sexta-feira, 15 de março de 2013

Moons

Há fases da Lua em nós, como as há no universo.

Momentos de plenitude, de crescimento, de desvanecimento...momentos em que desaparecemos - do blogue, por exemplo - por falta de luz, de inspiração, de reflexos, tal como o nosso satélite tão belo em certas alturas e tão parco noutras.

Estou a passar por uma fase pouco criativa em parte devido ao trabalho imenso que tenho tido nestes últimos dias, revisão de provas requerem uma atenção redobrada. Enervo-me com os erros que após várias revisões ainda encontro, tenho papel espalhado por toda a casa, estou ao computador durante horas. Tem sido assim os meus dias....a voar em torno dum projecto, como estas gaivotas meias tontas...


Amanhã vou apresentar o nosso projecto a 80 pessoas, relacionadas com o marketing do mesmo. Não gosto nada desta palavra. Gosto de criar, mas não gosto de falar daquilo que crio a não ser a pessoas que não tem nada a ganhar, nem a perder com isso.

E depois há os Powerpoints para ilustrar tudo o que se fez, mas que no fundo são como os acetatos, não passam de texto e imagens, sem sentimentos, sem emoção nem poesia.

Gosto do que fiz desde Abril até agora, mas é difícil dizer o que o projecto contém, em que é diferente de outros tantos que por aí andam.

É diferente porque é meu....porque a minha alma está lá toda...porque me dediquei a fazer algo que gosto e penso ajudará os colegas a trabalhar melhor.

É nisso que acredito! E é para isso que me invento todos os dias.

12 comentários:

  1. Não está só Virgínia, conheço mais colegas que passam pelo mesmo... contam-me exactamente essas mesmas preocupações e frustrações.

    A Porto Editora funciona assim. As outras, provavelmente, também.

    Nunca tive esse desafio e esse gosto de publicar manuais. Deve ser de doidos, até ao "parto", tanto na fase de preparação como na de marketing. De Viana a Faro, de Viseu ao Funchal, as sessões em catadupa são esgotantes.

    Mas... quando vir o seu livrinho novo nas bancas, e nas mãos dos miúdos, vai chorar de contente.

    Força, coragem, persista e ... boa sorte !



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  2. Virgínia, se me permite a "intromissão", sugiro-lhe que apresente o seu manual assim, como o fez aqui no blog, de coração aberto e explicando às pessoas que o que esse projecto tem de especial é ter sido feito por si, com amor e com alma.
    Estive várias vezes em sessões dessas de aprsentação de manuais e achei-as uma "seca" (perdoe-me a sinceridade) por serem todas mais ou menos igualmente desinteressantes. Mas estou certa que,se for pelo lado do coração, conseguirá fazer a diferença e tocar as pessoas.
    Quanto às (suas) fases da Lua, todos as temos; e a inspiração voltará daqui a nada.
    Desejo-lhe tudo de bom para as suas apresentações (e para o resto também...)
    Linda, a imagem! ;)
    Beijinho
    Isabel

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  3. Fantásticos os dois comentários!

    Vê-se que são de pessoas inteligentes e que sabem do que falo.

    Hoje a sessão correu maravilhosamente pois tanto a Vanessa - a minha colega inglesa - como eu estávamos ali sem vaidades a falar dum " filho" nosso, com o desvelo de quem acaba de dar à luz!! O feedback foi excelente e o projecto parece ter pés para andar. É calro que há muita concorrência e que ainda falta ter os materiais na mão, mas tenho muita esperança nesta empreitada. è moderna, é actualizada, é flexível...

    Obrigada pelo apoio.

    Um grande abraço aos dois!

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  4. Virgínia, como se fosse a primeira vez... A Amiga tem vasta obra publicada com retumbante sucesso. Bem sei que é projecto novo, requer a perícia da verdadeira humildade, mas todos nós acreditamos em si e, acima de tudo, a própria Virgínia sabe o que vale. Vá, peito aberto, em frente que "atrás vem gente". Muita força! Beijos!

