Acabei de o ver.
Hesito entre escrever impetuosamente "Adorei " e racionalizar: " tudo isto não chega para se fazer um filme".
É nesta antítese que me coloco.
Mais um filme de Terrence Malick - o realizador de The Thin Red Line ( para mim o melhor filme de guerra que jamais vi).
Filme que é quase só contemplação, monólogo interior, imagens diacrónicas de vidas aparentemente vazias. Ânsia de encontrar respostas, sensação de paraplegia mental, imagem que já usei no meu comentário a uma entrada dum blogue muito especial. O que é liberdade?
Não há história, nem sinopse, nem resumo. Não há enredo, quase não há personagens.
Há pedaços de vida, résteas de sentimentos, sofrimento calado e.... a Natureza em todo o seu esplendor. E há a música.
Filme credível no que respeita o amor... paixão que queima mas que arrefece e nos deixa frios e vazios mais tarde ou mais cedo.
Impossibilidade humana de compromisso, de apprivoisement, claustrofobia quase permanente.
Fui a última a sair do cinema e como sempre, verifiquei que um centro comercial "é um lugar estranho". Famílias inteiras procuram evasão, mas ela não está ali.
Fugi imediatamente "to the wonder". Onde quer que ela esteja.
Também vi, Virgínia. Acabei de "postar" sobre ele. Diria que não gostei. Ou que não gostei completamente. Mas é um filme que perturba e incomoda. E que tem imagens belíssimas. E que faz pensar...
ResponderEliminarÉ um filme que fica connosco muito tempo depois de sairmos da sala de cinema.
ResponderEliminarA música é belíssima e as imagens são como um ballet....
Bjos
Ainda não vi, e não sei se vou ver, Virgínia. Sou (era?) incondicional do Malik, mas parece que desta vez ele não atinou e fez mesmo um filme vazio e lamechas.
ResponderEliminarDevia dar o benefício da dúvida, mas não me puxa nada :(
Prefiro rever o Lawrence logo que possa.
O filme não acrescenta nada sobre o talento de Malick, creio eu, e é um flme nitidamente para o sexo feminino, não me parece que os homens tenham pachorra para cenas destas.:))
ResponderEliminarVi a apresentação do Lawrence, mas não me apeteceu rever o deserto, depois de o ter visto ao vivo no Egipto e na Tunísia:)
Lembro-me que quando saí do Monumental depois de o ver, me parecia ter poeira nos olhos e as costas tortas de andar de camelo. Mas o Peter O'Toole era cá um "pão"!Aqueles olhos penetravam-nos...
Abº
Eu saí do Trindade, saudoso Trindade, e comprei logo um bilhete para o dia seguinte. Acho que o vi 3 vezes de seguida, uma delas com os meus pais. Durante dias não se falava de outra coisa...
ResponderEliminarRevi-o nos meus 30 e tal em Viana, projecção medíocre, e saí de lá aturdido, mas que grande filme, que obra monumental ( artisticamente).
Depois, só em DVD :(
Não gosto do deserto, só fui a África / Marrocos uma vez e disse nunca mais. Mas ali as areias são um personagem de ficção, as roupas são traje de teatro. Que grande encenação.
Foi no Trindade que vi um dos melhores filmes da minha vida, esse seria capaz de ver tres vezes na mesma semana: Amadeus. Saí de lá paralysed, quase não conseguia olhar para as pessoas normais!!
ResponderEliminarE Na Casa das Artes vi outro que me arrasou: O Piano. Deus meu! Já não se fazem filmes assim.....:))
Eu adorei o deserto, apesar do calor......é ainda mais temível que o mar em dia de fúria!!
A sua ária de Rossini tb me encantou e ouvi duas vezes!! Aliás vi o Barbieri há pouco tempo no Mezzo, numa encenação moderna giríssima.