa onde o consumo de chá tem aumentado mais per capita), cerca de para os EUA e Canadá, e ainda perto de seiscentos quilos para a Áustria.
É preciso ter em conta
que para os EUA e para o Canadá vai muito mais chá, que é levado pelos
micaelenses, depois de passarem as suas férias na terra natal. O clima
dos Açores ajuda a planta do chá – Camellia sinensis – porque lhe dá a água que
ela precisa. “Temos chuvas bem distribuídas ao longo do ano. O chá precisa de
pelo menos, 30 milímetros de água por mês. Felizmente não temos geadas, que
queimam as folhas e o sol não é demasiado intenso, há sempre umas nuvens”,
explica o proprietário.
http://www.portais.ws/chagorreana/
Bebi um chá verde ( há duas qualidades de preto e uma de verde). Soube-me pela vida....
( Todas as fotos são minhas.....:)
( Todas as fotos são minhas.....:)
Lindo post, Virgínia. Recorda-me de quando lá estive - era Verão, céu e mar azuis - e tomei um chá na sala da Gorreana. Fiquei logo cliente :)
ResponderEliminarA plantação é muito bonita, em encosta descendo para o mar em todos os tons de verde. As suas fotos estão bem melhores que as minhas. Parabéns e obrigado !
Muito obrigada, Mário.
ResponderEliminarEsta paisagem lembra-me o Yorkshire, os Dales, embora lá seja mais selvagem e agreste. As encostas lembram a Irlanda, os cliffs do filme A Filha de Ryan ou Jamaica Inn. Mas a terra é negra, contrastando com o verde e o azul do mar dum modo quase mágico.
E o nosso motorista era um charmoso....ficou-me na memória :))
Abº
E sabe qual a diferença entre o chá verde e o preto? Não está nas folhas. Ambas são secas e sofrem um processo de desidratação, mas o chá branco nunca fermenta, enquanto o preto sofre um processo de fermentação (o chá vermelho é semi-fermentado). Daí que o verde conserva mais activas as suas propriedades antioxidantes. Mas o melhor de todos (no sentido de ser mais activo, perfumado e antioxidante) é o chá branco, que é feito das flores brancas da planta. A Gorreana tem estes tipos todos. Outra coisa que muita gente desconhece: chá só há um, a Camellia sinensis. Tudo o resto são infusões.
ResponderEliminar(desculpe-me, Virgínia, armar-me aqui ao pingarelho, mas sei que muitas pessoas não sabem)
Beijos!
Armar ao pingarelho?
ResponderEliminarSaber não ocupa lugar, adoro estes pormenores, que aliás ouvi lá, mas já esqueci. A minha memória visual é muito mais potente que a memória mental (?). Fixo o que amo visualmente e esqueço o que leio ou oiço. Acontece-me isso com livros, esqueço-me da maioria e até dos nomes a não ser que sejam muito especiais.
Infelizmente não posso beber chá preto que é o que mais gosto com uma lágrima de leite à inglesa....não tem igual, acompanhado de scones ou torradas com doce de laranja:)))
Bjo e obrigada, continua!!
Além de tudo o resto, a blogosfera é também muito instrutiva. As coisas fantásticas que eu tenho aprendido... Este post, por exemplo, é disso um bom exemplo (comentários incluídos) ;)
ResponderEliminarBeijinhos
ÀS vezes os comentários são bem mais interessantes do que os posts, sobretudo quando as pessoas não se limitam a elogiar ( o que é bom, mas não chega) e acrescentam todo o seu saber sobre aquilo que escrevemos. É o caso do Paulo, que não sei como, senod tão novo, sabe mais do que a Wikipedia sobre imensos assuntos. Pena não escrever mais assim na terra como no céu....:)))
ResponderEliminarTambém conheci a fábrica de chás em S. Miguel, mas este post, além de bem escrito é muito elucidativo.
ResponderEliminarUm abraço.