domingo, 24 de fevereiro de 2013

clima britânico

Ontem uma amiga minha inglesa perguntou-me como é que eu me estava a dar com este clima britânico. Ri-me, pois na realidade, o tempo tem estado duma inconstância mais própria desse país do que do nosso à beira-mar plantado. Tão depressa faz um sol exuberante como chuvisca, de vez em quando troveja, o céu apresenta-se dum azul safira logo de manhã para, daí a umas horas, surgir toldado e plúmbeo, ameaçador....até há arco-íris... nunca vi um inverno tão variado e tão bonito simultaneamente.



Este clima é bom para ver o que nos rodeia dum modo mais preciso, as imagens são mais nítidas, as cores suavizadas, mas cheias de nuances que as sombras e sol provocam, a fotogenia das pessoas e das coisas enriquece-se com luzes e contrastes.


Hoje resolvemos ir até Matosinhos almoçar na esplanada junto ao edifício transparente.


Viva a democracia, lá pode-se ver e estar com pessoas de todas as classes, desde os pés descalços - os surfistas que por ali deambulam antes de se afoitar às ondas - às crianças a tombar dos seus skates ou bicicletas - miúdos a jogar à bola -  cães de todos os tamanhos e feitios - parzinhos de namorados - velhotes rabujentos - grupos de estudantes estrangeiros - mulheres independentes agarradas ao telemóvel - é toda uma paleta de personagens que surgem e desaparecem logo a seguir,  ficando por vezes perpetuadas nas fotos que tiro sem elas saberem....


E o mar....aqui é bravo e cheira a maresia, como eu gosto. Praia quase nenhuma, maré cheia a invadir o areal que costuma ser enorme. Ondas brancas, regulares e estrondosas...

A esplanada está concorrida com famílias felizes, domingueiras, sem crise....come-se razoavelmente, nada de luxos, uma francesinha e um cordon bleu ( tudo francês e muito chic), um panaché a condizer....

Vimos depois do almoço pelo parque da cidade até à saída principal. Uns bons quilómetros, numa paisagem que se diria britânica, tal o verde dos relvados, a paz que se respira, o silêncio de carros, o chilreio de pássaros diferentes, os cisnes majestosos e as gaivotas insubordinadas, o céu indescritível , uma paisagem que os portuenses amam cada vez mais, pois foi o presente mais belo que lhes poderiam oferecer neste início de século.







O Parque da Cidade é uma jóia em qualquer parte do mundo...e a única jóia na Europa que se estende por vários quilómetros para acabar... no mar.

5 comentários:

  1. Ótimo domingo,bonito post.
    Mas por muito belo que seja o inverno, eu prefiro o verão.

    Um abraço.

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  2. Hoje o sol estava quentíssimo, mas à sombra frio. Estivémos sempre ao ar livre e estava-se bem, com casacos quentes. Gostei do passeio e sobretudo do espaço enorme que é o Parque, com pouca gente e muitos pássaros felizes.

    Esta cidade é linda....

    Boa semana, Graciete!

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  3. Um belo roteiro de Domingo . As fotos continuam lindas. Envolvidas no que escreve parecem legendas de cinema. Gostei!

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  4. Uma pessoa lê os seus posts e é como se desse estes passeios também. Bonita ligação entre o texto e as fotografias. O seu blog está cada vez melhor, Virgínia! ;)

    Beijinho
    Isabel

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  5. E anda ficou muito por dizer e muitas fotos aqui em stand-by. Nunca ponho tudo, mas vejo e revejo as fotos, precisamente para reviver os momentos belíssimos que elas me trazem de novo.

    Estou contente porque consegui voltar a ter um blogue e aos fim de dois meses, penso que fiz bem. Há sempre algo a dizer...e quando não há, não se escreve nada.

    Bjo, Madalena e Isabel. Obrigada pelo carinho!

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