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  5. Lá diz o Rui Veloso- é sempre a primeira vez....

    Obrigada pela confiança, mas sabes, Paulo, o tempo passa a uma velocidade vertiginosa, e a sociedade evolui de tal modo que dum projecto para o outro há que refazer todos os planos, pesquisar, ler, actualizarmo-nos, por-nos na pele dos adolescentes e ainda cumprirmos um programa que exige fluência, literacia, gosto pelas linguas, motivação, um sem número de burocracias para o professor apresentar nas Drens, Drels e Drecs para inglês ver, os projectos são muito mais do que manuais, são uma panóplia de materiais, facilitadores da tarefa dos professores.E ainda há a ligação às tecnologias, hoje sine qua non...

    Sei do que sou capaz...sei que tenho uma máquina poderosa ao meu lado, mas talvez por isso, o peso da responsabilidade é cada vez maior....

    Obrigada, meu Amigo. Adoro as tuas intervenções, são melhor que todos os calmantes do mundo!!:))

    Bjo

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  6. E a compensação virá, Virgínia. Não falo em termos materiais mas em satisfação interior, porque o seu trabalho é realizado com amor, confiança e competência.

    Um abraço.

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  7. Sem dúvida....mas também sou compensada financeiramente pelo trabalho que faço....e agradeoço-o pela minha filha que não tem possibilidade de trabalhar doutro modo.

    Mas adoro o que faço, sobretduo tudo o que sai da imaginação e da criatividade...a lingua inglesa é rica em em todos os aspectos e sempre me deu muito gozo ensinar línguas, mesmo o alemão.

    Bom fim de semana, Graciete!

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    1. Uma vez levei ao Carolina um professor do Departamento de Física, um grande comunicador adaptável a qualquer tipo de público. No final levei-o à Faculdade e ao longo da conversa que mantivemos durante o percurso disse-me: Sou um homem feliz.Adoro o que faço e ainda me pagam por isso.
      Tu poderás dizer o mesmo. Um grande abraço e votos das maiores felicidades para o(s)novo(s) livro(s)
      Regina

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  8. Ai as gralhas, desculpe Graciete, mas escrevo depressa e não leio depois....

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  9. Querida Regina,


    Não sou tão generosa como tu que fazes tudo por amor....
    Foi graças ao meu esforço editorial que ganhei a minha independência. Só por isso valeu a pena.

    Um beijo e boa semana!

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  10. Espero que não tenhas interpretado mal o que eu disse. Quando publico um livro não pretendo prescindir dos direitos de autor. Infelizmente as coisas não têm corrido bem. A Campo das Letras faliu e nunca recebi os direitos da 2ª edição. Da GATAfunho até hoje não vi um tostão. É óbvio que isso me aborrece. Situação diferente é ir pelas escolas pois é como se, de certo modo, estivesse a "perpetuar" a profissão de que tanto gosto.Como vês não é apenas generosidade...
    Ab
    Regina

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  11. Não, mas sei que há quem faça coisas lindas em prole da cultura, sem nunca esperar recompensa financeira e admiro- os muitissimo. Também preparei alunos para exames, sem receber, para nunca gostei muito de trabalhar profissionalmente, sem um minimo de compensação , até porque gastava bastante em livros e materiais para me manter actualizada. Nunca me moveu SÒ o dinheiro, desisti dos livros para o básico porque quis, já não estava a sentir-me à vontade nesse nível etário, mas sei que ainda tenho capacidades para criar materiais no secundário, sobretudo com a ajuda de pessoas como a Vanessa, que têm o know how das tecnologias e de marketing que não possuo.

    Mas acho imperdoável que não te paguem pelos teus livros que tanto sucesso têm. Acho mesmo inenarrável, só em Portugal.

    Obrigada. Bom fim de semana com muito sol e poesia!

    Bjo

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