E o mar.... tão perto

Já há semanas que não respirava. a sério...quase que sentia o "ventilador" em casa, agarrada aos papeis, ou na rua a encher os pulmões de óxido de carbono e outros gases libertados por esses veículos a que chamam automóveis, mas que se deviam chamar lixo tóxico, tão perniciosos quanto os cigarros, que , em boa hora, se baniram dos locais públicos.

Dirão que hoje estou demasiado radical...e estou. Penso que os automóveis deviam ser proibidos aos fins de semana , a não ser para fora da cidade, nunca para dentro dela, já bastam os dias de semana poluidores e de certeza causadores de muitas doenças que levam gente nova e velha.

Mas hoje fui respirar....e senti-me outra " na minha praia", como agora se diz....


O dia estava daqueles que incitam os fotógrafos, que os obrigam a fotografar, cheio de contrastes , de luminosidade, sol na eira e chuva no nabal, embora nem uma pinga caíssse , "nem uma agulha bulisse do azul cinzento do céu" ( Augusto Gil, perdoa-me!). A temperatura era para o fresquinho, mas a luz do sol aquecia...

Na paragem do autocarro a vista quase cegava....nem custou nada esperar os 10m que ele levou a chegar.

Lá dentro a cegarrega do costume aos fins de semana, uma fauna no autocarro que fala ao telemóvel, aos berros, como que a querer gritar aos 4 ventos que são pobres, e são,  mas vivem nos bairros camarários com vistas para o mar nas zonas chiques do Porto e vão aos hospitais sempre que lhes apetece pois a saúde está em primeiro lugar. Conhecem os serviços todos, os médicos, os medicamentos e são super felizes...desde que tenham o telemóvel....

Chega-se à Foz e os contrastes continuam. Casarecas velhas a cair de pôdres , ao lado de prédios da belle époque com azulejos bem conservados e brasões do tempo de outros senhores. Tudo à molhada, numa mesma rua, que devia ser linda no sec. XIX, mas que agora só tem a beleza do mar  quando chegamos ao fim e  desaguamos na praia.

Então respira-se!

Está-se bem nos ingleses, as deck chairs de nylon ( que já não se usa a lona), estão por um fio, qualquer dia vão à vida, mas enquanto se aguentam, nós sentamo-nos e disfrutamos da melhor vista que se pode ter em dias de crise:  O MAR!

Laos Deo!